Amigos, eu tinha programado este texto para republicar hoje mas o sistema falhou e entrou aquela da televisão. Então, consertando o erro sistemático...risos...vai um texto que escrevi em 02 de Julho do ano passado que conta minha experiência pessoal com meu dois tesouros.
Quem AMA, AMAmenta!
Amamentar não é fácil.
Quando no deparamos com esta necessidade pela primeira vez, os dois protagonistas são iniciantes: mãe e recém-nascido.
O livro “Quem ama, Educa!” não é meu livro preferido. Mas acho um livro que não é totalmente ruim (mas isso é assunto para um outro dia). Contudo ele tem uma falha grosseira na parte que fala de amamentação. Ele fala que a obesidade infantil pode começar nesta fase quando a mãe não impõe limites ao bebê. Eu amamentei em livre demanda e meus filhos não são obesos. E não conheço nenhum caso deste tipo, comprovação científica ou respaldo médico para tal afirmação.
Amamentar resolve 90% dos problemas com os bebês. Eu costumo dizer que peito é bom pra tudo: cólica, gazes, soluço, manha... e fome, claro. E engorda, mas não tem nada de obesidade nisso!
Meu primeiro filho, segundo a neonatologista, não conseguia manter sua taxa de açúcar e foi internado para tomar soro glicosado. Uma notícia terrível naquele momento e nunca saberei se foi por conta do parto: uma cesareana com anestesia geral (e isso também é assunto para um outro dia...) ou por causa do tempo para eu me recuperar (a gente fica meio fora do ar até a anestesia passar...), deram NAN para ele!
Aliás, um outro assunto que merecemos discutir num outro dia: o incentivo da Nestlé ao consumo de leite em pó / fórmulas em idade inferior aos 6 meses e os procedimentos protocolares nos berçários das maternidades que normalmente dão mamadeiras e chupetas para os bebês, sem consultar previamente os pais.
Voltando.
Ele só mamou uma vez após nascido e depois dormiu direto...nem abria os olhinhos.
Diagnóstico: baixa taxa de açúcar.
Depois de 10 horas de soro sem que ninguém me falasse nada, EU PERGUNTEI SE NÃO PODERIA AMAMENTAR. Disseram que sim, com a maior naturalidade (como se ele não tivesse ficado todo esse tempo sem ter amamentado por falta de correta orientação por parte deles). Mas mãe de primeira viagem é luta desde que engravida...
Pois bem, do momento em que comecei a amamentar, na segunda mamada em diante, ele não voltou mais pro soro. Das 48 horas internado (6 mil reais de custo...pagos pelo plano, mas pagos), apenas 12 no soro. 36 horas apenas em observação depois de retomada a amamentação. Milagre do soro? Não! Do leite materno!
A amamentação em casa foi um sucesso, doei leite e ele mamou exclusivamente até os 8 meses. Nem água tomava. Nada de suquinho, nada de chazinho, nada de chupeta. Ele se manteve o tempo todo com peso acima da média da tabela, embora isso não me diga muita coisa pois já foi admitido pela OMS e se não me engano, já houve mudança na tabela, por conta da antiga não corresponder ao desenvolvimento das crianças que são alimentadas exclusivamente por leite materno durante os primeiros seis meses de vida.
Isso porque na década de 70, quando essa tabela foi montada, as mães eram estimuladas a dar complementos alimentares e o sucesso do momento era o LEITE EM PÓ.
Outra coisa interessante é que após a inserção de novos alimentos o peso dele caiu sensivelmente, nunca mais voltando aos valores acima da “média”, como acontecia durante a amamentação.
E para confirmar tudo isso: meu segundo filho, que não
ficou tempo suficiente no berçário para tomar NAN e que tinha um neonatologista que respeitou minhas decisões no trato com meu filho, não precisou de soro glicosado, foi para casa no dia seguinte e foi amamentado nas mesmas circunstâncias do primeiro, durante o mesmo tempo e apresentou os mesmos resultados: peso acima da média e queda de peso depois da inserção de novos alimentos. De novo: Nada de água, chazinhos ou suquinhos, só peito até os 8 meses e nos dois filhos, só introduzi novos alimentos porque eles manifestaram interesse. Ainda ssim, a adaptação foi lenta e dificíl. Imagine se fosse antes! O primeiro demamou naturalmente aos 10 meses, não aceitou mais o peito (eu estava grávida de 2 meses e provavelmente, como dizem, o sabor do leite deve ter mudado - esqueci de provar...puxa vida...). Já o segundo foi tranquilo até os dois anos e pouco e desmamou também naturalmente...tranquilo e eu senti mais do que ele...risos
Uma pesquisa que lí, há muito tempo no jornal, feita com mulheres nutridas e subnutridas, mostrou que a qualidade do leite das duas mães era a mesma.
Incrível, não!
A natureza é tão sábia que retira todos os nutrientes da mãe, mas não prejudica a alimentação do bebê.
Leite materno, neles!
Para saber mais, para orientações e ajuda na amamentação :
Como contribuição visual à blogagem coletiva da Semana Mundial da Amamentação, mande fotos suas (ou de outras amigas ou familiares) amamentando, para o email
sdeestocolmo@gmail.com - não esqueça de dizer os nomes da mãe e do(s) bebês (s) - e eu colocarei todas as fotos aqui nesse slide show em celebração da Semana Mundial da Amamentação que vai do dia 01 a 07 de agosto.
( a minha já está lá!)
http://relatosmatrice.wordpress.com/Nota: as imagens são de cada um dos meus filhos sendo amamentados. __________________________________________________
Ana Cláudia Bessa