sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O direito de sermos iguais


Todas as vezes que leio sobre disputa de herança, me vem aquela sensação de que família e socialismo, na maioria da vezes, só é bonito no papel, na foto de casamento, no dia do batizado.
De resto, é podre.

Hoje, vemos muitas disputas que envolvem, especialmente, casais gays.
Isso porque, essa mesma família que quer ter direito aos bens depois que o ente faleceu é a mesma que o discriminou e abandonou em função de sua escolha sexual.

Independente se gosta de gay, se não se gosta, se tem amigos gays ou se não tem, a verdade é uma só: cada um tem o direito a ser o que quiser.
Ferindo os outros ou não....

E aí, vem uma notícia no jornal falando que a maioria da bancada da câmara é conservadora e que as pautas polêmicas como casamento de homosexuais entravam, sob o pretexto de que fere a seio da família brasileira, para alguns políticos.
Família?
Que família é essa que acha que um filho ou filha por ser gay, não tem direito?
Que família é essa que acha que depois de uma vida inteira de desprezo e descaso, tem direito a herança de uma vida inteira de luta e trabalho?

Que seres humanos somos nós, aqueles que acham que uma pessoa , por fazer escolhas sexuais diferentes das nossas, não podem ter os mesmos direitos quando se casam e dividem uma vida inteira com uma pessoa, mesmo que do mesmo sexo?
Que direito temos nós que é maior que o direito de um companheiro(a) a herdar aquilo que ele ajudou a construir durante toda uma vida?


Leia mais:

__________________________________________________________________________________ Ana Cláudia Bessa

Prêmio


Amigos,

a Adriana do blog Espírita na Net nos concedeu este Prêmio e não podemos deixar de agradecer porque tudo o que fazemos é com o mais puro intuito de fazer alguma diferença.

Muito obrigada, Adriana!
Repassamos este prêmio para os blogs Meu Anjinho Gabriel e Flávia Vivendo em Coma por serem blogs de mães que escolheram lutar, aprender e dividir suas vidas em prol de outras pessoas que possam estar passando pelas mesmas situações. Num mundo de pessoas egoístas, isso merece prêmio!

E estamos agora incluindo (por sugestão da Taís do Ombudsmãe) o Blog do Paulão , pelo mesmo honorável motivo!

Nosso beijo especial à elas!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Não sei não!

Fico pensando, o que mais uma vez motivou uma pessoa, ex-aluno de sociologia que era considerado brilhandte, entrar em uma faculdade, entrar em um lugar cheio de pessoas e atirar a ermo e depois de cumprir seu papel de carrasco, dar cabo de sua própria vida. Que loucura é essa que faz um ser se achar no direito de ser o algoz destas almas que estavam simplesmente pensando no seu futuro.
Desde que saí do Rio de Janeiro e vim morar nesta pequena cidade, finalmente consegui dormir com tranquilidade. Não haveriam tiroteios em nenhuma via expressa, nem arrastão, nem facções tentando controlar outras áreas.

Poderia andar de trem e não me procupar com os arrastões, ou então de ônibus e poder levar meu celular na bolsa com traquilidade e mais tranquilidade ainda em andar de carro. Janelas abertas, bolsa no banco do carona, tranquilidade em embarcar e desembarcar com crianças em qualquer lugar ou estacionamento. Meu carro não tem alarme, dorme do lado de fora da garagem e aberto! Minha casa não tem muro, e o que eu deixar do lado de fora, no dia seguinte está lá.

Mas por outro lado uma preocupação muito grande quanto ao futuro está aparecendo em meus pensamentos. É esta loucura de que de repente assola uma cabeça humana, que faz um ser entrar em um colégio de ensino elementar, médio ou de uma faculdade e chacinar estudantes inocentes.

Será que vou ter esta paz quando meu filho começar a frequentar o ensino público aqui? Sim porque eles não escolhem lugar, vamos chamar de chacina surpresa, acontece a qualquer hora e dia. Como eu vou poder dormir sossegada sabendo que meu filho está sendo deixado vivo todos os dias em um estabelecimento de ensino e pode não voltar para casa?.

Paranóia? pode ser. Mas aqui, no blog, pensamos no futuro do presente, e meu filho é exatamento isso.

A facilidade em se comprar armas nos Estados Unidos é imensa. Qualquer um pode comprar qualquer coisa. Está errado, é só ver o programa de desarmamento no Brasil, as estatísticas mostram que os crimes por armas de fogo diminuiram consideravelmente.

É complicado, se fico no Rio de Janeiro, posso ter minha ou então a cabeça de meus familiares perfurada por um projétil "perdido" ou então entrar para a loteria das escolas americanas. É de enlouquecer. Conheço uma brasileira que tinha um filho que estuvada na faculdade de Virgínia, onde aquele último louco exterminou 31 pessoas. Quando consegui conversar com ela, umas duas semanas depois do ocorrido, ela ainda estava abalada, e olha que o filho nem estava lá no momento e ela demorou este tempo para conseguir falar com outras pessoas, pois só chorava e pensava que poderia ter sido seu filho nesta lista.

Atualmente a lista de coisas boas ainda está maior para onde moro hoje, mas como será no futuro?

Não sei não!

Foto do massacre de Columbine - Virgínia
______________________________________________________________________________ Cristiane A. Fetter

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

SE DIRIGIR NÃO BEBA?

Sempre que vejo as propagandas de bebidas alcoólicas me pergunto: Não seria melhor se o slogan da campanha fosse SE DIRIGIR NÃO BEBA?

Não posso crer que os integrantes das agências de publicidade e mesmo o próprio governo não tenha percebido essa diferença sutil.

Penso nisso porque fiquei chocado ao ver a fotografia da capa do Jornal O Globo de 12/02/2008. O interior de um carro, totalmente destruído, com um engradado de cervejas no porta-malas, que tamanha a violência, estava espremido próximo ao banco do motorista. Assim dizia a manchete: Acidente mata 5 jovens em SP. Moças saiam de um churrasco e o carro delas estava na contramão. Eram sete moças dentro do veículo, cinco morreram. Imediatamente me lembrei que não faz muito tempo o Presidente Lula editou uma Medida Provisória proibindo a venda de bebidas alcoólicas nas estradas. Pois bem, fui pesquisar e encontrei a MP nº 415/2008, entrando em vigor a partir do dia 01/02/2008.

Pasmemos, a legislação não tinha nem quinze dias de vida e já percebemos que nada resolverá.

O problema é essa mania dos nossos representantes de querer resolver as coisas através de lei; como se os hábitos e costumes pudessem ser alterados da noite pro dia. Isso faz lembrar da história de um deputado que queria editar uma lei proibindo a seca no sertão.

Esquecem-se, entretantanto, os nossos digníssimos representantes que vivemos em um Estado democrático e de Direito, queiram ou não, e mesmo que o Poder Executivo encaminhe uma medida provisória ao Congresso Nacional para coibir a venda de bebidas alcoólicas nas estradas brasileiras, como de fato o fez, é muito provável que isto será declarado inconstitucional pelo nosso poder judiciário. Nesta linha, já começamos a observar a concessão de liminares permitindo a venda destes produtos em tais estabelecimentos. Exemplo recentíssimo – hoje 12/02/08 - foi do supermercado Carrefour, que inconformado, pediu a liberação da venda em seus estabelecimentos próximos às rodovias federais no que foi atendido pela Justiça Federal.

Nossa Constituição Federal é a nossa Lei Maior, a Lei das Leis, também chamada de Carta Magna, e foi nela que nós escrevemos todas as regras básicas de direito que nosso povo quis para si em dado momento da nossa história. A nossa constituição não é muito antiga comparada a outros países, completa neste ano de 2008 seus vinte aninhos.

Apenas fazendo um parêntese, e para melhor esclarecer aos mais interessados, essa tal Medida Provisória fere de morte princípios de ordem constitucional, tais como: princípio da isonomia (os iguais devem ser tratados com igualdade), assim, os estabelecimentos marginais não podem ser tratados em desigualdade aos estabelecimentos situados a apenas poucas quadras da rodovia; princípio da livre iniciativa da atividade econômica (o Estado não pode se imiscuir na atividade empresarial regularmente estabelecida – arts. 5º, inc XIII; 170, inc. IV, § único), dentre outros.

Voltando ao tópico, ao que parece, as meninas sequer haviam comprado as bebidas na rodovia, pois saiam de uma festa e se dirigiam para casa.

Então? Como minimizarmos este tipo de tragédia? Será que com leis? Ou será que com mais educação e maior certeza da punição?

Pra encerrar, fique claro que a Polícia Federal não tem atribuição/competência para fiscalizar estabelecimentos comerciais nas margens das estradas ou em qualquer outro lugar.

Aos nossos dirigentes digo: SE BEBER NÃO DIRIJA!

_______________________________________________________________________________ Luiz Guilherme Ourofino

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

ASSASSINATO COM HORA MARCADA

"Reciclando Textos"- 01/12/2006


Um cara de "boa família" - classe média - praticante de vôo livre, bon vivant, resolve dar "uma esticada" em Bali para curtir. Sabedor de que a "galera" que frequenta aquele point é chegada numa cafungada, resolve levantar um troco e descola uns quilos da "branquinha" prá distribuir por lá. Dá um azar desgraçado e é pego no aeroporto. Vai em cana, como tinha mesmo que ir. Só que lá, a cana é dura. Traficante lá é fuzilado, e, afinal de contas, o cara é traficante!Vai a "julgamento" e é condenado. Vai MORRER!

Por que é que eu coloquei o julgamento aí em cima entre aspas? Pelo seguinte, eu entendo um JULGAMENTO como uma coisa ÚNICA. Explico: Quando se julga se julga ALGUÉM, e não um ATO ou uma ATITUDE.

No caso do cara em questão (eu estou falando do Archer, que está no CORREDOR DA MORTE lá na Indonésia) o tal "julgamento" comprovou que era a primeira vez que ele fazia aquilo e mais, fazia de forma autônoma, ou seja, não era ligado a nenhuma quadrilha de tráfico internacional. Isso ficou comprovado no "julgamento".

Aí eu pergunto: Esse cara fez uma coisa assim tão hedionda, tão monstruosa, que mereça ser morto, ASSASSINADO por um bando de soldados?Antes que me questionem e me acusem de estar defendendo o tráfico e uso de drogas, esclareço: Embora seja TOTALMENTE FAVORÁVEL À LIBERAÇÃO, mesmo SEM SER USUÁRIO (mas isso é outra discussão), concordo com todos os argumentos dos que combatem o tráfico, até porque, com a liberação não haveria mais tráfico! (simples, não?)

Haveria sim comércio, com circulação de impostos e geração de empregos, igualzinho acontece com o tabaco e o álcool (dos quais eu sou usuário!).Mas voltando ao assunto, O cara está certo? merece perdão? NÃO.Errou, transgrediu, quis se dar bem, arriscou e perdeu!A questão é: O que esse cara merece? Na minha opinião merece se f..., para deixar de ser "esperto".Mas o que é se f... neste caso? Aí é que está, será que uma "etapa" de xilindró, longe da boa vida que ele estava acostumado, talvez mesclada com uns trabalhos comunitários e, até mesmo, uma boa porrada pecuniária não seriam suficientes? O cara tem que MORRER?

Atentem para um detalhe, junto com ele, lá no tal corredor da morte, estão alguns dos terroristas que explodiram uma porrada de inocentes lá, na mesma Bali! E aí? Os crimes são equivalentes? Então por que a pena é?

Se o "tráfico de drogas" é punido com a MORTE (ASSASSINATO) então prá que julgamento? Se não são considerados agravantes e atenuantes, se a HISTÓRIA pessoal do cara não é considerada prá que o "circo" do julgamento? Pegou em flagrante (como foi o caso) dá logo um tiro nos cornos e pronto!(pelo menos na China o troço é menos hipócrita, lá o "julgamento" é sumaríssimo e o infeliz morre logo, não fica anos em agonia, enlouquecendo em um "corredor da morte")

Chocou? Pois é exatamente isso que o governo da Indonésia vai fazer com um brasileiro que, até prova em contrário, não é nenhum monstro, nenhum assassino. Apenas cometeu (o "julgamento" concluiu, não sou eu que estou inventando) um único erro na vida. Grave? Sim, mas pelo qual mereça ser ASSASSINADO?

Não conheço o cara nem ninguém de sua família. Não tenho procuração de ninguém para defendê-lo, mas tenho certeza de uma coisa: Por todo o susto e HORROR que esse cara já passou, duvido que ele não tenha aprendido a lição. Duvido que, caso ele saísse dessa, viesse a se meter em qualquer outra situação semelhante. Duvido que ele seja UMA AMEAÇA PARA A SOCIEDADE, seja daqui ou daquela "sociedade exemplar" que é a Indonésia. No entanto aqueles "vestais", aqueles "arautos da virtude mundial" vão ASSASSINÁ-LO!

Vem cá, eu estou enganado ou foram esta mesmas "vestais" que MASSACRARAM, não faz muito tempo, quase a metade de uma nação (crianças, velhos e gestantes incluídos)? Os "perigosos" TIMORENSES?

Fala Sério !!!

__________________________________________________________________________________ Ivo Fontan

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

A Escolha da Escola - parte 3

No tocante à parte mais prática, há muitas coisas que temos que observar.

Para facilitar o (meu) processo, criei uma lista de perguntas baseada nas minhas pesquisas e na minha experiência, e espero que ajudem os pais que estiverem começando - ou recomeçando, por que não? - esse processo de busca. Veja a seguir as perguntas que você pode fazer ao visitar uma escola.

Qual é a proposta pedagógica da escola? Qual a rotina diária para a faixa etária em questão? Procure visitar a escola em horários diferentes para dar uma espiada nas diversas atividades.

Qual a formação dos professores? E da coordenação? Há quanto tempo trabalham na escola? Antes disso, já trabalhavam na área? Às vezes um professor é recém-formado, mas se a coordenação pedagógica for experiente e eficiente, saberá orientá-lo.

Como é feito o período de adaptação?

As atividades extras (aula de música, artes, educação física, ballet, judô, natação, informática etc.) fazem parte da rotina?

A partir de que nível começam as tarefas de casa? De que tipo são e com que freqüência são passadas?

Em caso de doença, qual o procedimento? A criança freqüenta as aulas? A medicação orientada é ministrada? Os outros alunos são notificados?
Qual o número de crianças por turma? Os professores contam com o auxílio de assistentes? As crianças trabalham em agrupadas (misturando crianças de diferentes idades)? Se cada faixa etária tem uma turma, é importante saber se há envolvimento com outras idades e como é feito esse trabalho, pois a relação com crianças de idades diferentes é uma fonte riquíssima de aprendizado. Se as turmas englobam crianças de faixas etárias distintas (em algumas linhas de ensino, é muito comum as turmas de Educação Infantil serem separadas por agrupadas), há momentos em que as crianças são separadas para atividades específicas indicadas para a sua faixa etária?

Para os pequenos e/ou os alunos que estudam em período integral, tem hora do soninho?

Como é o lanche? As crianças ajudam a preparar? Se for levado de casa, qual a orientação para os pais? Há o apoio de uma nutricionista para ajudar na elaboração do cardápio? São ensinadas noções de higiene antes e depois do lanche? As crianças escovam os dentes?

A escola trabalha noções de cidadania? Como? Trabalha com inclusão social?

Como é o trabalho de orientação educacional? Como a coordenação e a equipe lidam com as questões emocionais típicas de cada idade?

Qual o valor da matrícula? E da mensalidade? É cobrada taxa de material? Algumas escolas mandam a lista de material para os pais, outras cobram uma taxa e se responsabilizam pela compra dos materiais necessários, outras ainda oferecem uma ou outra opção. Decida o que é mais conveniente para você e saiba que você tem o direito de ter acesso à lista de material se não concordar com a taxa cobrada pela escola. De qualquer maneira, é bom saber de antemão qual a prática adotada pela escola para não ter dor-de-cabeça depois.

O horário é fixo ou flexível de acordo com as necessidades dos pais? Existe a opção de regime integral? A criança pode almoçar e/ou jantar na escola mediante pagamento de uma taxa extra, caso seja necessário?

Se houver atraso na hora da entrada por algum motivo excepcional, a criança pode entrar mais tarde? E se esse atraso ocorrer na hora da saída, a criança tem algum tipo de apoio? Qual o tempo de tolerância?

Qual o procedimento da escola no caso de conflitos ou agressões físicas e/ou verbais entre as crianças?

Como é feito o atendimento aos pais? E a comunicação entre pais/escola?

A confraternização entre pais e crianças, dentro e fora da escola, é estimulada? Caso positivo, de que maneira? Como é o esquema de festas de aniversário na escola? Os pais podem participar? E os irmãos de outras turmas?

Com que freqüência os pais se reúnem com a(s) professora(s) da turma, em grupo e individualmente?

De que forma a escola estimula os pais a participarem do processo educativo e como ela encoraja a troca de experiências entre pais e a escola?

Atividades dentro e fora da sala de aula: como são e quais são?

Tem biblioteca? Brinquedoteca? Que tipo de material é utilizado e que atividades são realizadas?
A escola usa sucata/lixo reciclável com as crianças? Como?

Como são programados passeios? Que tipo de passeios a escola promove? Como é feito o transporte das crianças? Quais as normas de segurança observadas?

Há aulas de natação? Qual o número de alunos por professor, dentro da piscina? As aulas são com ou sem bóia? Tem guarda-vidas? No Rio de Janeiro, de acordo com o decreto estadual 4.447, de 1981, além do professor, os alunos deveriam estar acompanhados por um guardião (salva-vidas) habilitado pelo Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros (G-Mar). A lei estadual 3.728, de 2001, no entanto, diz que não é obrigatória a presença de salva-vidas em piscinas com dimensões inferiores a seis metros de comprimento por seis metros de largura.)

E, nos dias de hoje, é importante saber também se a escola oferece noções de ecologia e sustentabilidade. Em geral, esses projetos fazem parte do conteúdo de matérias distintas, desenvolvendo o conhecimento e o senso crítico da criança.

Leia mais:
A Escolha da Escola - parte 1:http://ofuturodopresente.blogspot.com/2008/02/escolha-da-escola-parte-1.html
A Escolha da Escola - parte 2:http://ofuturodopresente.blogspot.com/2008/02/escolha-da-escola-parte-2.html
Nossos posts sobre Educação Escolar: http://ofuturodopresente.blogspot.com/search/label/Educa%C3%A7%C3%A3o%20Escolar
_________________________________________________________________________________ Silvia Schiros

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O OBSCURANTISMO MEDIEVAL VOLTOU!


Isto é sério, muito sério.

O jornal "Folha de São Paulo" publicou uma série de reportagens assinadas pela jornalista Elvira Lobato, que investigou as atividades da "organização" conhecida por IURD, e de seu criador e dirigente maior, Edir Macedo. Segundo consta, a apuração rigorosa de Elvira revelou os "bastidores" da organização, sua movimentação financeira, patrimônio, ramos de atividade etc, que a qualificam como um verdadeiro "império", no sentido empresarial da palavra.

Nenhuma grande novidade. A não ser o fato de que, numa atitude verdadeiramente OBSCURANTISTA e, obviamente ORQUESTRADA, uma "enxurrada" de AÇÕES contra a jornalista começou a surgir, ajuizadas (pretensamente) por "fiéis" que se dizem prejudicados pelas revelações da jornalista.

Atentem para os seguintes e importantíssimos detalhes:

1 - As ações partem dos mais variados pontos (sempre cidades pequenas e de interior), de juizados de pequenas causas;

2 - Ajuizadas quase simultaneamente, implicam na "intimação", também simultânea, da jornalista, em vários locais NO MESMO DIA;

3 - Confrontadas as ações revelam que as argumentações dos "fiéis" são praticamente as mesmas (com coincidência de frases inteiras!) nas mais variadas localidades.

Gente, este tipo de INTIMIDAÇÃO é INÉDITO em nosso País.
Não é brincadeirinha não.

Eu não conheço a jornalista, não li as matérias, não aposto no escuro que a apuração dela foi perfeita. No entanto, se ela errou, se há contestação quanto ao que foi divulgado, o caminho da justiça deveria ter sido procurado pela ORGANIZAÇÃO ou por qualquer de seus MEMBROS citados. A utilização dos "fiéis", de maneira maquiavélica e pretensamente "inteligente" (não o é, tanto que ficou evidente a armação), não passa de uma manobra obscurantista mas com um potencial INTIMIDATÓRIO brutal. É crucial que todos nós acompanhemos de perto o desenrolar dessa história e, com nossa vigília, criemos algum tipo de proteção em torno da jornalista. Se ela tem o que responder na justiça que o faça diante dos membros da IURD. De cara limpa e olho-no-olho!
__________________________________________________________________________________ Ivo Fontan

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Prêmio Óleo de Peroba

Eu queria muito escrever sobre esse escândalo que é o uso indevido dos CARTÕES CORPORATIVOS do governo. Aí, veio o Zuenir Ventura, na sua coluna diária , mencionar o PRÊMIO ÓLEO DE PEROBA narrando o festival de desculpas esfarradas que somos obrigados a ouvir nos últimos tempos, motivado pelas justificativas risíveis dadas pelo reitor da UnB ao justificar os gastos de 465 mil reais na decoração de seu apartamento em Brasília com dinheiro público.

Sensacional, perfeita a criação do PRÊMIO.

Espero que ele não brigue com a gente mas vamos introduzir aqui o nosso Prêmio Óleo de Peroba para a ex-Ministra da Igualdade Racial, que a meu ver, por uma questão até filosófica, jamais poderia encabeçar a lista de valores gastos indevidamente com um dinheiro que não é dela. Logo ela, que estava ali para defender e preservar os direitos das minorias. Como pode ter a CARA DE PAU de gastar tanto dinheiro público de forma tão vergonhosa com tanta gente passando fome, sem escola, professor sem salário, sem médico, sem hospital, E COM UMA MAIORIA DE VÍTIMAS DO SISTEMA, SENDO NEGROS!.

PRÊMIO ÓLEO DE PEROBA pra MATILDE RIBEIRO

Também no jornal está o gasto da obra faraônica da CIDADE DA MÚSICA ROBERTO MARINHO na Barra, no Rio de Janeiro. A obra já superou em 5 vezes o gasto estimado e com o valor já daria para construir outra Linha Amarela, outro Engenhão, ou ainda 5 novos Hospitais. A cidade do Rio de Janeiro está abandonada à desordem e à violência e nosso prefeito está construindo uma sala de concertos, numa cidade que mal usa plenamente o Teatro Municipal e a Sala Cecília Meirelles. Qualquer projeto da iniciativa privada é estudado á exaustão para ver se há viabilidade e demanda, OS DA PREFEITURA SÃO FEITOS POR VAIDADE, AFINAL, UM MONSTRO DESSES NO CORAÇÃO DA Barra, jamais será esquecido.

PRÊMIO ÓLEO DE PEROBA pra CÉSAR MAIA

Eu, leiga que sou, não vejo demanda no Rio de Janeiro que justifique uma Sala de concertos dessa magnitude num local distante como a Barra. Se ele fizesse uma, cinco vezes menor, já seria bem grande, ainda daria para construir mais 4 hospitais, ou quem sabe dois hospitais + 6 escolas ou 3 hospitais + 2 escolas + sistema para impedir uso de celulares na Polinter ou 1 hospital + 5 escolas + 2 creches públicas ou 1 hospital + 3 escolas + x casas populares, ou ....

__________________________________________________________________________________ Ana Cláudia Bessa

Flagra

Tudo na lixeira, menos metal....

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

SER OU NÃO SER REVOLUCIONÁRIO...

"Reciclando Textos"- 01/10/2006


Adolesci (se é que existe o verbo. Se não eu acabei de inventar) e tornei-me homem no auge dos "anos de chumbo" e na "capital cultural" do país. Como se não bastasse fiz Escola Técnica (ETQ) em plena efervescência do governo Medici. Testemunhei inúmeros colegas aderindo aos também inúmeros movimentos da chamada "luta" contra a ditadura. De minha parte, nenhum chamamento (e existiram muitos) foi suficientemente convincente para me fazer acreditar em propostas ou ideologias capazes de me colocar nas mãos armas ou panfletos.


Particularmente uma coisa sempre me chamou atenção: Quanto mais radical era o discurso contra o vigente "regime militar" maior era a "militarização" do grupo! Hierarquização exasperante, doutrinação, obediência cega, missões... Eu sempre tive a impressão de que se o lado da "luta" vencesse não seria muito diferente de uma troca de seis por meia dúzia!


Enfim, ideologias e doutrinações à parte, uma coisa sempre foi muito clara para mim: Quem entrava para o "movimento" o fazia por crença, fé, convicção inabalável. Tive, repito, muitos amigos que entraram e, tenho certeza, todos tinham absoluta consciência dos riscos que assumiam e corriam! Ninguém acreditava que pudesse ser "acariciado" caso fosse pego! Era papo de "macho" (independente de sexo)! Tô dizendo isso pelo seguinte: Não conheci ninguém que tenha entrado na "luta" com a ilusão de que estava empreendendo uma "cruzada". Todos tinham consciência de que tinha sangue pra rolar, dos dois lados, e o seu próprio era o mais provável. E o agravante: Por maior que fosse a ideologia, o lado da "legalidade", por mais que isso revoltasse, era o do "regime". Fora disso era a "subversão" e a "clandestinidade". Méritos à parte.

Por isso é que sou inteiramente contrário às indenizações, subvenções e reparações, em particular as de ordem financeira, aos "sobreviventes" da "luta".
Vejam bem, é bem diferente dos casos de INJUSTIÇA, isto é, pessoas que INJUSTIFICADAMENTE foram perseguidas, perderam seus empregos, sua liberdade etc. A esses toda a reparação possível, inclusive financeira!Aos engajados, nosso respeito pela coragem, pela capacidade de crer e lutar por suas crenças. Grana? Vão cobrar dos líderes de seus movimentos, e não do governo (meu, seu, nosso dinheiro) pois EU não passei procuração para ninguém “lutar” por mim ou pelo que supostamente eu acreditava ou deixava de acreditar!
__________________________________________________________________________________ Ivo Fontan

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

A Escolha da Escola - parte 2


Hoje em dia, as crianças costumam entrar na escola de Educação Infantil aos dois ou três anos de idade. Algumas pessoas, quando vêem uma preocupação mais profunda dos pais na busca por uma escola legal, dizem: "Ah, não exagera, a criança vai pra escola só pra brincar!" Bem, em termos. As brincadeiras e a forma como elas são apresentadas às crianças têm um papel fundamental na formação básica dos pequenos. A escola tem que ser divertida, sim, e tem que apresentar os conceitos de forma lúdica e estimulante. E a equipe tem que conhecer a fundo os estágios de desenvolvimento infantil para saber de que forma vai estimular o aprendizado.

Na minha opinião, escolas que cantam aos sete ventos que alfabetizam as crianças com cinco anos estão fazendo tudo errado! Para que pular etapas? A criança vai aprender a ler e escrever, mas vamos dar tempo ao tempo! Por que hoje queremos tanto que nossos filhos sejam pequenos gênios? Eles precisam disso? Se deixamos que eles vençam essa etapa depois de já terem atingido mais maturidade emocional, o processo de aprendizado sempre fica mais prazeroso. E temos que deixar alguma coisa para aprenderem mais para a frente, senão estudar vira um troço sem graça!

Conheço muita gente que dá importância ao aprendizado prematuro, por isso existem escolas que se gabam de ter crianças alfabetizadas com cinco anos. Para mim, é um tipo de educação que não serve. Não bate com aquilo em que acredito e busco.

Ler um pouquinho sobre os grandes pensadores da educação pode ser útil. Eles estudaram o desenvolvimento emocional e as fases de aprendizado das crianças, e procuraram compreender o tempo dos pequenos. Montessori, Piaget, Vygotsky, Emilia Ferreiro, Steiner... É uma leitura rica, e nós mesmos passamos a entender melhor os estágios do desenvolvimento infantil.
O método em si, na verdade, não importa muito. Pode ser o método mais conservador ou mais ousado. O que importa, como já disse, é que a equipe entenda todos os fatores envolvidos e saiba desenvolvê-los de acordo com as habilidades e o desenvolvimento de cada turma.

Educação Infantil não é pra criança aprender a ler e escrever, embora a qualidade dos estímulos que a criança recebe nessa fase possam estimular demais a alfabetização, quando chega a hora. Bons professores saberão desenvolver a curiosidade da criança. Saberão usar o corpo e a percepção da criança para ensiná-la a ver o mundo. Saberão usar aquilo que a criança conhece, as coisas pelas quais a criança se interessa, para construir o conhecimento. Saberão usar a música para complementar as aulas e enriquecê-las. Saberão usar a educação física dentro do contexto do aprendizado do aluno, e também dentro da capacidade motora adequada para a idade.

e continua em próxima postagem
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Silvia Schiros

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

RECADO DA MERCEDES


LIXO DE CELULARES VALE OURO

Não pude deixar de ficar impressionada com a magnitude dos números que vi na notícia do Boletim Recicláveis.com.br, que costumo receber por e-mail.
Cada aparelho de telefone celular têm, em média, um valor de US$ 0,63 (sessenta e três centavos de dólar) em OURO, dentro do seu mecanismo. Se os aparelhos fossem todos reciclados e extraído o valioso metal, isso renderia anualmente 63 milhões de dólares apenas com o ouro, já que são descartados 100 milhões de aparelhos durante esse período.

Uma tonelada de circuitos de celulares usados tem 300 gramas de ouro, enquanto uma tonelada de minério bruto tem apenas 5 gramas em média. Isso tudo sem falar na economia de energia e água na extração.

Apesar disso, somente uma pequena parte desses aparelhos são reaproveitados e reciclados, e isso se deve à falta de informação das pessoas ou à falta de atenção a esse detalhe na hora da troca.

Hoje há caixas de coleta de aparelhos velhos em praticamente todas as lojas de celulares, e cabe a nós ter a responsabilidade de dar uma destinação correta.
Outros metais existentes nos aparelhos, podem ser tóxicos se jogados no lixo comum. Podem contribuir para a contaminação do lençol freático ou mesmo as imediações dos lixões, tornando-se um perigo à saúde pública. Esses metais também têm valor comercial quando reciclados, e também poupam a extração da matéria prima diretamente na natureza.

Leia mais no Folha Verde: http://mercedeslorenzo.multiply.com/journal/item/610

____________________________________________________________________________ Mercedes Lorenzo

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Incapacidade de parir


Desde que eu engravidei pela primeira vez, me chamou atenção o fato de 99% das mulheres que eu conhecia, tinham passado por uma cesárea. E isso para mim era estranho porque eu cheguei a ver campanhas que estimulavam o parto normal. Eu pensava, como deveria ser , que a cesárea fosse apenas um recurso utilizado quando clinicamente fosse arriscado tentar o parto normal.
E isso em casos excepcionais visto que parir é um ato natural e fisiológico devendo ser aceito como o melhor método de trazer uma pessoa ao mundo.
Mas a nossa realidade é completamente diferente.
80% dos partos no Brasil, são cesareanos.
A partir de então, comecei a buscar informações para entender o que estava acontecendo com as mulheres.
Será que ficamos incapacitadas de parir?
Porque quando temos um número de intervenções cirúrgicas que é 5 vezes maior do que o recomendado pela OMS, isso tem que significar alguma coisa.

Contudo o resultado das averiguações são mais tristes do que simplesmente termos ficado incapazes de parir. O sistema nos tem tirado este direito sumariamente. Isso porque a maioria dos médicos obstetras preferem fazer cesárea em suas gestantes do que esperar horas por um parto normal.
A cesárea é prática, tem hora marcada para começar e para acabar.
E aí, para convencer uma mulher a fazer uma cesárea, e eles nem precisam fazer muita coisa: falam que ela não tem passagem (o que somente é possível saber na hora do trabalho de parto), falam que circular de cordão impede o nascimento natural (o que não é verdade), que depois da primeira cesárea não pode ter parto normal (minha sogra teve dois partos normais depois da primeira cesárea) e muito mais.
E agente cai nessas conversas porque é a primeira vez que temos filho e não entendemos nada de parto.
Porque ouvir essas coisas é o mesmo que ouvir que seu filho pode morrer....
Porque acreditamos que o médico jamais nos operaria sem necessidade.

Mas a realidade não é essa e hoje o que se prega é a segurança total da cirurgia, o que também não é verdade.

Eu mesma tive um sangramento por conta do corte da cesárea feito em meu útero que se não tivesse sido contido me levaria a dois terríveis caminhos: uma histerectomia (retirada da útero) ou à morte.

Eu vejo uma cirurgia feita sem necessidade e por conveniência e preferência do médico, uma mutilação e um crime. Sem mencionar a falta de ética profissional.

Acontece que muitas mulheres também fazem preferência pela cesárea. E aí?
E aí, eu acho que cabe ao médico ser ético e somente operar em caso de necessidade, não porque a paciente prefere um procedimento cirúrgico.
Ou alguém já ouviu falar de pessoas que chegam ao médico e falam: quero tirar um rim, e viver com um só, sem motivo clínico nenhum, o médico vai lá e tira, só porque o paciente quer?

Claro que muita gente vai defender o direito de escolha da mulher. Mas será que realmente ela tem o direito de escolher fazer uma cirurgia sem necessidade quando isso põe também em risco outra vida? Será que é mesmo só o seu corpo que está envolvido?

Essa é uma questão complexa e há muito que se pensar a respeito.
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Ana Cláudia Bessa

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

PORQUE EU ANULO MEU VOTO

Estamos novamente em ano eleitoral. Desta vez vamos ter o "privilégio" de escolher os nossos representantes "mais próximos": prefeitos e vereadores. Mais uma vez, tudo indica, anularei meu voto. Não, não pensem que sou apologista do voto nulo. Tampouco me considero alienado ou que esteja abdicando de um "sagrado direito". Não tenho opinião formada sobre a eficácia de uma anulação em larga escala, embora saiba perfeitamente que aquela falácia de que votos nulos em quantidade possam "anular" uma eleição não passa mesmo de falácia.

Votar nulo, para mim, é apenas uma atitude em obediência a minhas mais íntimas convicções no que diz respeito aos candidatos, seus partidos e suas "coligações". Não pretendo e nem acredito estar "fazendo cabeças", até porque, os leitores deste blog são suficientemente inteligentes e de "cabeça feita", e, além do mais, por mais metido que eu possa ser, não passa nem um pouquinho pela minha cabeça que eu possa ser um formador de opiniões.

Por que então emito opiniões e as divulgo para pessoas que não me pediram? Basicamente porque acho esse "exercício" o maior dos baratos que este milagre chamado internet nos proporcionou, ou seja, a possibilidade de nos posicionarmos em relação ao que quer que seja sem dependermos dos "meios de comunicação" convencionais, a chamada "midia". Faço isso sem me esconder no anonimato (aliás, esclareço que IVO FONTAN é uma redução de meu próprio nome - IVONILTON, e é um pseudônimo oficial, já que está registrado na SADEMBRA, Sociedade de Direitos Autorais).

Mas vamos voltar ao tema: minhas posições! Olha, eu sei que o que eu vou dizer agora vai parecer ingenuidade, romantismo e, até mesmo, um certo "quixotismo", mas a verdade é que eu não consigo aceitar a idéia (lembram do Paulo Betti na época do "mensalão?) de que não se faz política sem "meter a mão na merda" (não quero transformar o Paulo Betti num novo Gerson, mas ele falou isso e tem que arcar com as consequências). Política é um conceito bastante subjetivo. De sua essência fazem parte astúcia, habilidade, persuasão e outras habilidades nem sempre encontradas em dose elevada no cidadão comum.

A habilidade política implica necessariamente saber negociar, acordar (fazer acordos), ceder, rever etc etc etc. Só que tudo isso, prá mim, tem que ser praticado dentro de LIMITES, que são: honestidade, honradez, lisura, parará, parará, parará...Aí é que está o problema. Os "políticos", de um modo geral (e isso não é uma prerrogativa dos "nossos", que fique bem claro), não conhecem estes limites! Pragmatismo, para eles, significa "licença para fazer QUALQUER COISA em nome de seus objetivos". E por qualquer coisa entenda-se QUALQUER COISA MESMO! E o pior é que essa lógica maldita disseminou-se pela sociedade (eu diria pela atual civilização!) de tal forma que nós, cidadãos comuns, não-políticos, acabamos por coonestar essa praga e aceitá-la, assimilá-la, digeri-la...EU ME RECUSO.

Por isso, qual um "sebastianista", eu espero o regresso de um "homem de bem", vindo sei lá de onde (talvez da antiga Grécia, berço da democracia), que chegue fazendo política LIMPA, sem alianças com "Deus" e o "diabo"; sem servir a dois senhores; sem violentar os meus sentimentos; sem meter a mão na merda!Esse cara vai vir? provavelmente não, mas eu me contento em votar no que "chegar mais perto disso". Só que, entre os candidatos que se apresentaram nos últimos pleitos (de presidente a vereador), NINGUÉM CHEGOU PERTO!

Por isso, nesta eleição que vem aí, votem com as suas consciências e, sobretudo, orgulhem-se do seu voto, assim como eu, se for o caso, continuarei me orgulhando do meu não-voto!

__________________________________________________________________________________ Ivo Fontan

Blogagem coletiva contra a PEDOFILIA


Este texto foi postado em 21/06/07 e estamos republicando para participar da Blogagem Coletiva contra a Pedofilia a convite dos Amigos da Blogosfera.

Estava outro dia assistindo o programa “The Oprah Winfrey Show” no Canal GNT e o assunto era pedofilia.

Nos Estados Unidos existe uma Associação de pedófilos legalizada (!!!), chamada NAMBLA (North American Man/Boy Love Association) ou Associação Norte Americana do amor entre homens e meninos.

E eles têm até site!

Ãh? Mas aliciar/molestar menores não é ilegal? Não é crime?

É, mas nos Estados Unidos, assim como no Brasil, a lei tem brechas e interpretações e eles pregam que o relacionamento é consensual afirmando que as crianças têm esse desejo (de se relacionar sexualmente com adultos) e não dão vazão porque os pais que não são pedófilos as escravizam, não permitindo que elas dêem vazão aos seus instintos. Sendo assim, não usam de violência ou força para se relacionar com os menores. O que deixa de caracterizar o "crime".

Bem...mas o ponto central que quero debater não é esse.

Uma coisa interessante e que devemos guardar na memória: a profissão preferida entre os pedófilos é professor. Já pegaram inclusive casos com diretores de escolas. Portanto, cada dia mais devemos ficar atentos e não descuidar da escolha criteriosa da escola onde nosso filhos vão estudar. Tem escola que funciona sem mesmo ser regularizada.

Não estou aqui desmerecendo a profissão nem as entidades educacionais. Mas que tem muita gente por aí que não presta, tem. Como em toda profissão. Contudo, é importante que se lembre que uma criança ainda não sabe se defender ou mesmo entender claramente quando ela está sendo molestada.

Por isso, não é qualquer escola que deve merecer a nossa confiança.

E tem muitas mais vilões quando falamos em pedofilia.

Mas o ponto principal que quero falar é que havia no programa, vários especialistas de repórteres à policiais e esposas de pedófilos. Um deles disse que o grande disseminador da pedofilia é a internet. E não vê solução para isso.

Por isso, meus amigos, é bom que nós, usuários e amantes de informática, demos limites aos nossos filhos no que se refere ao uso da internet.

Será que não estamos liberando cedo demais o uso do computador?

Será que essas crianças não deveriam brincar um pouco mais de bola, correr, andar de bicicleta do que ficar na frente de um computador?

Será benéfico este excesso de estimulação?

No próximo post falaremos mais desse interessantíssimo programa da Oprah que ganhou toda a minha atenção numa tarde durante a semana.
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Ana Cláudia Bessa
Esta blogagem coletiva foi uma iniciativa do blog LUZ DE LUMA a quem parabenizamos pela iniciativa e pelo enorme sucesso da campanha!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A Escolha da Escola - parte 1

Há tempos venho querendo escrever um texto sobre escolas. Quando comecei a procurar uma escola para a minha filha mais velha (tenho duas, a segunda ainda estava na barriga), li um bocado sobre o assunto, me informei sobre os métodos pedagógicos, procurei saber no que deveria reparar em termos de estrutura e pensei no que eu queria para elas.

A primeira escola foi escolhida mais por conveniência (era muito perto de casa, tinha uma estrutura razoável para a idade da minha filha, com dois anos na época, e tinha uma equipe atenta e carinhosa) do que por encanto pela linha pedagógica. Quer dizer, na verdade, a linha pedagógica era interessante, mas eu confesso que nem sempre me encantava com a maneira como as atividades eram desenvolvidas. Além disso, eu tinha a impressão de que a equipe era muito simpática com a gente e tal, mas não dava importância de verdade ao que achávamos. E às vezes eu até tinha a impressão de que, para eles, os pais não sacavam nada de educação formal, portanto não precisavam saber muito nem tinham que "apitar" muito na escola. (Claro que isso não era dito explicitamente, era só uma impressão que o contato me passava.)

Quando chegou a hora da caçula começar a estudar, fui correr atrás de uma escola que me encantasse de verdade. Procurei um bocado, bati muita perna, descartei algumas logo de cara, voltei mais vezes em outras e levei o marido para ajudar a tomar a decisão final, depois de ter restringido a minha escolha a duas escolas.

A verdade é que, mesmo não sendo a escola dos meus sonhos, a primeira escola me ajudou muito a descobrir o que eu queria encontrar. O processo de escolha da escola tem a parte prática, de itens objetivos que precisamos analisar e entender, mas também tem uma parte subjetiva, relacionada a sensações, àquele "sexto sentido". E a escolha da escola, acima de tudo, tem que estar relacionada ao modo de vida da família, precisa ter a ver também com a filosofia e jeito de educar de cada um. É preciso que exista uma comunhão entre o que a escola pensa e o que os pais pensam. Não tem nada a ver uma família com valores supertradicionais escolher uma escola alternativa. E vice-versa.

continua em próxima postagem

_________________________________________________________________________________ Silvia Schiros

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

SEM TÍTULO, SEM NADA!

Alexandre era uma espécie de irmão mais novo para mim. Digo "uma espécie" porque não fomos criados juntos. Minha mãe o criou depois que eu já estava casado. Aos vinte e tantos anos Alexandre tornou-se policial civil. Como fruto de um casamento mal sucedido, Alexandre teve um filho que, por reviravoltas do destino, veio parar também na casa de minha mãe, onde já está há uns três ou quatro anos.

Como minha mãe mora num dos muitos bairros do Rio "dominados" pelos verdadeiros donos desta cidade - os bandidos, as visitas de Alexandre ao filho eram sempre muito rápidas e cercadas de tensão, pois a bandidagem local não "toleraria" um "cana" na área. Mesmo sendo ele nascido e criado ali.

Confesso que esta situação me causava apreensão. Temia receber a notícia de que ele havia sido emboscado na porta de casa. Não chegou a acontecer isso. Mataram Alexandre em outro bairro, num rotineiro assalto. Descobriram que ele era policial e, embora desarmado, o fuzilaram, do jeito que todos nós já sabemos.

Os jornais não noticiaram e nenhum representante dos defensores de "direitos humanos" compareceu a seu funeral. Seu filhinho, perplexo, não consegue entender porque os "homens maus" levaram seu papai. Minha mãe, que já perdera seu filho mais velho (meu irmão) há pouco mais de um ano, está mal, muito mal. Temo por sua saúde física e mental.

Esta é a desgraçada realidade do Rio. Não há horizonte. Não há esperança.

Não há nada, além de dor, revolta, impotência, desespero!

________________________________________________________________________________ Ivo Fontan

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Fumantes e Não-Fumantes

Quando a lei anti-fumo começou a ser cumprida aqui no Rio de Janeiro, os shoppings foram os primeiros a aderir e, claro, que eu adorei a notícia. Embora a lei seja de 1996, ela somente começou a ser cumprida em meados de 2005, se não me engano. Ou seja, no estado do Rio não se pode fumar em lugares fechados.

Aí, me lembrei de uma história num shopping da zona norte do Rio. Tinha um monte de avisos do tipo “Aqui não se fuma” e todos os cinzeiros vazios, sem areia. Contudo, insistentemente, um fumante nos “perseguia” pelos corredores com seu cigarro aceso.
Num determinado ponto, comecei a procurar um segurança e nada...
Isso já é ruim...ainda mais com um fumante na minha cola...rs...

Mas o tragicômico foi que ao encontrar um vigilante, ele informou que ele conhecia a lei mas que ali no shopping a lei não valia. Ou seja, por causa de um mero fumante, eu teria que chamar a polícia para fazer a lei ser cumprida.

Claro que eu não cheguei a este termo, porque nem sempre estou afim de ir ás vias de fato. Tudo bem, merece: o fumante merece, o shopping merece, o vigia merece.
Mas já apararam para pensar no surrealismo da situação?
Eu chamando a polícia para uma pessoa apagar um cigarro porque o shopping escolheu não seguir a lei...

Fiz o seguinte: mandei um e-mail para o shopping e relatei o ocorrido.
Só faltou uma coisa: o nome do vigia. Porque nessa hora a gente tem que ter essa “sacação”: pegar o nome da pessoa que está nos atendendo. O Shopping negou a orientação e nas vezes que eu voltei lá, não vi mais ninguém fumando.

E isso me lembrou que certa vez, eu , meu irmão e o maridão estávamos num restaurante em Ouro Preto. Lamentavelmente, tinha uma pessoa fumando, empestiando todo o salão e a gente não podia falar nada porque ele estava na área de fumantes (uma das coisas mais imbecis que existe...afinal, como mostrar o caminho certo para a fumaça? Ventilando? Não resolve, pode crer...só se for um vendaval...).

Aí, entrou um grupo de turistas americanos e depois de 10 minutos, um dos turistas começou a reclamar (em inglês) da fumaça. Como o garçon disse que não poderia fazer nada, o americano levantou-se e falou que iria embora. O garçon ainda tentou argumentar falando que falaria com o cliente. Mas o americano rebateu:

Vocês não permitem que fumem? Então, eu não sou obrigada a comer sentindo este cheiro horroroso. Com quantos clientes fumantes que entrem o senhor pretende falar? Espera que eu reclame a cada cigarro acendido?

E foi embora.
Palmas pra ele!

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Ana Cláudia Bessa

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Vamos salvar a CASA DE PARTO !

Amigos, a CASA DE PARTO de Juiz de Fora, precisa de nossa ajuda.

Um jornal local está fazendo uma enquete sobre a Casa de Parto de Juiz de Fora, que corre o risco de ser fechada porque os médicos estão fazendo uma pressão absurda, está um bafafá danado por lá. A enquete tá nesta página, mais abaixo à esquerda, na coluna da lateral:http://www.jornalpanoramajf.com.br/index.php

Você concorda com a suspensão das atividades da Casa de Parto?
Diga NÃO!!!! NÓS NÃO CONCORDAMOS COM A SUSPENSÃO!!!VOTE NÃO!!!

Votei agora, e só tinha 40% de votos contra o fechamento da Casa de Parto!

Eu posso falar por experiência própria pois frequentei a Casa de parto de Realengo e é a coisa mais linda que eu já vi!

As mulheres são tratadas com dignidade, respeito, competência, (muito) carinho e profissionalismo. São mulheres cuidando de mulheres e dando à nós o direito a um parto natural, num ambiente tranquilo e acolhedor sem intervenções cirúrgicas ou de praxe que agridem, mutilam e maltratam a mulher e o bebê. E tudo isso DE GRAÇA !

Parto na água? Lá tem!

Presença e participação do pai? Lá tem!

Preparação e acompnhamento pré e pós-parto? Lá tem!

Orientação, exercícios, palestras durante a gestação para gestantes e seus parceiros? Lá tem!

Parto sem laceração da vagina? Lá tem!

Parto Natural? Lá tem!

Não há risco para as mulheres que tem sempre um hospital de referência e ambulância de plantão para atendimento de emergências. As enfermeiras são enfermeiras obstétricas experientes. O ambiente é maravilhoso e as instalações parecem a casa da gente. A gestante tem direito a quarto privativo, banheira, música... coisa de poucos, mesmo nos melhores hospitais privados do país!

Os médicos fazem este alarde todo porque querem se manter como donos do parto e do corpo da mulher, medicalizando cada vez mais o nascimento que é um fenômeno natural e fisiológico!

Ajudem, amigos, a acabar com este escândalo que é 80% de cesáreas no Brasil.

Isso significa que 65% das mulheres podem estar sendo operadas sem necessidade clínica e sim por conveniência do médico que não quer perder tempo ou que não sabe acompanhar um parto normal e expõe mães e bebês a risco de 4 a 10 vezes maiores, a infecção hospitalar, complicações pós-parto para a gestante e para o bebê e ainda a submete a um dolorido e sofrido pós-operatório que no parto normal simplesmente NÃO EXISTE! Dando á mulher plenas condições de dar toda atenção, carinho e dedicação ao seu filho que acabou de nascer.

E os dados falam por si:

"Não houve necessidade de cesariana para 87% das mulheres assistidas. Apenas 3,4% foram transferidas para hospitais; 4,7% utilizaram anestesia; 2,1% fizeram episiotomia(nota minha: corte na vagina) e 1% precisou de fórceps. A pesquisa concluiu que os percentuais de intervenção são mais baixos que nos hospitais.
Mesmo com aprovação das mulheres e autorização de funcionamento pelo Ministério da Saúde, as casas de parto não são consenso entre os profissionais de saúde. Isso acontece porque as casas podem ser geridas por enfermeiras-obstetras e não são obrigadas a ter supervisão de um médico.
Um dado importante, segundo o Ministério da Saúde, é que não houve nenhum óbito materno, num total de 4.838 partos entre os anos 2001 e 2004. Esse número corresponde aos partos realizados nas casas de Belo Horizonte, Juiz de Fora e Rio de Janeiro. Desse total, houve seis óbitos neonatais." (http://www.previ.com.br/portal/page?_pageid=56,484921&_dad=portal&_schema=PORTAL)

Taí, apenas seis óbitos neonatais em tantos atendimentos em tantos anos! Óbitos que provavelmente teriam acontecido em qualquer circunstância e que com certeza, recebeu todo o atnedimento necessário. Recentemente saiu uma pesquisa revelendo que a cesariana é a maior causa de mortes maternas no Brasil. É preciso que tenhamos essa consciência e passemos a tratar o parto como um evento natural do corpo da mulher e que privar o bebê de nascer desta forma de nascimento é privá-lo de mais carinho, tranquilidade e principalmente, saúde.

Parto bom é parto normal! Normal, é parto normal!

Votem e ajude a Casa de parto de Juiz de Fora a continuar oferencendo este trabalho primordial à nós, mulheres!

Diga NÃO!!!! NÓS NÃO CONCORDAMOS COM A SUSPENSÃO!!!VOTE NÃO!!!


_________________________________________________________________________________ Ana Cláudia Bessa e Silvia Schiros

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

"Reciclando Textos"- QUERO MEU RIO DE VOLTA (QUE RIO?)

Andei fazendo umas "arrumações" nos meus arquivos e acabei relendo uma série de artigos que escrevi há um, dois, três anos atrás (antes do blog). Para minha surpresa a maioria deles continua atualíssimo. Selecionei alguns e, com a licença de vocês, passarei a publicá-los neste blog. Virão identificados pela expressão "Reciclando Textos", seguida da data da publicação original.Aí vai o primeiro.

05/11/2006 - QUERO MEU RIO DE VOLTA (QUE RIO?)
Pessoalmente eu detesto essas enquetezinhas de jornal sobre "as dez melhores isso" ou "as dez melhores aquilo". Primeiro porque acho isso jornalismozinho de quinta categoria. Segundo porque a fórmula é sempre a mesma: Os "pesquisados" são as celebridadezinhas do momento com inserção de um ou dois "do povo", para mostrar que o jornal ou o jornalista é muito democrático. Mas há um agravante quando a tal enquete envolve o Rio de Janeiro: invariavelmente os pesquisados, em sua maioria esmagadora, consideram como Rio de Janeiro a zona sul da cidade. Eventualmente, para dar um "tempero exótico", um ou outro inclui algo do Centro, da Tijuca ou, exotismo dos exotismos, do longínquo Meier, de cuja existência os pesquisados apenas tem notícia.

A última foi hoje, na coluna "Gente Boa", do segundo caderno do GLOBO, assinado pelo jornalista Joaquim Ferreira dos Santos (ele próprio nascido e criado na rua Tejupá, Vila da Penha!) Sob o título entre aspas lá de cima e subtítulo: Cariocas revelam as maiores saudades de uma cidade que luta para não perder suas identidades, Joaquim abre espaço para 17 "cariocas" que revelam do que mais sentem falta no (que para eles é o) Rio de Janeiro. A fórmula é a mesma e o resultado também. Com uma ou outra concessão "centrista" ou "tijucana" os pesquisados desfiam um rol de coisas, lugares, personagens etc dos quais sentem falta em sua cidade, ou seja, do Flamengo ao Leblon.

Pois bem, sem nenhum desrespeito aos cariocas desta parte da cidade e suas lembranças e saudades, eu também sou carioca e também tenho saudades de muitas coisas boas que vi, senti e vivi no subúrbio onde nasci e me criei (e, provavelmente, em alguns momentos esbarrei com o Joaquim). Sei que ninguém me perguntou, mas vou fazer minha relaçãozinha das coisas que ficaram perdidas num passado não muito distante do MEU Rio:- As cadeiras na calçada nas noites quentes e estreladas;- As "peladas" de times-contra entre bairros nos muitos campos de várzea;- As tardes de sábado no Parque da Penha;- As sessões de cinema de domingo à tarde nos cines S. Pedro e Mello;- As conversas fiadas no banco da praça;- Provar todo a "cardápio" (um ítem por domingo) do BOB’S do "Tem-Tudo" (O segundo "shopping" do Rio. O primeiro foi o do Meier!) de Madureira;- Assistir jogos de HOQUEI (sobre patins) no Mello Tenis Clube;- Jogar "garrafão" no meio da rua;- Correr atrás de pipa-voada;- Comprar revistinha de sacanagem do Zéfiro clandestinamente no jornaleiro (e trocar essas revistinhas com os amigos). Vou ficar nessas para fechar dez.

Proponho que você, que também é carioca de outras regiões, faça também a sua listinha. Não vai servir para nada, mas faz a gente se sentir bem. A mim fez.

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Ivo Fontam

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

1 ano sem João...

Foi este trágico acontecimento que desencadeou o que hoje é o nosso blog. Em lembrança a este dia, que nunca deve ser esquecido, coloco aqui um link para o texto sobre quando comparecemos á passeata que aconteceu 30 dias após a tragédia. Hoje, 1 ano depois, os assassinos foram condenados à pena máxima. Minha pergunta é: até quando vão ficar presos?

O menor de idade fica recluso por , no máximo, 3 anos. E os outros maiores de idade? A justiça pode permitir que eles saiam bem mais cedo do que as penas a que foram condenados, basta terem "bom comportamento". Essa é a nossa justiça.

Não podemos esquecer destes acontecimentos. Não, até conseguirmos mudar essa situação. Se o poder público não tomar conta, os bandidos tomarão, não há dúvidas. Eu já tive a violência bem perto de mim. Meu marido já foi assaltado com arma na cabeça duas vezes, na última, foi levado como refém (isso há uns 8 anos !!!). Minha mãe já foi rendida por menores que a ameaçaram com pedaços de caco de vidro, uma amiga teve a irmã vitimada naquele ônibus em que atearam fogo perto de uma universidade no subúrbio. Faleceu horas depois, vítima das queimaduras. No enterro, tinha meia-dúzia de repórteres e NINGUÉM dos DIREITOS HUMANOS.

Seis meses depois, essa amiga, levou um tiro na mão durante um assalto, durante sua tentativa de fuga. Foi em Sepetiba, num lugar ermo, que se ela ficasse , ninguém sabe o que o bandido faria com ela e com a enteada que estavam no carro. Ela quase perdeu a mão e a bala que ricocheteou dentro do carro, atravessou a perna da enteada. Eu já passei de carro no meio de um tiroteio na estrada Grajaú-Jacarepaguá e posso dizer que é desesperador. Me abaixei, acelerei e fiquei esperando sentir a dor, que graças à Deus, não veio. Aliás, é impressionante a dimensão do som de uma metralhadora, parece que está ao noso lado. Depois desse dia, eu que morava em Jacarepaguá, passei a me impor o limite de somente pegar este caminho, invariavelmente, antes das 21 horas. E cumpri à risca! Isso há muitos anos atrás. Hoje, nem sei. Acho que só passo de dia, e olhe lá.

Meu marido não usa a Linha Vermelha. E isso é uma tranquilidade porque quando o "bicho pega" por lá, e isso é muito comum, eu já sei que ele está fora dali. A Avenida Brasil, ainda é menos pior.

Mas o Rio está indo num galopar de insegurança onde os caminhos passam a não ter mais opção. A Linha Amarela é uma loteria da morte, a Lagoa Barra passa na linha de fogo entre favelas rivais como a Rocinha e o Vidigal. O alto da Boa Vista, que sempre foi uma opção, já está sendo manjado pela falta de policiamente e temos o recente caso do Lídio Toledo Filho.






Tragédias que nunca passam para quem as viveu.

Enquanto os políticos passam de helicóptero, literalmente, por cima dos cidadãos.

_________________________________________________________________________________ Ana Cláudia Bessa

Leia sobre o tragédia:
Criminosos sabiam que o menino estava preso ao carro
Relembre outros casos de violência
Cronologia dos ataques no Rio de Janeiro

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O Filho e o Cão

Quem não tem, não sabe como é.
Quem tem, não sabe viver sem.

É engraçado isso, muita gente acha impossível ter os dois, digo filhos e cães juntos, mas não é não!

Claro, não sou uma entendida de cães como a Ana Cláudia (a chefe deste blog), mas tenho minha experienciazinha com esta situação.

Quando eu engravidei fiquei muito preocupada com o meu cãozinho (um shinauzer miniatura preto), afinal de contas até aquele momento ele era "filho" único. Mas, com leituras em livros especializados, buscas na internet e consultas a Dra Ana Claudia Bessa, deu tudo certo.

Deixamos o little dog inserido na montagem do quarto, cheirando e verificando tudo que entrava, o acostumamos a ter sua comida "roubada" e sua água derrubada, e também a ser puxado pelas orelhas e outras partes do corpo.

Quando chegamos da maternidade, a primeira coisa que fiz ao sair do carro foi colocar o filho mais novo para ser conhecido e reconhecido pelo mais velho. Coloquei o bebê conforto no chão. Até aí tranquilo.

Claro, era muita novidade para que um cãozinho não estranhase, mas até que meu mascote levou na boa, aliás ele foi a melhor babá que meu filho poderia ter. A cada resmungo do neném e lá estava meu cãozinho ganindo junto de mim, ou então levando o brinquedinho dele (ele tem um ursinho de pelúcia chamado Venceslau) para o bebê. Tirem suas conclusões.

Conforme o bebê foi crescendo, eles foram se embolando (literalmente), brincavam como dois filhotes que eram, só que o cãozinho não sabia que esta relação iria se transformar numa convivência de amor e ódio.

Hoje o filho mais novo tem 4 anos e o mais velho tem 6 anos, e a quase 1 ano que eles vivem esta relação conflituosa.

O mais novo, tem ciúmes, persegue, chuta, puxa a orelha e grita com o mais velho.

O mais velho, tem ciúmes, foge, se esquiva, late, rosna, avisa que vai morder e de vez em quando até dá umas mordidinhas, até porque ele já não aguenta mais a perseguição do mais velho.

E os dois vivem de castigo!

Tá! tudo bem, eles dividem os lanches (o que não é saudável nem para um nem para o outro), mas até aí sócios não precisam necessariamente serem amigos.

Achávamos então que isso nunca iria mudar, mas no outro dia em que todos estavam em casa, levamos o doguinho para banho e tosa e então a transformação ou revelação aconteceu. O humaninho teve uma crise, perguntava a toda hora onde estava o outro, porque ele não voltava, porque foi tomar banho, que horas iria acabar.

Explicamos então que ele tinha ido cortar o cabelo e aí o berreiro começou. Não, não podíamos fazer aquilo, coitadinho do doguinho, buááááááááááá.

Quando ele voltou (o cão), pela primeira vez, eu ví o doguinho fazendo festa no humanozinho.
Ai que orgulho!.

Está dando certo a ladainha de que os animais são nossos amigos, que eles são companheiros, que não podemos fazer mal, não podemos deixar sozinhos, etc, etc.

Companheiros pais, não desistam, invistam, insistam, persistam, tanto com o humanozinho, quanto com o doguinho, pois ele também tem que ter sua parte na bronca. Eles irão absorver e mais, irão entender e no futuro só irão trazer orgulho.

ps.: Sem esquecer aquelas premissas básicas: não deixar crianças e animais sozinhos juntos e separados, por mais que confie em seu animal de estimação, esteja sempre atento, e para os pais que querem adquirir um cãozinho uma boa dica é ler o livro Feliz pra Cachorro, olha o jabá rolando aí.

__________________________________________________________________________________ Cristiane A. Fetter

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

"Só falta você!"

Cheguei um dia para fazer um pagamento direto no caixa do Banco Itatú.
A fila tinha brincando mais de 60 pessoas e apenas 2 caixas atendendo, incluindo o atendimento prioritário.

Diante da população que aguardava pacientemente a fila andar um passo a cada 10 minutos, tentei ficar calculando quanto tempo eu passaria naquela fila e quanto tempo se passou desde que a pessoa que está sendo atendida entrou no banco.

Em meio a minhas divagações lembrei-me da propaganda do Banco Itatú : SÓ FALTA VOCÊ.

Chamei um gerente, mostrei a fila, apontei para o cartaz e perguntei:

Acho que não falta mais ninguém, que tal colocar mais caixas atendendo antes de chamar mais gente?

O gerente deu meia dúzia de desculpas e não colocou mais gente atendendo. Pensei em outra alternativa para fugir da fila e saí do banco sem ser atendida.

Portanto, não vá ao Banco Itatú, mesmo que eles convidem.
Está lotado e não falta mais ninguém, exceto funcionários.

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Ana Cláudia Bessa

Blog-Cabeça

O blog Tô Doida da nossa amiga e colaboraDOIDA Cris , nos presenteou com este selo Cabeça...rs...

Adorei!

Valeu Cris, você também é uma amiga-cabeça....e coração!

Indicamos aqui o blog da nossa amiga Ceila Santos: Freelancer - o Profissional que Rala , que é sério e bacana de se ler, embora eu nunca tenha comentado porque os assuntos fogem da minha alçada, mas que eu gosto, gosto!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

FUTEBOL E CIDADANIA

Pelo país inteiro contam-se às centenas (talvez milhares) os projetos voltados para crianças, que utilizam o futebol como elemento de "inclusão" social. São iniciativas governamentais, de ONGs especificamente constituídas para essa finalidade, de clubes desportivos, particulares (ex-atletas, treinadores e outros profissionais de alguma forma ligados ao esporte), etc. Todos, indefectivelmente, empunhando o estandarte do esporte como agente da cidadania, da formação do caráter, pa-rá-rá, pa-rá-rá, pa-rá-rá...

Eu, particularmente, acho que o que "inclui" é educação, de forma ampla (e o esporte é apenas uma parte disso), mas reconheço o valor relativo de se propiciar atividades esportivas a crianças de comunidades pobres ou marginais como forma de transmitir determinados valores e, mesmo, em situações extremas, ocupar o físico e a mente de jovens que vivem perigosamente próximos da fronteira entre o "certo" e o "errado", socialmente falando. Até aí tudo bem, mas será que o chamado "nobre esporte bretão" é o mais indicado para isso?

Vou tentar explicar melhor. Minha dúvida não é quanto ao valor do futebol, enquanto esporte, já que, como qualquer esporte, sujeita os praticantes a regras definidas, comportamentos, disciplinas etc etc etc. Em tese é interessante oferecer aos jovens uma atividade em que se exercitem essas coisas. Mas o futebol? Pelo menos essa coisa que hoje se pratica pelos estádios do mundo sob essa denominação?

Vejam só algumas coisinhas: "A regra é clara", como diz um conhecido comentarista de arbitragem e ex-árbitro de futebol, não é mesmo? Pois bem, o "livrinho" está lá dizendo tudo o que pode e o que não pode, o certo e o errado, não é? Pois bem, e o que faz a maioria dos jogadores durante a maioria dos noventa e tantos minutos de uma partida senão tentar burlar não só o livrinho como o bom senso, a inteligência, a ética e, não raro, até mesmo a lei!
Exagero? Vamos falar a verdade.
Você já viu um espetáculo de dissimulações, fingimentos, fraudes, oportunismos maior do que uma partida de futebol?

Já viu um jogador cobrar uma falta do exato local onde ela foi cometida?

Ou uma cobrança de lateral do ponto onde a bola saiu?

Já viu um jogador de time que está ganhando sofrer uma falta leve e não se "esborrachar" no chão fazendo caretas horrendas se contorcendo como se tivesse sido atropelado por um trator desgovernado?

Já viu algum deles fazendo um gol em impedimento ou com ajuda da "munheca" e acatando a marcação do árbitro (já nem digo "se acusando")?

Ou um goleiro que não avance dois ou três passos antes da cobrança de uma penalidade máxima?

Ou uma barreira que não "cresça" diante de um cobrador de falta?

Isso e muito mais só para citar o que acontece dentro de campo. E as atitudes (e as instruções) dos treinadores? E dos dirigentes, antes, durante e depois das "pelejas"? Tente se lembrar de uma atitude que você possa classificar como ética ou desportiva, partida de um "boleiro", que você tenha testemunhado dentro das chamadas "quatro linhas" nos últimos anos!

O que dizer então do comportamento de atletas, dirigentes, treinadores, agentes, assessores etc, fora de campo? Já viu algum deles declarar o que realmente ganha para a receita?
E o beijinho no "escudo" na comemoração do gol? Já viu falsidade maior? Aliás, eu não me lembro de ter visto o Pelé ou o Zico beijarem o escudo do Santos ou do Flamengo para comemorar gol! Em compensação posso citar uns vinte que, últimamente, beijaram pelo menos cinco escudos diferentes em duas ou três temporadas!

Pois é, você ainda acha que esse é o melhor esporte para ensinar cidadania a uma criança?
__________________________________________________________________________________ Ivo Fontan

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

QUAL O DESMATAMENTO IDEAL PARA VOCÊ?

Escrevo hoje, 25/01, "sob efeito" da notícia publicada ontem, com estardalhaço, por todos os meios de comunicação: "Desmatamento na Amazônia é recorde em 2007".

É claro que causou impacto na opinião pública. As seçoes de cartas dos jornais refletiram isso. No entanto se a notícia fosse: "Desmatamento fica abaixo da média histórica", por exemplo, iríamos todos ficar felizes. O presidente, ufanista, certamente citaria isso nos próximos discursos. Aí está o problema. A gente "festeja" o desmatamento da Amazônia. Só depende da taxa!

É como se desmatando em taxas decrescentes estivéssemos preservando. Há um enorme cinismo e um enorme engôdo envolvendo tudo o que diz respeito à Amazônia. "Vende-se", por um lado, a idéia de que é um patrimônio da humanidade; pulmão do mundo: maior reserva da biosfera; etc etc Por tudo isso deve ser preservada; utilizada de forma sustentável etc etc Por outro, tolera-se (e incentiva-se) a expansão das fronteiras agrícolas e pecuárias em sua direção; o extrativismo predatório etc etc.Volta-e-meia, programas de governo surgem apresentando propostas mirabolantes (e, na prática, incontroláveis) de uso e ocupação. ,

Está em curso mais uma, no PAC.Por que incontroláveis? Porque os órgãos encarregados de controlar não o fazem. E por quê não o fazem? Por que não tem pessoal nem estrutura. E por que não tem? Por que os governos não querem que tenham! E as forças armadas? Há muito vem sendo sucateadas e afastadas das funções de controle de ocupação e uso desta enorme fatia do país. É impressionante como não se pode confiar em absolutamente nada que se diz sobre a Amazônia. Seja qual for a fonte. Cada uma distorce a verdade a fim de adequá-la aos seus interesses.

Conheci, ao longo de minha vida, militares e homens de ciência, verdadeiramente conhecedores da região e.. sem voz! Isso mesmo, eram homens angustiados por conhecerem uma realidade diferente daquela "oficial" e não terem a chance de poder dizer: "Gente, não é nada disso. Estão enganando vocês. A verdade é..."Enquanto isso, a cada ano come-se mais um pedacinho. É "pouca coisa" por vez. A unidade dessa "devoração" é o hectare, normalmente traduzida para o "populês" convertida em "campos de futebol"! Afinal, para que manter aquela mataria toda lá, inútil, hostil, perigosa, cheia de bichos horrorosos, doenças e sei lá mais que horrores, quando podemos usar aquela terra toda para plantar "commodities", criar gado, desenvolver, progredir!!!

Sabem de uma coisa? A Mata Atlântica a gente levou quase cinco séculos para praticamente perder. Com a Amazônia não aposto em sobrevida no século XXII!

__________________________________________________________________________________ Ivo Fontan

Pensamentos que nos fazem pensar....

Enquanto as crianças ainda são pequenas,
ofereça-lhes raízes profundas;
quando crescerem, dê-lhes asas.
(Provérbio Indiano)