sábado, 28 de abril de 2007

Receita de Casamento


Recentemente, terminei de ler o livro “O Monge e o Executivo – Uma história sobre a essência da liderança” de James C. Hunter. (Dentro da minha meta (horrível) de ler (apenas)1 livro a cada 3 meses. Mas é a meta plausível, para mim, neste momento.

Mas voltando ao livro, num determinado momento ele fala sobre casamentos. Sendo eu uma pessoa que está no segundo casamento, casada com um marido também reincidente....risos...sendo parceira na criação de um enteado, dois filhos e filha de pais separados e também re-casados com irmãos de ambos os lados (de pai, de mãe e de pai e mãe); me considero uma pessoa que tem alguma coisa a falar a respeito de casamentos.

E lá, no livro, há trecho que achei muito interessante porque dá uma receitinha para tentar salvar casamentos.

Como acredito que para casar não há receita. Quem sabe não há receita para continuar casado?

O que posso dizer é que cada dia mais os relacionamentos são descartáveis. As vidas, as amizades e até os filhos. Talvez pela facilidade em ser aceito na sociedade atual, talvez pela emancipação da mulher, que hoje não está mais dependente do marido e pode, sim, decidir-se por acabar com o relacionamento, talvez porque os homens estejam menos comprometidos com suas famílias.

Não sabemos de fato se existe uma razão óbvia. O fato é que as novas famílias formadas por irmãos de vários casamentos, não é uma realidade tão nova assim. Vide o meu caso que , hoje com 35 anos, tenho pais separados desde os 4 anos e tenho um irmão de 27 anos do segundo casamento de minha mãe. Logo, casamentos defeitos e refeitos, não são novidade para ninguém, acredito.

Mas será que não devemos tentar mais antes de desistir?
Será que não desistimos rápido demais daquela pessoa que um dia nos despertou tanto amor?
Com quem decidimos ter filhos?
Com quem dividimos nossos sonhos e nossos projetos para toda uma vida?

Claro que eu não sou exemplo, afinal sou divorciada e estou no segundo casamento. No meu caso, sendo absolutamente sincera, acredito que o insucesso de minha primeira tentativa foi a imaturidade. Casei-me cedo demais achando que amava uma pessoa que eu achava que tinha tudo a ver comigo. E descobri depois de 10 anos que eu não sabia o que era amor, nem o que era um companheiro ideal para mim quando decidi me casar. E assim vai acontecer com 99% dos separados: todos terão seus motivos para justificar que não era a pessoa certa ou que era a pessoa certa na hora errada ou ainda a pessoa errada na hora errada.

Mas o que posso afirmar é que, hoje, tendo já vivido essas coisas, eu tentaria de tudo para manter meu casamento (atual), meu relacionamento e não desistiria dele porque simplesmente posso afirmar que ele é a pessoa que quero ter ao meu lado aos 80 anos, com quem quero passar o resto da minha vida conversando (porque no final , é isso que nos restará...). Meu grande companheiro.
E você, passaria o resto de sua vida conversando com seu companheiro(a)?

Então tente, não desista, porque como filha de pais separados e mesmo tendo convivido bem com meus “padastros”, não fazendo nenhuma diferenciação entre meus irmãos (mesmos os que não são de pai e mãe) e podendo afirmar que ter pais separados não é o fim do mundo e pelo contrário, me fizeram amadurecer mais cedo para muitas outras coisas...
Ainda assim, penso que quero que meus filhos vivam exatamente como vivem hoje: como o amor e a convivência de seus pais debaixo do mesmo teto.

Sendo assim, como acredito que nosso blog seja por um futuro melhor para nossos filhos, esse assunto é mais do que pertinente.
Não sei a receitinha será boba ou útil, mas vale uma reflexão.

Beijo à todos!

Tony Campolo, muita vezes fala sobre o poder da práxis na cura dos casamentos. Ele afirma que a perda de sentimentos românticos que leva os casais a se divorciarem pode ser corrigida se o casal desejar. Para obter isso, cada um dos dois assume um compromisso durante 30 dias.
Eles se comprometem a tratar o cônjuge da maneira como o tratavam quando havia grandes sentimentos românticos, na época do namoro. A tarefa dele é dizer à mulher como ela é bonita, mandar-lhe flores, convida-la para jantar fora, etc. – em suma , fazer todas as coisas que fazia quando estava “apaixonado” por ela. A mulher também tem de tratar o marido como um novo namorado. Dizer-lhe que é bonito, preparar seu prato favorito, enfeitar-se para ele, esse tipo de coisa.
Campolo afirma que os casais que se comprometem com essas difíceis tarefas retomam os antigos sentimentos. Isso é práxis : Os sentimentos virão em função do comportamento.
Mas é tão difícil começar. Forçar-se a dar consideração e respeito à alguém de quem não gosta, ou comportar-se de maneira amorosa com alguém nada amável pode parecer uma prisão.
De fato, é.

Alongar-se e fazer nascer músculos emocionais é como alongar e fazer crescer músculos físicos. É difícil no princípio. Mas com compromisso e exercício adequado – prática – os músculos emocionais , assim como os físicos, se alongam e ficam maiores e mais fortes do que você podia imaginar”.

Acho que faz algum sentido, afinal, como diz em outro trecho do livro: “Amar não como você se sente em relação ao outro, mas sim , como você se comporta em relação ao outro”.

Bom final de semana!

terça-feira, 24 de abril de 2007

FAVELAS (II)

Favela e marginalidade são sinônimos desde que os desgraçados soldados sobreviventes de Canudos se estabeleceram ali pelos lados dos morros da zona portuária (Favela era o nome de um dos povoados do arraial de Canudos) e que os negros alforriados ocuparam as encostas do Meier no fim do século 19. Favela é distorção social, é degradação humana.

Enquanto era só (!!) isso, o fenômeno favelização foi tolerado, em grande parte incentivado (dali vinha a mão-de-obra útil e barata das classe média e alta ) e, mais que isso, glamurizado. A música, o cinema, o teatro, a literatura, trataram de pintar um quadro pitoresco, bucólico, alegre, dessa distorção.
Dos morros a favelização se espalhou para todo e qualquer espaço urbano mal utilizado ou desguarnecido. Margens de rios e canais; terrenos públicos com ocupação indefinida; áreas particulares em situação de conflito por espólio, herança etc e por aí a fora.

Percebidas como verdadeiros "currais" eleitorais por políticos inescrupulosos (existem escrupulosos?) as favelas passaram a representar um verdadeiro patrimônio eleitoral. O gueto tornou-se feudo. Afinal de contas aqueles infelizes estavam ocupando espaços urbanos desprezados pelos "verdadeiros cidadãos". Aqueles morros desagradáveis, aquelas nesgas de terra sem atrativo nem valor comercial...
Um centro de "assistência social" aqui, uma pracinha ali, uma quadra de esportes acolá e bingo... a garantia de mandatos e mais mandatos!

Acontece que marginalidade é marginalidade, para o bem e para o mal. O mesmo gueto que favorece interesses políticos canalhas também favorece interesses criminosos. A informalidade, a clandestinidade, a geografia urbana caótica (mas bem conhecida pelos "nativos") dessas comunidades, a distância do poder público e da ordem constituída favoreceram a proliferação do CRIME, que ali encontrava o acobertamento ideal. A principal hipocrisia e contradição da sociedade moderna - as DROGAS - encontraram ali o ambiente ideal para transitar. Prosaicas "bocas-de-fumo" cresceram em escala, diversidade e importância e abriram caminho para o que hoje chamamos genericamente de TRÁFICO!

Bem, deixemos de "sociologia barata", até porque a evolução dessa história é plenamente conhecida por todos nós, e vamos ao que interessa. A "favelização" tornou-se a nossa maior e mais grave doença social, comparável (impressionantemente) ao câncer! Querer dissociar a escalada da violência urbana do processo de favelização de nossa cidade é cegueira, má fé, ingenuidade ou burrice!

A favelização está matando o Rio como o câncer mata um organismo biológico! Fora de controle o processo se espraia não mais apenas para os morros ou as "nesgas" do tecido urbano, mas para cima da própria cidade "legal". Querem exemplos? Todos (eu disse todos) os imóveis, residenciais, comerciais e industriais - e não eram poucos - da Rua Visconde de Niterói, no entorno da Mangueira, foram ABANDONADOS por não ser mais possível conviver com a violência. Isso inclui um PRÉDIO de uma estatal (o IBGE) e duas indústrias de porte (Red Indian e Kibon). O mesmo processo pode ser visto em fase avançada na Av. Leopoldo Bulhões, uma importante via ligando Bonsucesso a Benfica, onde sequer viaturas policiais circulam à noite sem estarem em "comboio".
A Av. Brasil, a principal via da cidade caminha aceleradamente para o mesmo destino. Querem mais? As antigas Automóvel Clube, Estrada Velha da Pavuna, Suburbana); Avs. Itaóca e Itararé. Isso para falar somente da região suburbana, que a maioria dos formadores de opinião nem considera parte da "Cidade Maravilhosa". São galpões, casas, prédios residenciais inteiros, que são a-ban-do-na-dos por seus ocupantes pela impossibilidade de permanecerem vivos nas proximidades dos mais perigosos guetos.
A glamurosa, rica e internacionalmente famosa zona sul da cidade começa (não tenham dúvida, é "apenas o começo"!)a sentir os sintomas!
Continua na próxima postagem
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IVO FONTAN

domingo, 22 de abril de 2007

Dia da Terra

Campanha Dia da Terra

A Silvia Schiros é colaboradora também do Blog Faça a sua parte e programaram uma campanha de blogagem coletiva para hoje, 22 de abril, Dia da Terra.
A idéia é convocar os blogueiros para que eles definam metas palpáveis de redução do impacto ambiental causado por eles que serão acompanhadas ao longo do ano.

E nos convidou a incorporar isso em O Futuro do Presente sugerindo um post coletivo dos colaboradores do blog, que ficam à vontade para postarem ou não.
Não é uma tarefa fácil.
Afinal, metas palpáveis + acompanhamento = compromisso
Mas resolvemos tentar.

Então, aí vai nossa colaboração para esta causa fundamental para o futuro do nosso presente, esclarecendo que, provavelmente, por motivos técnicos internos (um fio arrebentado que impossibilitou a conexão por 2 dias), ainda faltam textos de outros colaboradores que desejam participar desta campanha. Mas postaremos assim que os recebermos.

ANA CLÁUDIA BESSA: Ainda é muito difícil, para mim, definir metas ambientais. Moro num condomínio que não tem a menor união, preocupação ou força de mobilização para ações tão simples, mas tão abrangentes.
Logo, ao invés de definir várias metas e se tornar algo difícil de se alcançar, prefiro lançar-me em duas metas que acho fundamentais para que eu consiga de fato me sentir começando a fazer algo pela nossa Terra:
-Até 31 de dezembro de 2007, pretendo estar dando destino sustentável a TODO o lixo produzido em minha residência.
A partir desta conquista, me empenharei para divulgar o caminho para que todas as pessoas consigam fazer o mesmo em suas casas. Visto que, é muito difícil ainda sabermos como encaminhar nosso lixo sendo ele, em tão pouca quantidade e de pouco valor viável para que as empresas se interessem em recolher, por exemplo. Nós é que temos que buscar os caminhos e divulga-los.
-Minha segunda meta é plantar 16 árvores. Sendo 8 através do
Click-Árvore (vale á pena conhecer) e 8 pessoalmente a partir de Julho/07.

EVA PRAXEDES VIEIRA - Estou nesta caminhada de salvar a nossa MÃE TERRA, há alguns anos, pois nasci e morei até meus 14 anos em um lugar que não havia água encanada e tínhamos que puxar 30 metros num poço para conseguir água potável, portanto aprendi desde cedo a dar valor aos recursos naturais.
Estou Terapeuta Holística e facilitadora de aprendizado para adultos, tenho um compromisso de ser Meta Modelo por onde passo.
Em nosso condomínio o lixo já é separado e dado destino adequado.
Estou casada e somos provedores de duas pérolas luminosas em nossas vidas, Débora com 26 anos, mestranda na USP – Capital “Saúde do Adulto” e Gabriela 19 anos segundo ano de RP na Unesp – Bauru.

Desde 2000 estabelecemos nossas metas individuais, todos os anos, para cada papel que exercemos em nossas vidas.
Num deles no inicio do ano 2007,
- estabelecemos uma meta de tomar banho consciente com prazer.
Como: ligamos o chuveiro e nos molhamos, fechamos água se ensaboa e depois abrimos água novamente. Reduzimos o consumo de água significativamente.

Confesso para vocês que está difícil estabelecer mais alguma meta que eu possa realizar sozinha.
Ah!! encontrei
Fico muito triste quando estou caminhando e encontro lixos jogados nas calçadas e ruas.

Minha meta neste momento:
- Durante minha uma hora de caminha por dia vou recolher os plásticos e latinhas que encontrar e dar destino até dezembro de 2007.
Já inicio 20/04 na cidade de Araras - SP
- Nos hotéis que passar pedirei para trocarem as toalhas e lençóis só quando for necessário, pois dos 30 dias do mês fico 20 em hotéis, dá para ser
Muito Obrigada, abraços, Eva.

QUE TAL VOCÊ TAMBÉM TENTAR SUA META AMBIENTAL PESSOAL?

A Terra, agradece!

quinta-feira, 19 de abril de 2007

FAVELAS (I)


Estamos diante de mais uma falácia promovida por nossos governantes:
a volta das Forças Armadas às ruas do Rio para "combater a violência".
Não vai adiantar nada, lamento muito a "profecia". O único resultado concreto de mais este factóide é que daqui a alguns meses as tropas estarão de volta aos quartéis, desgastadas perante a opinião pública depois de ter cada passo (sobretudo os eventualmente equivocados) implacavelmente vigiados pela imprensa. Esperem e verão!
Não digo isso com nenhuma alegria. Ao contrário, sinto uma profunda tristeza ao constatar, a cada ação dos chamados poderes institucionais, que a causa verdadeira de toda a degradação social (a violência é apenas um de seus aspectos) continua, e continuará incólume. Me refiro ao absurdo, monstruoso, avassalador processo de FAVELIZAÇÃO que nos destrói aos poucos como câncer em metástase.
Refletindo sobre isso, voltei na memória aos meus tempos de garoto e rapaz lá no subúrbio do Rio. Mais especificamente lembrei-me de uma manhã de domingo em que resolvemos, eu e um grupo de amigos, fazer um passeio pelos morros que circundavam o nosso bairro (Vila Kosmos, um então sossegado enclave entre Vicente de Carvalho e a Vila da Penha. Desbravando as trilhas do morro chamado por nós de "pedra bicuda" (parte da Serra da Misericórdia, sistema montanhoso quase desconhecido da maioria dos cariocas), caminhamos pelas cristas e em pouco tempo chegávamos nas proximidades da igreja da Penha (calculo que tenhamos passado por alguns dos locais atualmente usados por bandidos para execuções, inclusive a loca de pedra conhecida como "microondas" onde foi martirizado o Tim Lopes).
Nossa "aventura" durou umas quatro ou cinco horas, e rendeu sensações maravilhosas. Passamos por locais de onde não se tinha nem idéia de que estávamos no coração da segunda metrópole do país. Comemos frutas colhidas nos pés, contemplamos pássaros e animais silvestres e avistamos inícios de ocupações provavelmente irregulares que seriam embriões de... FAVELAS!
À noite, na pracinha do bairro, nos encontramos, como de praxe e conversamos sobre tudo o que vimos e aprendemos naquele dia. Lembro-me que o que mais intrigava a todos nós era o desconhecimento da existência de toda aquela vasta e bela região por parte dos habitantes "lá do asfalto". Em outras ocasiões posteriores fizemos outras incursões e constatamos que aqueles caminhos interligavam uma enorme região do subúrbio e que por eles chegávamos, além da Penha, a Olaria, Ramos, Bonsucesso, Inhaúma, Del Castilho, Tomás Coelho dentre outros, sem cruzarmos uma única rua ou avenida.
Já mais velho, conhecendo melhor a cidade, constatei que o fenômeno que eu havia percebido ali se repetia por toda a geografia acidentada ( e bela! ) da metrópole. Em todos os bairros, do mais distante subúrbio à sofisticada zona sul, haviam os indefectíveis morros, frequentados, na maioria dos casos, apenas por garotos em busca de aventuras, caçadores de passarinhos, vagabundos e... POSSEIROS!
Uma inacreditável combinação de: "cegueira", por parte dos moradores "do asfalto"; incompetência e descaso do poder público; esperteza de alguns e miséria de muitos, levou à conquista e ocupação desses espaços pela instituição urbano-contemporânea conhecida como FAVELA. Os morros da minha juventude, por exemplo, hoje são conhecidos (e temidos) por nomes como Juramento, Grota, Cruzeiro, Alemão, Adeus, dentre outros.
Não me entendam mal, minha garotice/juventude transcorreu lá pelo fim dos anos "dourados" início dos "rebeldes" (60/70), e é claro que já haviam favelas. É claro também que nelas rolava marginalidade, bagulho, pó, birita, samba e futebol...
Continua na próxima postagem
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IVO FONTAN

terça-feira, 17 de abril de 2007

Faço minha parte


Como eu faço a minha parte
A Lucia Malla, do Faça a sua parte, propôs, no dia 6 de fevereiro de 2007, o meme das 3 atitudes ecoconscientes, para que os blogueiros contem aos seus leitores como fazem a sua parte para melhorar a relação entre o homem e o meio ambiente. Ela passou a bola e nós resolvemos chutar, afinal a qualidade ambiental é um assunto mais do que pertinente quando se trata do futuro dos nossos presentes.

Além de levar minhas sacolas de compras, gastar o mínimo possível de papel (tarefa difícil quando temos pequenas artistas em casa – respectivamente, a Giovanna, de 5 anos, e a Carina, de 3) e separar o lixo para coleta seletiva, ainda faço algumas coisinhas que talvez possam inspirar alguém:

- Não uso absorventes descartáveis. Eles foram devidamente substituídos pelo aBiosorvente, idealizado pela minha amiga Diana Hirsch. No site, ela explica por que o aBiosorvente é uma opção ecológica e saudável. A Diana foi além, e as filhas dela foram criadas com fraldas de pano. Palmas para ela. J (Eu já tinha poluído o mundo quando criei consciência dos danos causados pelas fraldas descartáveis.)

- Nas festas de aniversário das crianças, aboli os copos, pratos e talheres descartáveis (ainda tenho restos de uma época menos consciente, que ainda uso procurando reaproveitar ao máximo e reciclar o que não pode ser reaproveitado).

- Aos poucos, procuro reduzir o consumo de produtos industrializados na alimentação, substituindo-os por produtos naturais (de preferência orgânicos). Também escolho o produto a ser levado para casa considerando o impacto ambiental da embalagem. Isopor, por exemplo, evito ao máximo, por ser um material de difícil decomposição. Além disso, embora seja possível reciclá-lo - é um tipo de plástico, só que “inflado” - não há interesse comercial em fazê-lo, pois ocupa muito espaço e é possível extrair muita pouca matéria dele para reciclagem.

E você? Quer participar dessa corrente de conscientização? Divulgue também no seu blog!
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Texto de Silvia D. Schiros

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Davi e Golias

A HISTÓRIA MODERNA DE DAVI E GOLIAS


Historinha 1: Há alguns anos eu conheci uma moça, na cidade de Três Rios (interior do estado), que fabricava, literalmente nos fundos de casa, BATATAS FRITAS tipo "chip". Sabem qual era a diferença entre a batata desta moça e as demais encontradas no mercado (fabricadas pelas gigantes da indústria alimentícia)? Era muito mais gostosa (e certamente mais saudável, na medida em que batata frita pode ser saudável, claro).
Sabem o que aconteceu com a fabriqueta dessa moça? Pois é, já adivinharam, não é mesmo? Faliu!

Claro, não havia a menor chance dela competir com a "batata da onda", com os preços, a logística e a propaganda dos gigantes!
.

Historinha 2: Um conhecido meu se meteu a fabricar pizzas semi processadas. Montou sua "fabriqueta" em Teresópolis, contratou meia dúzia de empregados e começou a produzir. Para ter um volume de produção e vendas que suportasse seu investimento procurou a principal "rede de supermercados" da região. Primeira surpresa: A primeira remessa de produto teria que ser DADA ao mercado! Pensam que é só isso? Não, além de DAR o produto ele teria que PAGAR ao mercado para ter sua mercadoria nas gôndolas! Ele fez isso. Bancou. Aí veio a segunda surpresa. Antes de um mês o seu produto havia "desaparecido" da gôndola. Vendido? não, ESCONDIDO na parte mais alta e ATRÁS das pizzas do "concorrente" (não precisa dizer - um gigante). Sabem o que aconteceu com a fábrica do meu conhecido? Adivinhou!


A prática é corrente ainda hoje nas redes de supermercado!


Estas pequenas e verídicas historinhas podem ser recontadas ad infinitum, trocando o produto e o local. É a globalização, dirão os mais pragmáticos. É o ponto chave de nossa desgraça, direi eu. E explico.

Onde quer que você vá, em (quase) qualquer ponto do planeta, você consome as mesmas coisas (alimentos ou não). A indústria local, de pequeno porte, está em processo de agonia, devorada impiedosamente pelos gigantes (aliás, até mesmo alguns gigantes devoram outros!). Esses gigantes nos enredam, seduzem, tornam-nos verdadeiros "escravos" de seus produtos.

Paralelamente vão dizimando toda e qualquer tentativa de se lhes fazer concorrência. Para isso contam com a cumplicidade ou o beneplácito de parcelas poderosas da sociedade (os grandes comerciantes, por exemplo, que também, por sua vez, "engolem" os pequenos comerciantes).
As consequências disso vão muito além do que se percebe numa rápida análise. Nesse processo são gerados: desemprego (1000 pequenas empresas empregam muito mais do que 1 gigante que produza o equivalente às mil); concentração de riquezas; descaracterização e empobrecimento cultural; disseminação do consumo de matérias primas nocivas à saúde (gorduras TRANS, para ficarmos apenas em uma); degradação ambiental inerente às grandes instalações fabris, etc.

Isso tem jeito? Tem retorno? Eu acredito que não!
No entanto, mesmo sendo gota no oceano, eu sempre que vou às compras nunca perco a oportunidade de substituir produtos de gigantes por outros de pequenos fabricantes.

Já experimentou fazer isso? Pois comece. Garanto que você vai ter agradáveis surpresas!
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por IVO FONTAN

sexta-feira, 6 de abril de 2007

A gente não morre


A gente não morre, vira estatística.
Na ocasião da morte do menino João Hélio no Rio de Janeiro, além da indignação da mídia, da população e do noticiário, aconteceram também outras manifestações como o excelente depoimento de Alexandre Garcia, ou o tocante texto do Paulo Coelho (que foi o grande motivador deste blog) ou ainda a do publicitário Nizan Guanaes.

Nizan Guanaes “criou dois spots para veicular nas principais rádios do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília com a finalidade de despertar à população para que a morte do garoto João não seja apenas uma estatística. O objetivo é conscientizar à população sobre o fato de que cada um, em sua área de atuação, seja ela qual for, pode fazer algo. E na profissão de publicitário e redator ele criou o jingle e está ligando nas rádios, pedindo apoio para veicular a campanha.”

Disse também ser essa uma iniciativa de pai e cidadão.

Na época foi criado também o site

http://www.euvoufazeralgo.com.br/

que nós , inclusive, estávamos indicando no nosso blog.
Contudo, ao clicar no site, descobri que ele não está mais disponível.
Não tenho ouvido rádio, e acredito que diante da ausência do site, a campanha no rádio, também não esteja mais sendo veiculada.

Fiquei decepcionadíssima.

Como pode uma campanha que foi criada para não nos deixar esquecer a tragédia e a necessidade da sociedade reagir, ser abandonada tão rápido?

Você não acha rápido? Pois não faz nem 2 meses que aconteceu essa tragédia.

Será que também, o pai e cidadão Nizan Guanaes foi, como muitos, apenas tomado pela momentânea “comoção nacional” citada pelo Presidente Lula?

Será que nossa sociedade ainda não vai fazer nada?

Venho aqui registrar em nosso blog a iniciativa de Nizan (embora já esquecida) e lembrar que dia 10/04 acontecerá mais uma manifestação contra a violência e a impunidade que assola nossa cidade e nosso país.

Temos o dever, de pelo menos, tentar comparecer.
Por humanidade, por solidariedade, por compaixão - se não por justiça.

Se você não sabe como é, leia nosso relato, pois nós fomos na última caminhada.
Se você, assim como eu, não sabe exatamente o que fazer, tente fazer isso:
Comparecer a uma manifestação.
Se a gente não tentar encontrar um caminho, se ficarmos em casa esperando essa solução aparecer, ela não virá.

O que desejamos só aparece quando buscamos.
“Está na hora de fazer alguma coisa”.

Veja os textos abaixo que não devem estar mais sendo veiculados. E caso você ainda os ouça no rádio, nos informe.
Ficarei feliz de saber que estou enganada e que esta campanha continua.
Assista o vídeo clicando aqui !!

E aí? Nós Não vamos fazer nada?" VOX NEWS - 13/2/2007
Nizan Guanaes criou ontem
Spot 45"
"João Hélio 1"
"Neste final de semana, a capa de uma das revistas mais importantes do país pergunta ao Brasil: "E aí? Nós Não vamos fazer nada?". Se referindo ao bárbaro crime do garoto que foi arrastado por 7 kms no Rio.
E aí, motorista de táxi? E aí, aposentado? E aí, mãe de família? Nós não vamos fazer nada?
E aí, Rio de Janeiro, não vamos fazer nada? E aí, Brasília, São Paulo, não vamos fazer nada?
E aí, governo e oposição, não vamos fazer nada?
E aí, sociedade brasileira?
A pergunta não quer calar. Um menino de 6 anos foi arrastado durante 7 kms, uma morte brutal.
E aí? Nós não vamos fazer nada?"
Spot 45"
"João Hélio 2"
"Neste final de semana, a capa de uma das revistas mais importantes do país pergunta ao Brasil: "Não vamos fazer nada?", se referindo ao bárbaro crime garoto que foi arrastado por 7 kms no Rio de Janeiro.
Bom, nós que somos publicitários decidimos fazer uma campanha de rádio para fazer a mesma pergunta da revista: E aí? Nós não vamos fazer nada?".... E a nossa proposta é que cada um de nós, dentro do que pode fazer na sua profissão, faça alguma coisa.
E espalhe esta pergunta: um garoto de 6 anos foi arrastado por 7 kms. E aí, a gente não vai fazer nada?
Espalhe a pergunta, responda, reaja."
Boa notícia! Voltamos indicar o site Eu vou fazer algo em nosso blog no dia 17/04/07 pois o mesmo voltou a funcionar. Que bom!

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Pequeno Consumidor

Formando os pequenos consumidores
Eu descobri esta dica lendo o jornal de domingo e fui conferir.

A Pro Teste é uma Associação de Defesa dos Consumidores, sendo a maior de toda a América Latina, segundo informações no site.

Se tanto falamos aqui em uma sociedade organizada, não poderíamos deixar de divulgar este trabalho.

O site é excelente e dá dicas valiosas sobre tudo que é importante para o consumidor.
Mas a parte mais inovadora é o auxílio interativo para ensinar as crianças a comprar com inteligência.
Através de animações, o “jogo” ensina as crianças sobre os direitos e deveres dos consumidores, consumo sustentável, publicidade e até segurança de produtos e alimentos através de situações do dia-a-dia, como a pizza que deu dor de barriga e o brinquedo que uma criança recebeu, mas não pediu; compra de produtos com defeitos.
Numa outra seção mostra os perigos escondidos dentro de casa que devemos evitar.
Na parte de publicidade fala como não cair nas armadilhas do comércio .

Fala-se também sobre limpeza, microorganismos, hábitos higiênicos e ainda tem desenhos para colorir com temas que exercitam tudo o que foi ensinado.

Eu mesma aprendi que caixa TetraPak (caixa de leite, por exemplo) vai para o lixo de metais, não para o de papel! Vou me informar mais a respeito.

Vale à pena visitar para crianças e adultos.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Justiça:cega/míope?


A Justiça é cega ou é míope?

Sabe gente, fiquei dias pensando no que escrever neste blog.
Na responsabilidade de passar alguma coisa que realmente faça a diferença em alguma coisa no mundo.
Cheguei à conclusão de que queria alguma coisa leve. Sem nenhum tom denunciatorístico (existe essa palavra?).
Contudo, hoje fiquei sabendo que depois de quatro anos, o processo da minha mãe contra um invasor de um terreno em Araruama, foi extinto. Sabem por quê? Porque o juiz considerou que o processo não é da alçada daquele Juizado. Depois de 4 anos, “trocentas” audiências, cada uma com um juiz diferente, o ÚLTIMO resolveu que estava tudo errado. E que se dane o tempo das pessoas indo até Araruama para audiências que comumente eram adiadas, dane-se o dinheiro que foi gasto com advogados, dane-se a vítima. E viva o invasor que continua lá.
Se o primeiro juiz acatou o processo e os outros deixaram o processo prosseguir, mas o último resolveu que estava tudo errado, quem paga o pato, é a vítima?
É.
Eu já passei por um “causo” parecido numa invasão de um imóvel seguido de roubo. Cansei do processo quando a última audiência foi marcada pelo próprio Juiz dois dias depois da prescrição do processo. Isso depois que eu pedi prioridade à Justiça por conta da minha previsão de parto, pois estava grávida. Nem preciso dizer que a audiência também fôra marcada para a data da previsão do parto. Culpa minha, quem mandou parir no mesmo dia da audiência marcada pelo Juiz?
Fico imaginando como se sente uma mãe, um pai que perderam seus filhos brutalmente assassinados. Vítimas de criminosos hediondos. Se, com processos de relevância menor a gente se sente revoltado, imagina quando se vê a Justiça dando plenos direitos aos assassinos. Muitas vezes, nem são direitos. São brechas na lei medíocre que temos..
Isso me faz perguntar como se sente um advogado que realmente está dedicado a fazer o justo e o certo. Como se sente aquele que dedicou anos de sua vida e ainda dedica, vendo a Justiça ser tão medíocre. Eu largaria a profissão, cruz-credo!
Mas não nos enganemos, os advogados também contribuem muito para que a justiça se mantenha assim. Eu, por exemplo, não encontrei ainda, nenhum, nem pago nem defensor público, que estivesse interessado em fazer justiça, todos interessados em fazer acordos e passar para o próximo cliente. E assim, sucessivamente. Fazer acordo, na maioria das vezes, não é fazer justiça e ainda deixa um gosto amargo na boca de todo mundo.
A Justiça não é cega. A justiça não é míope. A Justiça á injusta, mesmo.
Precisamos reformar o Judiciário, já.

“Mas, para que se chegue a um consenso -fala-se muito nas sugestões que possam ser apresentadas por advogados e membros do "parquet"-, é preciso que haja uma manifestação mais clara do que a sociedade pensa e quer, por meio dos seus setores mais representativos, como a universidade, o sindicato e as demais entidades governamentais e não-governamentais empenhadas na concretização de uma sociedade solidária e democrática, na qual as instituições funcionem para o bem-estar de todos, não apenas de parcelas privilegiadas (ou melhor, dos privilegiados de sempre).
Resta, pois, que o Congresso Nacional, sensibilizado por uma vontade que se pode dizer de todas as camadas da população, se constitua no leito fácil pelo qual possam correr as melhores idéias, as mais construtivas, para que tenhamos um Poder Judiciário capaz de transformar o passado na raiz de um movimento renovador, na perspectiva da construção dessa sociedade democrática tão almejada, em que o Estado de Direito presida a paz social.”

Palavras do Sr.Hélio Bicudo, jurista, vice-presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA

Mais uma vez, concluo que depende de nós. Precisamos nos organizar e cobrar dos nossos representantes aquilo que o povo precisa.
Mas o que precisamos fazer? Nós mesmos reformamos o Judiciário?
Um abaixo assinado para que se criem comissões paralelas para votação no congresso?
Sim, comissões paralelas porque tem um monte de coisa importante acontecendo ao mesmo tempo e a desculpa que dão é justamente a dificuldade de se estabelecer prioridades.
Logo, vamos criar várias comissões, com representatividade, para votar assuntos diferentes ao mesmo tempo.

E botar esses políticos para trabalhar.

Assim, não terão tempo de ficar votando seus próprios aumentos salariais, que inclusive levou o Judiciário, na pessoa da ministra e Juíza Ellen Gracie (presidente do Supremo Tribunal Federal) a requerer o mesmo benefício, ou seja, aumentar o próprio (e já grande) salário. Vergonha, vergonha, vergonha! Ainda mais para a classe feminina que ainda tem esperança de que nossa presença no poder pode mudar a cara desse país.

Mas foi a indignação da sociedade que fez com que esse absurdo não se concretizasse, embora o governo não publique isso e traga para si os louros de ter, ele mesmo, visto a "inconstitucionalidade" do decreto.
Mas voltando às declarações como a do Sr. Hélio Bicudo, elas caem na mesmice pois não informam o “caminho das pedras” para a sociedade poder fazer algo de realmente efetivo no que se refere ao seu papel de cobrar as mudanças necessárias ao nosso desenvolvimento jurídico e social.

Mudar está em nossas mãos. Através do nosso voto, através da cobrança de nossos políticos eleitos.

A propósito, lembram do post sobre o estado de abandono do Parque Marapendi, no Rio de Janeiro?
Mandei e-mail para os seguintes deputados:

Fernando Gabeira–Partido VERDE (imagina se não fosse verde)– não respondeu

André Luiz – Partido VERDE (de novo)– e-mail devolvido pelo sistema

Rodrigo Maia – PFL – filho do prefeito César Maia – e-mail devolvido pelo sistema e que, aliás, foi um dos que votou no aumento do próprio salário.

Rodrigo Dantas – PFL – não respondeu

Todos os endereços de e-mail, coletados de suas páginas na internet.
Bom para que nós lembremos disso nas próximas eleições.
Para que eles não cheguem lá.
Mas já que estão, temos que descobrir outro caminho de chegar neles,
depois que eles chegam lá...