segunda-feira, 31 de março de 2008

Saúde x Tecnologia

Outro dia, como sempre, participando de um debate, eu estava defendendo o pouco uso da ultrassonografia na gravidez.

Isso porque o exame de ultrasson é muito impreciso!
As medições, os resultados, são sempre feitos em cima de probabilidades.

Se o feto tem uma medição x, está ou não na faixa de probabilidade de desenvolver esta ou aquela doença ou anomalia, etc...

Aí, conforme o resultado, outros exames são indicados para resolver um problema que apenas tem aparentemente grande chance de acontecer, mas que ninguém tem certeza absoluta.
Eu não faria jamais nenhum exame invasivo por conta do resultado da ultrassonografia!
Um filho é um presente e nada vai mudar meu amor por ele!
Eu acreditaria até o final que tudo terminaria bem e se ainda assim, acontecesse o pior, seria meu filho, o amaria enquanto ele permanecesse entre nós.

Conheço duas experiências de ultrassonografia que deu resultado de Síndrome de Down e as crianças nasceram perfeitas!
Já pensou se fossem feitos exames invasivos (QUE SÃO EXTREMAMENTE ABORTIVOS!) e até um ABORTO?

Fora o drama de passar uma gravidez todo pensando em como receber o filho que precisará de cuidados especiais, atenção especial, mais dedicação do que normalmente já temos que dar, sem saber o que lhe espera e o que será da vida de seu filho.
Ninguém merece.

Eu não fiz o exame de Translucência Nucal no meu segundo filho pois já tinha passado da época (13 semanas, se não me engano) pois quando descobri que estava grávida (eu estava amamentando o primeiro, só desconfiei quando começaram os enjôos...) . E NÃO FEZ FALTA NENHUMA...e se tivesse algum problema?
Deixaria de ser meu filho?
Nunca!
Li uma entrevista da Cássia Kiss, grávida, acho que aos 44 anos, não fez nenhum exame e disse que se nascesse torto, era dela!
Não estou fazendo apologia a ninguém para deixar de fazer exame!
Só acho uma "dó" tantas grávidas desesperadas por causa de um exame que não é conclusivo, mas ninguém diz isso prá gente,né?

Outro exemplo? Na minha primeira gravidez, deu dupla circular de cordão e o meu primeiro filho nasceu sem nenhuma. Na segunda não deu nenhuma e ele nasceu com 3!!!!

E ainda por cima, na ultra que deu as circulares, a "médica" que fez o exame ainda soltou a pérola: "ih...vai ter que ser cesárea...". Isso acaba com a mulher que quer lutar por um parto normal. Se ela não tem preparo psicológico e acredita piamente em qualquer médicozinho, ela já sai direito dai para marcar a data da cesárea!

Gente, só tem que ser cesárea por causa de circular de cordão em pouquíssimos casos ou então se o médico não souber auxiliar um parto normal. Porque as circulares de cordão serão retiradas da mesma forma da cesárea: sai a cabeça, tira as circulares e tira o resto do corpo do bebê.

Na segunda gravidez, eu nem quis saber o sexo e a surpresa foi uma delícia para nós, para a família e para os amigos!
Cuidado com o ultrasson , amigas gestantes. Estejam mais atentas a resultados falso negativos do que positivos!
Aprendi isso na primeira gravidez e na segunda só fiz 2 ultrassons: a morfológica e uma antes de nascer... Foi mais do que suficiente pra ter a emoção de ver aquilo que já sentia dentro de mim.

E existe também um estudo falando do som altíssimo que as crianças ouvem no útero por conta deste exame. Muitas ultrassonografias poderiam gerar crianças mais estressadas.
Eu , pelo menos notava isso sempre: no ultrasson as crianças ficavam super agitadas, assim que começava. Será que não incomoda?
Será que este excesso de ultrassons não prejudicam mesmo as crianças?
Lembrem-se que somente depois de muitos anos é que descobriram que raio x não pode ser usado na gravidez. Mas foi usado durante anos a fio!
Vamos com calma com a tecnologia!
E, se puderem, leiam o texto abaixo, é muito bom para ilustrar sobre as consequências e os excessos nos tratamentos.
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Ana Cláudia Bessa

Morte digna

Escrito por Gilberto Dupas


Vamos aprofundar uma reflexão iniciada neste espaço há quase dois anos.
Em que medida é desejável o prolongamento da vida usando recursos extremos?
Quem se beneficia desses procedimentos?

A importância das tecnologias é óbvia. Mas onde estão o interesse do paciente que sofre e a proteção da sua dignidade humana?

Imagine-se o drama dos pais de fetos com defeitos congênitos, para os quais a medicina de ponta recomenda intervenções radicais até antes do nascimento. Trinta anos atrás, médicos experientes costumavam dizer: a natureza é sábia; deixemos que ela selecione quem deve nascer. Hoje, a tecnologia, onipotente e plena de esperança, obriga esses pais a uma decisão terrível: submeterem seus filhos aos procedimentos mais invasores ou se sentirem eternamente culpados de não terem tentado o máximo.

É o mesmo dilema trágico ao se tratar da sobrevida de mãe idosa, com doença grave. Embora o olhar da mãe implore o descanso final, médicos jovens armados com os novos recursos da medicina dizem: vai deixá-la morrer? E se um novo medicamento for inventado? Imensos recursos são investidos em novos equipamentos, que se tornam “indispensáveis” e, em seguida, precisam ser amortizados.

O custo dos tratamentos aumenta pesadamente. E o sofrimento também.

Para quem pode usá-los, proliferam hospitais privados moderníssimos; mas sobram pressões insuportáveis sobre a rede pública de saúde.

O nascimento de uma criança foi transformado, de uma função fisiológica para a qual o organismo da mulher esteve desde sempre preparado, em questão cirúrgico-hospitalar. O número de cesarianas no Brasil é quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O parto, tal qual evento cirúrgico, vê a mulher como recipiente a esvaziar. Só recentemente a onipotência “científica” concedeu procedimentos que a tradição e o bom senso consagraram: permitir bebês nos quartos com as mães e colocá-los sobre seus colos ainda na sala de parto. E as normas hospitalares finalmente reconheceram que as crianças saram mais depressa quando ficam acompanhadas de familiares ou tendo acesso a salas com jogos e pequenas diversões. Já hospitais das regiões muito pobres, carentes de recurso, substituem - em muitos casos com vantagens - as caríssimas e invasivas incubadoras pelas técnicas milenares de “mãe-canguru”.

Enquanto isso, fazemos muito pouco para reverter a lógica de nosso sistema de produção e consumo; e prevenir as moléstias que ele mesmo causa com alimentos pouco saudáveis, contaminação ambiental e emissão de ondas e radiações. As graves doenças geradas pelo nosso tipo de vida são as verdadeiras epidemias modernas. Na França os cânceres cresceram mais de 60% nos últimos 20 anos. Um casal em cada sete é infértil. São também epidêmicas as alergias, as doenças renais e neurológicas e a diabete.As novas técnicas de manutenção de vidas “artificializadas” agridem o senso comum. Elas exigem um corpo de doente infinitamente disponível, ligado a tubos e fios, pronto para intervenções sem cessar, numa verdadeira expropriação desse corpo que não pertence mais ao sujeito; é apenas um manifestador de sintomas.

É o novo reinado das milionárias UTIs, tornadas rotina hospitalar, onde a vida se mantém totalmente dependente de máquinas e químicas. A morte digna cercada pelos parentes e amigos, aspiração atávica da humanidade, desapareceu quase por completo. Os doentes atuais morrem mais sós e mais lentamente, sedados para suportar a agressão de tubos e agulhas. O filósofo Jean-Luc Nancy fez um relato do drama de seu transplante cardíaco e das conseqüências dos recursos para evitar a rejeição, quando recebeu um órgão transformado e reciclado como peça de reposição: “Meu novo coração era um ‘estrangeiro’, a intrusão de um corpo estranho no meu pensamento.” A possibilidade de rejeição instalou nele uma condição de “duplo estrangeiro”. De um lado, o órgão transplantado; de outro, seu organismo lutando para rejeitá-lo e sua vida dependendo agora irreversivelmente da capacidade de enganar o próprio corpo, baixando brutalmente suas defesas imunológicas por mecanismos químicos. Nancy sobreviveu ao transplante, mas morreu após uma década de luta contra um linfoma produzido pelos efeitos dos remédios contra a rejeição. O câncer que emergiu foi um novo estrangeiro ameaçando sua integridade. Isso exigiu novas intrusões violentas, quimioterápicas e radioterápicas, mutilações cirúrgicas, próteses, etc. “Eu acabei por não ser mais que um fio tênue, de dor em dor” induzido pelas possibilidades técnicas. Sua frase final: “Estou reduzido a um andróide de ficção científica, uma espécie de morto vivo.”

Aos que perambulam pelos ambulatórios ou vivem presos a tubos de UTIs é imperioso perguntar se ainda lhes interessa viver, se a qualidade de vida que levam vale a pena. Essa é uma escolha que ninguém deve estar autorizado a fazer por eles, nem a equipe médica mais qualificada. É preciso aprender a assumir a finitude da vida e o enigma do fim. E enfrentar a morte com dignidade e o menor sofrimento possível, estabelecendo seu próprio limite à dor. Morrer é parte integrante do viver; as células começam a envelhecer assim que nascemos. Temos de nos preparar para esse fato inexorável e procurar viver da melhor forma até lá. A morte, embora sempre trágica para os que ficam, encarada com respeito é uma fonte de sabedoria sem igual, estimula a ação e dá sentido à vida. Se a discussão sobre políticas de saúde não levar em conta esses valores, acabaremos submetendo-nos apenas às prioridades de lucro do complexo farmacêutico-hospitalar privado. Seria lamentável. A vida é tudo o que temos. E uma morte digna é um direito humano.

Gilberto Dupas é coordenador-geral do Grupo de Conjuntura Internacional (IRI-USP), presidente do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI) e autor de vários livros, entre os quais O Mito do Progresso (Editora Unesp)
Este texto foi enviado por Analy Uriarte, uma companheira ideológica.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Isso não cheira bem!

Vendo aqueles programas de vídeos engraçados, lembrei-me de um acontecimento ocorrido a uns 4 anos com meu pimpolho.

Meu menino tinha um sono bem regular para a idade dele, e para quem ainda mamava no peito. Perto da meia-noite ele mamava e só acordava entre as 6 ou 7 da manhã. Então nós tínhamos uma noite bem tranquila, já que o dia era sempre bem agitado.

Nós possuíamos uma babá eletrônica que também era uma câmera de vídeo com visão noturna, uma beleza! Uma tranquilidade, pois se durante a noite o rebento fizesse algum ruído era só dar uma olhadinha na tv, e a paz voltava.

Mas um dia (era um sábado) eu acordei por volta das 7 horas e não consegui ver meu filho pela câmera e ele estava fazendo bastante barulho. Levantei então preocupada e fui lá no quarto dele. Vamos dizer que eu não estava preparada para o que encontrei.

Cocô, por todos os lado e por onde você, caro leitor, não pode imaginar, inclusive na câmera que estava presa ao berço dele. Ele fez o número 2, conseguiu tirar a fralda e espalhou a mercadoria por todos os lugares. Acredito que ele tenha também sacudido a fralda dentro do berço. Nunca ví uma coisa se multiplicar tanto como isso.

Gritei pelo pai da criatura, para que viesse me ajudar, claro. Pelo que me lembro ele ficou chocado na entrada do quarto, até porque o cheiro, como vocês podem imaginar, era insuportável. Disse que não iria entrar no quarto, que ele poderia ajudar a limpar o menino.
Levei mais de 3 horas para conseguir limpar tudo, e depois ainda tive que dar banho no menino novamente. E não passei mal com isso.

O resumo desta história toda é a seguinte, quem ainda não tem filhos, explique direitinho para os respectivos maridos, que filho nao tem só lado bom. Tem que limpar, ficar acordado até tarde, levantar no meio da noite e trocar fralda sim, não que meu marido nao seja um pai atuante, mas depois deste "evento", ele me ajudou, mas só depois que eu ditasse as ordens, pois o estado de choque era muito grande.

Para os pais que estejam lendo este texto, não estou desmerecendo o trabalho de vocês, só salientando como nós mulheres somos mais fortes, e portanto, coloquei um vídeo aqui, que resume bem isso.
Enjoy.




__________________________________________________________________________________ Cristiane A. Fetter

quinta-feira, 27 de março de 2008

Delete, não repasse.


“Não delete, repasse”. É o que pedem.
Quantas vezes não recebemos este tipo de e-mail?
Geralmente, vem com uma foto de criança, com uma doença grave, pedindo para repassar o e-mail para seus contatos porque a cada e-mail enviado a família recebe uma quantia para ajudar a custear o tratamento.

Pois eu deleto e não repasso.
Nunca esperavam isso de mim?
Sou uma alma sem coração?
Não, gente, não sou.

Mas TODOS os e-mails que tenho recebido com essa mensagem, não se mostram verdadeiros por um simples motivo: porque eles não tem contato. Como uma pessoa que está precisando e pedindo de ajuda o faz sem dar um contato?

Os pedidos de ajuda são sempre com fotos de meninas (no geral), casal de pais jovens (“eu e minha esposa nos casamos e temos 29 anos”...), apelando para a nossa generosidade (“se você não repassar este e-mail, você não tem coração”), não possuem o nome da criança ou dos pais (ué? Estão pedindo ajuda pra quem mesmo?), não possuem e-mail ou telefone de contato (estão precisando de ajuda e não aproveitam para facilitar o contato de alguém que tenha um coração grandão?) e ainda dizem que o e-mail gera dinheiro apenas sendo repassado para o maior número de pessoas possível (mas como eles vão saber para quem foi enviado se não recebem comprovação?).
Bem, para mim está claro que é golpe, embora meus poucos conhecimentos de usuária de internet me impeçam de explicar os mecanismos.

O que me parece é que a origem destes e-mails tem a intenção de receber e-mails ativos para envio de propaganda (na melhor das hipóteses) ou de vírus e programas de invasão.
Estou louca?
É delírio de minha parte?

De qualquer forma, não repasso.
Mas e quando os e-mails tem algum tipo de contato?
Eu tento confirmar, ora...

Já mandei e-mail quando tem endereço (claro que eu mando de um web-mail público que eu tenho tipo hotmail)..
Já até liguei quando tem telefone.
E, acreditem, NUNCA, consegui confirmar o pedido de ajuda.
Os telefones nunca atenderam ou até nem existiam e os e-mails são devolvidos ou não são respondidos.

Portanto, não repasso e ainda mando um respondo para todos, alertando sobre o que já aprendi sobre estes e-mails. Mas eu acho que as pessoas não gostam muito não...rs...
Porque estes e-mails também nunca recebem resposta....
;0)
Bem, pelo menos, eu tentei....

E se a imagem acima e o pedido de ajuda forem verídicos, me avisem, pois eu não consegui nenhuma confirmação, nem sei onde procurar...
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Ana Cláudia Bessa

Este blog não sai da minha cabeça!

Recebemos mais este prêmio da nossa grande amiga Carla do blog Carla, Vai ser gauche na Vida!
Obrigada Carla!!!!!

E ele vai para
Tô Doida !
Crianças na cozinha
Parto em casa... Por que não?

quarta-feira, 26 de março de 2008

TENHO PRECONCEITOS SIM, E DAÍ? Parte II

SITUAÇÃO B) Uma pessoa (branca) vem voltando para casa, tarde da noite, observa que, no seu caminho está um grupo de homens pretos parados na esquina, em uma rua deserta.
Reação 1 - Toma-se de pânico. "Ai meu Deus, um "bando de pretos", a essa hora, na rua, na certa irão me assaltar! Mudarei meu caminho - Isso é PRECONCEITO!
Reação 2 - Toma-se de pânico. Ai meu Deus, um "bando de pretos". Claro que vão me assaltar. Certamente com violência, pois é da natureza deles! Mudarei meu caminho - Isso é RACISMO!(lembrando aos leitores que chegaram agora, que essa situação fictícia se passa no início do séc. XX)
Perceberam a sutileza?
O PRECONCEITO baseia-se na estatística, na probabilidade, com base na observação da realidade. O RACISMO não precisa (e nem deseja) de dados, histórico ou lógica. É doença da alma!
Na década de 60, uma série de crimes abalou a capital paulista. Mulheres jovens eram estupradas e mortas por um "maníaco" nas noites da cidade. Conhecido como "bandido da luz vermelha", graças a testemunhas que lhe escaparam das garras, logo sua descrição se tornou pública. Era louro! Pois bem, enquanto não foi capturado, o maior terror das moçoilas paulistanas era se deparar na rua à noite, com um LOURO! O medo espalhou-se e chegou, acreditem, ao Rio. Lembro-me de tias que ficaram impedidas de ir aos "bailes" dos "anos dourados" por medo do Bandido da Luz Vermelha. Em plena Vila da Penha!
O Brasil é racista? Não. Embora se verifiquem casos explícitos, em pequena escala (doentes da alma existem em qualquer lugar).
O preconceito, este perdura enquanto suas origens existem (ou permanecem, por inércia, no imaginário). Tendem a se esvaziar, como o processo em curso no Brasil, à medida em que muda-se a realidade social. Mudam-se paradigmas e referências. Mudam-se preconceitos.
Encerro contando um caso em que o preconceito me salvou e outro em que a ausência dele me ferrou!
Caso 1 - Salvo pelo preconceito:Eu morava nas proximidades da Mangueira. Um dia ao voltar para casa, na passarela da estação de Mangueira avistei um trio "com toda a pinta de bandidos". Dois eram mulatos e um branco. Meu "preconceito" me disse para não passar por ali. Obedeci. Peguei um ônibus até a Av Pres. Vargas e lá tomei outro de volta que me deixou do outro lado da estação. Perdi uns 40 min. No dia seguinte soube que várias pessoas haviam sido assaltadas pelo trio!
Caso 2 - Dancei! Agora eu morava na Ilha do Governador. Saindo de ônibus em direção ao centro, distraído não percebi a entrada de um trio (de novo um trio) na altura de Manguinhos. Quando mirei o trio no corredor do ônibus tive a certeza (pela "pinta" dos três, que também não eram pretos, embora também não pudessem ser chamados de brancos) de que iriam assaltar. Já não dava para eu sair fora. Se tivesse percebido na hora em que embarcaram eu tinha saltado no ato (por puro "preconceito!- ou seria "instinto"?).
Fui assaltado junto com todos os outros passageiros!
__________________________________________________________________________________ Ivo Fontan

terça-feira, 25 de março de 2008

Cocôrrefour

Tem um mercado que sempre me surpreende pela falta de respeito ao cliente. Nele, eu raramente vou e quando acontece, as coisas conseguem piorar sempre.
O banheiro deste mercado está sempre sujo, com os trincos das portas quebrados, sem papel higiênico e papel toalha.

O fraldário fica trancado!
E não tem ar-condicionado ou papel toalha.

A lanchonete é tão suja que não tive coragem de comer nada. Restos de alimentos pelas mesas, lixo pelo chão.
Só sentei para dar um suco (que eu trouxe na bolsa) para as crianças e partimos.

Na propaganda, eles informam que garantem o menor preço mas certa vez levei um anúncio da concorrência e foi tanta burocracia que, por pouco, não desisti da compra. Até a tonalidade da cor da embalagem do produto na foto do encarte, eles questionaram.

Os funcionários, atendem muito mau os clientes. Desde o SAC, aos gerentes que você venha a necessitar falar. E este mercado tem um site muito pobre que não tem nem canal de atendimento ao cliente, e-mail ou coisa parecida. E se você reclama, os funcionários falam que realmente é ruim, mas que não podem fazer nada...
E nada me espanta ver uma celebridade fazendo propaganda do “precinho”. Infelizmente, o único critério de algumas celebridades é quanto elas vão colocar no bolso, pouco importa se o que são pagos para dizer é verdade ou não, ético ou não. Fazem propaganda no mercado sem nunca terem entrado numa filial da rede.

E para completar, OLHO NO CAIXA. Sempre acontece de algum item estar com preço diferente da etiqueta da prateleira. Sempre tem, pelo menos 1. Por essas e outras, o Cocôrrefour só me vê quando eu não tenho outra opção. O que cada dia mais raramente acontece visto que a concorrência é cada dia maior e melhor.
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Ana Cláudia Bessa

Prêmio My Blog has Total Force

Gente, a Cris, nossa colaboradora do Futuro (parece nome de filme...risos) através de seu blog, o Tô Doida e a Evellyn do blog Meu mundo e Nada Mais nos concederam este prêmio e claro que só podemos agradecer!!!!!

Nossos indicados ao mesmo prêmio são:



segunda-feira, 24 de março de 2008

TENHO PRECONCEITOS SIM, E DAÍ? Parte I

Existe um preconceito muito grande com a palavra "preconceito"!

Etimologicamente significa "conceito pré-formulado" ou pré-estabelecido. E porque formulamos conceitos previamente? Por coerência, por encadeamento lógico de raciocínio, por comparações com padrões ou referências.

Preconceito é ruim? Não necessariamente. Muitas vezes é um mecanismo útil de auto-preservação!Vamos logo futucar a ferida. Vamos ao mais "famoso" dos preconceitos, o relacionado à cor de pele, muito confundido no Brasil com "racismo". Pretos, mulatos e outras denominações para tons de pele mais escuros, durante muito tempo foram vistos como seres "perigosos" e/ou "incultos" e/ou "inferiores", pelas camadas sociais onde impera o tom de pele mais claro (os "brancos"). Vem de uma realidade, em parte, e de um conceito equivocado (e cretino), por outra parte.(Antes de se escandalizarem, por favor, continuem lendo)A realidade, cruel, perversa, é que, de fato, após trezentos anos de uma ignóbil escravidão, e de uma "abolição" feita "de qualquer maneira", sem prever as consequências que certamente viriam ( e vieram ), uma verdadeira legião de negros libertos (mas não emancipados) passou a constituir a camada mais baixa da sociedade, incluindo o lumpesinato e a marginalidade, nos centros urbanos, e a miséria quase absoluta, nas zonas rurais.

Nestas condições, grande parte destes desgraçados passaram a ser, de fato, "perigosos". "Incultos", a quase totalidade, por razões óbvias. "Inferiores" circunstancialmente, e não biologicamente como quis demonstrar por muito tempo a própria ciência "oficial".

Desta forma, ao estereótipo do bandido, marginal, vagabundo, no Brasil, foi adicionado o tom escuro de pele. Eram só os pretos? Não, mas, sem dúvida, eram maioria.Surgia o preconceito: A maioria dos marginais é preta, portanto, um preto tem grande probabilidade de ser um marginal! Gente, isso, por mais cruel que seja, é "lógica"!Imaginem as seguintes situações, passadas na alvorada do século XX:SITUAÇÃO A) Uma criança, de família branca e em razoável posição social, chega em casa trazendo um "amiguinho" preto.

Reação 1 - A família se assusta pois, "quem sabe de onde vem" aquele menino? quem são seus pais? onde moram? o que fazem? "provavelmente" são pessoas que não pertencem ao nosso "nível", ao nosso "mundo". Quem sabe são até "perigosos"? Pelo-sim-pelo-não, não queremos nosso filho em sua companhia! - Isso é PRECONCEITO!

Reação 2 - A família se indigna. "Pretos não são companhia para nosso filho". Eles são inferiores, "cheiram mal", são perversos, vagabundos, perniciosos... - Isso é RACISMO!SITUAÇÃO B) ... No próximo post!

__________________________________________________________________________________ Ivo Fontan

sábado, 22 de março de 2008

Saiu no Jornal

AeroCabral


R$12.143.883,57 .
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Quanto ao preço, helicóptero é caro mesmo.

Quanto ao transporte, governador até que precisa para dar mais agilidade, afinal, ele governa o estado inteiro(ou deveria) e quanto melhor se locomover mais pode(ou poderia) trabalhar para melhor a vida do povo (???).
Nada contra.

Desde que servisse COMPETENTEMENTE para a finalidade a que se destina.

Desde que os hospitais tivessem funcionando bem e com leitos de sobra, desde que as escolas estivessem capacitadas e preparadas para prover ensino de qualidade, desde que as estradas estivessem em condições, desde que os cidadãos tivessem transporte bom como o estado acha que o governador merece ter (salvo as devidas proporções, claro), etc.

Infelizmente, há verba PÚBLICA para qualquer coisa, de qualquer preço, mas para os direitos básicos ao cidadão que o Estado tem o dever de prover, não há dinheiro.

Nunca.

Falando nisso:

E aí, alguém já sabe se o mosquito da Dengue é Municipal, Estadual ou Federal?


Imagem: Blog Sérgio Legal. Prá ficar Cabral?

sexta-feira, 21 de março de 2008

A soma de todos os medos

Mãe tem sempre medo de que algo aconteça com seus filhos.
Eu, pelo menos, já sonhei que perdia na multidão, acidente de carro, sequestro e até que eu esquecia deles...(como se isso fosse possível)...
VERDADEIROS PESADELOS.
E olha que eu não sou uma pessoa apavorada, pelo contrário...faço a linha light.

E não bastasse todos os medos que sentimos e os cuidados que tomamos, nos deparamos com situações totalmente impensáveis mas que acontecem com várias pessoas.

Falo isso pelo drama vivido pela Flávia e sua família há 10 anos quando ela entrou em coma vigil depois que teve seus cabelos sugados pelo ralo de uma piscina.
E Flávia não é a única.
Em 2007, Joniel, de 5 anos morreu em um parque do nordeste e seu corpo somente foi encontrado no dia seguinte em DUAS PISCINAS e com vestígios do corpo da criança encontrados no ralo das piscinas.

E agora, lendo o blog da Flávia com o marido, fiquei sabendo que num clube onde ele passou sua adolescência aconteceu o mesmo tipo de acidente, resultando também na morte de um menino. Neste caso, as crianças brincavam de ser sugadas pelo ralo e o menino ficou preso. Quando se deram conta de que sua demora a voltar á superfície não era fruto de seu fôlego, já era tarde e ele foi retirado sem vida da piscina.

Odele, mãe de Flávia, aguarda na lentidão da justiça há nove anos pela condenação dos culpados por “um ralo de piscina, mal vendido, mal instalado e nunca fiscalizado.”

Eu nem sei o que dizer.
Sou cética na justiça e contei isso num de meus primeiros posts aqui no blog , entitulada “Justiça, cega ou míope?” .

Enquanto não temos outras armas, precisamos ficar atentos aos nossos filhos porque maioria das piscinas devem ter o mesmo problema: um ralo mal localizado de fácil acesso, com um motor mais forte do que é realmente necessário e seguro e num estabelecimento que pode negligenciar das normas de segurança, seja não tendo um salva-vidas, seja tendo um salva-vidas mal-preparado.

E depois de reler meu texto, me lembrei que eu mesma, quando criança, brinquei com a succção destes ralos, inocentemente, sem nem imaginar o risco que eu estava correndo.
Então agora que sabemos, precisamos alertar também nossas crianças para que não façam a mesma coisa.

À Flávia, Odele e família, minha solidariedade e consternação, colocando nosso blog à disposição sempre que quiserem para divulgar algum andamento do tratamento e da saúde de Flávia, tal como sobre o andamento do processo ou qualquer declaração, pedido de ajuda ou para simplesmente desabafar. Contem conosco. Que a força sempre esteja com vocês.

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Ana Cláudia Bessa

AS SACOLAS E O FUTURO

SACOLAS PLÁSTICAS - Leia nossos posts!

Veja esse vídeo sobre uma nova alternativa ao uso das sacolas plásticas!


Por onde eu começo?
http://ofuturodopresente.blogspot.com/2008/01/por-onde-eu-comeo.html
Poluição Eco-consciente?
http://ofuturodopresente.blogspot.com/2007/09/poluio-eco-consciente.html
Participe do nosso debate!
http://ofuturodopresente.blogspot.com/2007/08/participe-do-nosso-debate.html
Sacolas no Rio, só bio!
http://ofuturodopresente.blogspot.com/2007/08/sacolas-no-rio-s-bio.html
O uso de sacolas plásticas no Estados Unidos
http://ofuturodopresente.blogspot.com/2007/05/sacolas-plsticas-nos-estados-unidos.html

LEIA TAMBÉM:
As bolsas ecológicas
Sacolas assinadas
Engodo plastificado
Haja sacola!

PARTICIPE, OPINE, CONTRIBUA, DIVULGUE!

quinta-feira, 20 de março de 2008

Luís Flávio, Ajude a salvar esta vida.

.
. Pessoal, estou aqui desta vez para fazer uma solicitação a todos aqueles que estiverem dispostos a ajudar nesta busca, ou simplesmente realizar um ato de doação. Estou postando aqui também já que a Ana Cláudia assim o permitiu possibilitando então uma maior divulgação deste pedido.

Eu conheci o blog da Paola Oliveira, que é enfermeira e conhece o caso que vou relatar aqui, pois a mesma deixou um comentário para mim em um post sobre doação de medula que eu coloquei aqui. Nele, ela solicitava o apoio na divulgação de seu blog, blog esse onde ela iniciou uma luta para ajudar um menino que tem Leucemia Mielóide e precisa de uma transfusão de medula. Ele faz quimioterapia desde fevereiro de 2007, quando a doença foi descoberta.

Os pais seriam os melhores e possíveis doares da medula para ele, só que existe um se não. O Luis Flávio foi adotado por um casal em Salvador, já que ele foi abandonado com vinte e um dias de vida. Ele foi encontrado por um bigilante na carroceria de um carro no bairro da Pituba, enrolado em um lençou e ainda com o cordão umbilical.

Ele tem 90% de chance de cura, caso este transplante seja realizado, mas para isso é preciso encontrar os seu pais biológicos. Todos que o conhecem e a seus pais torcem para que isto aconteça. Os pais adotivos do Luis Flávio deixam claro que caso a mãe apareça ela não corre o risco de ser presa, pois não existe flagante e nunca foi instaurado nenhum inquérito policial.

Estou então convocando meu grandes amigos desta terra tão iluminada que é a Bahia e também os de qualquer outro estado deste brazilzão, vamos mobilizar todos que conhecemos para nos candidatar-mos à doação de medula. Pode ser que não consigamos ajudar ao Luis Flávio agora, mas poderá aparecer outro receptor em qualquer lugar do mundo. Vamos divulgar esta informação para o maior número de pessoas, quem sabe não consigamos chegar até esta mãe?

O mais importante é que nao dói e o único tempo que você vai perder é o de retirar o sangue para exames e caso seja compatível com alguém o tempo para retirar a medula.

Pense assim, PODERIA SER VOCÊ A PRECISAR. Vamos lá gente, me ajudem a disseminar isso.

Quem tiver alguma informação sobre os pais biológicos de Luiz Flávio, deve enviar mensagem para o portal da REDE BAHIA, ou informações aqui para o Mais Você, pelo site ou pelo telefone: (11) 3236-0630.

Clique AQUI e veja o vídeo de uma entrevista no Mais Você

Informações para se cadastrar no banco de medula óssea na Bahia, clique AQUI, ou então no site do INCA - Instituto Nacional do Cancer.

Obs.: a primeira foto a direita é a da Paola Oliveria e a segunda a esquerda é a foto mais recente do Luís Flávio.

Blog da Paola Oliveira - Luís Flávio o início de uma luta
__________________________________________________________________________________ Cristiane A. Fetter

Pensamentos que nos fazem pensar...

"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperá-la. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente, nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se não tivessem vivido..."

(Confúcio * 551-479 A.C)

quarta-feira, 19 de março de 2008

Não me engane, que eu não gosto!

Muita gente já ouviu essa famosa historinha de case de marketing que fala de uma copeira que servia cafezinho durante uma reunião de uma famosa marca de pasta de dente em que se discutia como aumentar o consumo já que o ato de escovar dentes era bem delimitado, sendo difícil incentivar que as pessoas escovem mais o dente do que se faz normalmente. E aí, entra a copeira que pede licença e sugere que se aumente o tamanho do buraco de saída da pasta de dente, assim as pessoas, sem perceber, colocariam mais pasta a cada escovação. Brilhante...

Não sei se é verdade mas o fato é que o buraco aumentou...rs...eu pelo menos tenho essa impressão se comparo com as pastas de dente de antigamente.




Dia desses, eu tive a curiosidade de abriraa a tampa da embalagem do creme hidratante das crianças para ver se todo o conteúdo havia sido aproveitado, já que o mesmo estava no finalzinho. E sem surpresa nenhuma descobri que havia bastante creme ainda dentro da embalagem. O motivo era simples: por dentro da tampa, onde não conseguimos ver, o bico não era reto, era cheio de curvas que impediam o escoamento livre do produto. Ou seja, quando a gente pensa que o produto acabou e joga fora, ainda tem produto lá dentro e que vai para o lixo nos levando a abrir um novo frasco.Mandei um e-mail para o laboratório que fabrica o produto e vamos aguardar para ver o que eles falam. Afinal, o bico não poderia afunilado reto?

Aí, lembrei da embalagem de um produto que é muito bacana pois faz com que todo o produto seja usado. Vejam que interessante!

E também lembrei de um produto que eu uso o refil, aliás, uma ótima opção pois poupa o meio ambiente reduzindo, em média, pela metade o impacto causado pelo descarte de embalagens comuns. Além disso, permite a reutilização das embalagens mais danosas ao meio-ambiente e diminui o custo e o impacto ambiental causado pela sua produção.
Taí um bom exemplo de embalagem e de bico!
Dessa daí, a gente usa tudinho!
_________________________________________________________________________________ Ana Cláudia Bessa

Notícia: A melhor escola do mundo

Como a Finlândia criou, com medidas simples e focadas no professor, o mais invejado sistema educacional

Por Thomaz Favaro, de Helsinque

Revista Veja - 20/02/2008

Quem entra numa escola na Finlândia se espanta com a simplicidade das instalações. Era de esperar que o sistema educacional considerado o melhor do mundo surpreendesse também pela exuberância do equipamento didático. Na verdade, na escola Meilahden Yläaste, em Helsinque, igual a centenas de outras do país, as salas de aula são convencionais, com quadro-negro e, às vezes, um par de computadores. Apesar do despojamento, as escolas finlandesas lideram o ranking do Pisa, a mais abrangente avaliação internacional de educação, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O último teste, em 2006, foi aplicado em 400.000 alunos de 57 países. O Brasil disputa as últimas posições com países como Tunísia e Indonésia. O segredo da boa educação finlandesa realmente não está na parafernália tecnológica, mas numa aposta nas duas bases de qualquer sistema educacional.

A primeira é o currículo amplo, que inclui o ensino de música, arte e pelo menos duas línguas estrangeiras. A segunda é a formação de professores. O título de mestrado é exigido até para os educadores do ensino básico. Dar ênfase à qualidade dos professores foi um dos primeiros passos da reforma educacional que o país implementou a partir dos anos 70, e é nesse quesito que a Finlândia mais tem a ensinar ao Brasil. Quarenta anos atrás, metade da população finlandesa vivia na zona rural. A economia era dependente das flutuações do preço da madeira, já que 55% das exportações vinham da indústria florestal. Além dos bosques que cobrem 75% do território, o país só tinha a oferecer sua mão-de-obra barata. Os finlandeses emigravam em massa para vizinhos ricos, como a Suécia, em busca de melhores condições de vida. Preocupados com amá qualidade das escolas públicas, os pais estavam transferindo os filhos para instituições privadas de ensino. Em alguns desses aspectos, a Finlândia se parecia com o Brasil. A reforma educacional colocou a qualificação dos professores a cargo das universidades, com duração de cinco anos. Hoje, a profissão é disputadíssima (só 10% dos candidatos são aprovados) e usufrui grande prestígio social (é a carreira mais desejada pelos estudantes do ensino médio).

O segundo passo da reforma, em 1985, foi descentralizar o sistema de ensino. Por esse conceito, o professor é o principal responsável pelo desempenho de seus alunos: é ele quemavalia os estudantes, identifica os problemas, busca soluções e analisa os resultados. O Ministério da Educação dá apenas as linhas gerais do conteúdo a ser lecionado. "Isso só é possívelporque os professores recebem um treinamento prático específico para saber lidar com tanta independência", disse a VEJA Hannele Niemi, vice-reitora da Universidade de Helsinque, que trabalha com a formação de professores há três décadas. O currículo escolar também é flexível, decidido em conjunto entre professores, administradores, pais e representantes dos alunos. A cada três anos, as metas da escola são negociadas com o Conselho Nacional de Educação, órgão responsável por aplicar as políticas do ministério. "Queremos que os professores e os diretores, que conhecem o dia-a-dia da escola, sejam responsáveis pela educação", diz Reijo Laukkanen, um dos membros mais antigos do Conselho Nacional de Educação.

O governo finlandês faz anualmente um teste com todas as escolas do país e o resultado é entregue ao diretor da instituição, comparando o desempenho de seus alunos com a média nacional. Cabe aos diretores e aos professores decidir como resolver seus fracassos. Esse sistema tem o mérito de fazer com que os professores se sintam motivados para trabalhar. A reforma educacional finlandesa levou três décadas para se consolidar. Pouco a pouco, as crianças voltaram a ser matriculadas nas escolas públicas e as instituições privadas foram incorporadas ao sistema do estado. Hoje, 99% das escolas são públicas e o aluno conta com material escolar, refeições e transporte gratuitos. Cerca de 20% dos estudantes recebem algum tipo de reforço escolar, índice acima da média internacional, de 6%. "Quando um aluno repete, perde toda sua motivação, torna-se amargo e pode até apresentar resultados piores que na primeira tentativa", diz Eeva Penttilä, do departamento de educação da cidade de Helsinque.

O sucesso da educação fi nlandesa é, em parte, fruto das características únicas do país. A população, de 5,2 milhões de habitantes, é relativamente pequena e homogênea. "Com uma população 35 vezes maior e disparidades regionais e sociais mais acentuadas, o Brasil não conseguiria ter o mesmo padrão de igualdade entre as escolas, como existe na Finlândia", diz João Batista de Oliveira, ex-secretário executivo do Ministério da Educação. O preço do sistema de bem-estar social que assiste o cidadão do berço ao túmulo é uma carga tributária de 43% do PIB, uma das maiores do mundo, mas apenas seis pontos acima da brasileira. Ou seja, trata-se de um estado paquidérmico, mas eficiente. A Finlândia é o país menos corrupto, segundo a Transparência Internacional. Há quase treze anos na Finlândia, a brasileira Andrea Brandão conhece bem as diferenças entre as duas sociedades. "No Brasil, muita gente acha que algumas profissões, como porteiro, não necessitam de um ensino básico de qualidade", diz. "Na Finlândia, existe um consenso de que todo mundo precisa ter uma educação mínima para ser um cidadão."
Andrea é professora de inglês em uma das poucas escolas particulares do país, voltada para a população de fala sueca, que é minoria na Finlândia. Particular, nos "moldes finlandeses", significa que os alunos pagam uma anuidade opcional de 100 euros, pouco mais de 250 reais. A estudante Eeva-Maria Puska, de 16 anos, passa seis horas e meia por dia na escola Meilahden Yläaste, em Helsinque. Além das disciplinas obrigatórias, ela freqüenta aulas de música, artes e francês, opcionais para os alunos da 9ª série. Mesmo com tantas matérias, Eeva não reclama da carga horária nem, menos ainda, do ambiente: "Gosto dos meus professores, tanto como profissionais quanto como pessoas", afi rma. Na sua escola, professores e alunos conversam amigavelmente nos corredores espaçosos e bem iluminados. A educação de qualidade foi essencial para uma virada na economia finlandesa. A mão-de-obra qualificada permitiu que a eletrônica substituísse a madeira e o papel como principais produtos de exportação.

A Finlândia tem hoje o terceiro maior investimento em pesquisa e desenvolvimento do planeta, grande parte feita por empresas privadas. Uma antiga fábrica de papéis e de botas de borracha do interior do país foi o símbolo dessa transformação. A empresa, Nokia, hoje é a maior fabricante mundial de celulares, com 40% do mercado internacional. Juntos, ela e o sistema educacional são os dois maiores orgulhos dos finlandeses.

OS CINCO SEGREDOS DA EDUCAÇÃO FINLANDESA
A Finlândia consegue ter os alunos mais bem preparados do mundo com medidas simples e ênfase na formação dos professores

1 A exigência com os professores é alta e a carreira, concorrida. O vestibular para ser professor é um dos mais disputados do país. Apenas 10% dos candidatos são aprovados. Exceto na pré-escola, o mestrado é pré-requisito para lecionar

2 A mesma qualidade para todos. A discrepância no desempenho entre as escolas do país é a menor do mundo. O governo mantém um sistema sigiloso de avaliação das escolas (99% são públicas) e os diretores são informados sobre o desempenho delas

3 Os piores alunos não são deixados para trás Dois em cada dez estudantes recebem aulas de reforço. Por causa disso, os índices de repetência são baixíssimos

4 Currículo variado. Além das matérias básicas, há aulas de ecologia, ética, música, artes e economia doméstica. O ensino de duas línguas estrangeiras é obrigatório, mas, se o aluno quiser, pode aprender outras duas

5 Os alunos devem ter prazer em ficar na escola. Os diretores e professores são responsáveis por criar um ambiente agradável para os estudantes. A carga horária não é excessiva e, a partir da 7ª série, os alunos são livres para escolher algumas disciplinas com as quais têm mais afinidade

Finlândia x Brasil
Ênfase nos professores
Em comparação com o Brasil, a Finlândia mantém os alunos por mais tempo na escola e investe mais na formação dos professores. O fato de ganharem menos que os brasileiros emproporção à renda per capita nacional demonstra que salário não é a única maneira de estimular os professores

http://planetasustentavel.abril.uol.com.br/noticia/educacao/conteudo_270947.shtml

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Precisamos descruzar os braços.Vamos teclar para começar?
Escola pública x particular
Escola particular x pública - II
Alfabetizaçao precoce
Professor especialista - necessidade ou piroctecnia?
Educação como produto - 14/02/08
Educação Pública -11/02/08
A Escolha da Escola - parte 1
A Escolha da Escola - parte 2
A Escolha da Escola - parte 3
A Escolha da Escola - parte final
Educação, pra quê mesmo?
Métodos Educacionais
Escola pra quê?

terça-feira, 18 de março de 2008

Ser cafajeste é só culpa dos homens?

Outro dia numa conversa animada aqui em casa sobre homens cafajestes, me lembrei de um episódio marcante na minha vida.

Eu tinha meus 15 anos e todo sábado íamos em grupo a uma danceteria (na minha época era assim que chamava, hoje nem sei mais). Lá eu encontrava e “ficava” sempre com o mesmo rapaz: Félix.

Félix era o gato. Moreno, alto, olhos verdes. Cobiçadíssimo.

Um dia, cheguei à danceteria e ele estava beijando uma menina. Não tive nem tempo de ficar triste porque assim que ele me viu, deixou a garota de lado e , como todo sábado, ficamos juntos.

Me achei!

Era EU a master, super, ultra gata da parada!

Vários sábados depois, nós já curtíamos nossa danceteria juntos, como todo sábado, e eu fui ao banheiro. Na volta, o pego aos beijos com uma garota. Fiquei ali, parada, olhando pensando no que eu ia fazer, lembrando de como a outra garota deve ter se sentido quando ele a deixou e ficou comigo. A única coisa que consegui pensar foi em esperar o beijo acabar para que ele me visse e foi o que fiz.

Ele ainda tentou se explicar mas como eu ainda tinha idade de voltar para casa com o pai da amiga, só falei para ele que nunca mais a gente ia ficar junto e fui embora.
E nunca mais ficamos mesmo , nem lembro das vezes que o encontrei. Apaguei completamente da minha memória.

Naquele dia eu aprendi que nós mulheres temos que nos dar valor. Que homem que é cafajeste com outra, cedo ou tarde, será com você. Que nunca devemos incentivar este tipo de comportamento ou valorizar o homem safado.
O problema é que muitas, mas muitas mulheres mesmo, gostam daquele cara cafajeste, daquele desejado por todas e direito de poucas. E muitos até são direito de todas, afinal ela sai pegando.

Somos nós que criamos nossos filhos e dizemos com alegria (e até orgulho) que ele vai ter um monte de namoradas.

Mas peraí!

E nossas filhas, terão um monte de namorados?

Mas peraí!

E nossas filhas vão namorar o filho da vizinha que ela criou dizendo que era bonito ele ter um monte de namoradas?

Somos nós que não só damos asas ao cafajestes quando escolhemos ele para ser nosso parceiro, como quando o criamos dizemos aos nossos filhos que eles podem ter um monte de namoradas.
E penso que nós mulheres, somos sim, muito responsáveis pela criação dos homens que aí estão e que aí estarão.

Eu não gosto de homem cafajeste, mulherengo.
E essas mães que me desculpem, mas acho o fim este tipo de estímulo e pretendo criar meus dois meninos para serem caras bacanas, que respeitem as mulheres e que até tenham um monte de namoradas, mas uma de cada vez.
E eu falo isso sempre que ouço algo a respeito.

E espero que eu viva num mundo que eles se tornem interessantes para as mulheres justamente por causa disso. Não o contrário.

_________________________________________________________________________________ Ana Cláudia Bessa

Flagra

No caminho para Mariana-MG
encontramos essa preciosidade!

Que nós sempre continuemos a fazer o mesmo,

cuidando bem no nosso blog, da nossa vida,

da nossa família e da nossa sociedade !

Obrigada a todos os nossos amigos

que nos ajudaram a chegar a 50.000 visitas!

segunda-feira, 17 de março de 2008

CONHECENDO O RIO - ILHA GRANDE

"Há males que vem para bem". A frase é chavão e às vezes vem carregada de conotações cruéis, mas no caso da Ilha Grande ela se aplica. A existência de uma colônia penal (eufemismo para presídio) manteve por quase um século este verdadeiro paraíso tropical longe da especulação e da predação que "comeu solta", sobretudo, nas últimas décadas.

Por muita sorte a desativação do presídio e a "abertura" da Ilha ao turismo ocorreu num momento em que a consciência preservacionista já atinge um nível considerável em nossa sociedade. Mas vamos às atrações da Ilha Grande. Obviamente, sendo uma ilha tropical, não faltam as belas praias, o sol, os passeios de barco etc etc. Tudo isso tem lá, mas com a enorme vantagem de que fica "pertinho" do Rio.

Você pode chegar lá de barca a partir de Mangaratiba (2 horas do Centro) ou de Angra (três horas). Apesar de mais perto eu não aconselho o embarque em Mangaratiba para quem não é muito chegado a travessias marítimas. Há um trecho, próximo à ponta da Marambaia, onde as ondulações costumam ser grandes e causar enjôo. Indo por Angra a travessia é toda feita ao abrigo do mar alto e, portanto, bem mais tranquila em termos de condições de mar. Dura cerca de uma hora e meia, por um ou outro.

O destino das barcas é o povoado principal da Ilha, chamado Vila Abrão (a maioria chama de Abrahão, mas na realidade o local é uma enseada, cujo sinônimo em português da época do descobrimento é "abra"). Neste povoado você encontra a maior concentração de pousadas da Ilha, bem como é de lá também que partem quase todos os passeios de escunas e saveiros para todos os pontos da Ilha. Dali também se originam diversas trilhas, dos graus de dificuldade os mais variados, para praias desertas, rios, cachoeiras etc.

Na Ilha não circulam veículos a motor (exceção para uma viatura da UERJ que atende a um Centro de Estudos da Universidade situado na praia de Dois Rios, a 12 Km do Abrão). Em Dois Rios ficava o presídio, cujos restos que sobraram da implosão ainda estão lá como atração turística. Esta "estradinha" de 12 Km é um dos passeios que os mais dispostos podem fazer, e, leva, em média, duas horas de uma praia a outra.

O Abrão fica do lado "de dentro", ou seja, o lado voltado para o continente. Do outro lado da Ilha estão as praias de "mar aberto", sendo que a mais procurada (também acessível por trilha) é a de Lopes Mendes. Sem acesso por trilha a partir do Abrão fica a localidade de Aventureiro, remanescente de uma aldeia caiçara, com poucos moradores e uma praia "de babar" de tão linda. O acesso ao Aventureiro é feito de barco e o número de pessoas por vez é limitado e controlado.

Bem, se você é do tipo "eco-turista" vai ficar doidinho sem saber por onde começar (muito menos quando acabar!). Se é do tipo "sombra e água de coco na beira da praia" também, pois ficar "de bobeira" nas praias e na vila também é uma delícia.Tanto Mangaratiba quanto Angra têm estacionamentos seguros onde você pode deixar o carro.

Agora, não deixe de RESERVAR vaga, via internet, em alguma pousada antes de ir, pois você tem que COMPROVAR estadia para ter acesso à Ilha. Digite "Ilha Grande" no google e escolha. Todas as pousadas oferecem passeios de barco e dão dicas para outros passeios.

Ah, e antes que eu me esqueça, consulte a meteorologia, pois a Ilha com chuva é frustrante!
__________________________________________________________________________________ Ivo Fontan

Como será o Futuro dos nossos Filhos?



Fonte: Greenpeace


sexta-feira, 14 de março de 2008

RECADO DA MERCEDES

GEOBIOLOGIA – A arte do bem sentir

Conforme a tomada de consciência sobre os problemas ambientais vai se tornando mais presente no nosso cotidiano e inclusive no imaginário popular (vide o carnaval, que trouxe o tema em várias escolas de samba), vão sendo resgatados saberes ancestrais de como coexistir harmoniosamente com o meio em que vivemos.

Um desses saberes resgatados e que também vem agregado de diversas pesquisas científicas atuais, é a Geobiologia. É uma ciência que trata da relação entre a saúde das pessoas e o local onde habitam.
Embora seu parente distante, o Feng Shui, seja atualmente mais conhecido e difundido no Brasil, a Geobiologia está para ele assim como a Engenharia estaria para a Arquitetura.

Na Europa já é tratada como uma especialização nas universidades.
Seu alcance se estende desde a prospecção do local apropriado para a construção de uma moradia, estabelecimento comercial ou para outras finalidades, até a análise e possível correção de locais já em uso, para a melhoria do bem estar de seus ocupantes.
É sabido, por exemplo, que cabos de alta tensão e transformadores elétricos de grande porte próximos a residências, podem causar distúrbios e doenças sérias, existindo inclusive legislação a esse respeito na Europa.
Esta, entre outras, é uma das preocupações da Geobiologia a ser levada em conta no momento de escolher uma moradia.

Há também áreas de atuação diversificadas, como as ocorridas nas fronteiras do Paquistão e Afeganistão, onde a Sociedade Inglesa de Radiestesia (uma especialização da Geobiologia) trabalhou lado a lado com Geólogos. Houve 4.000 perfurações para localizar poços artesianos que pudessem ser utilizados pela população carente de água potável. Destes, 2.000 foram indicados pelos radiestesistas e 2.000 foram indicados pelos geólogos aparelhados com instrumentos modernos. O índice de acerto dos radiestesistas foi de 90% contra 35% dos geólogos.

Para saber muito mais sobre o assunto, e com uma leitura gostosa e de fácil assimilação, minha dica de hoje é justamente o livro que dá título a este artigo: GEOBIOLOGIA – A ARTE DO BEM SENTIR, de Allan Lopes Pires e Juan Saez, editora Triom.
Nele há muita informação e dicas importantes para manter uma relação harmoniosa com o seu meio ambiente imediato: a sua própria casa.
____________________________________________________________________________ Mercedes Lorenzo

quinta-feira, 13 de março de 2008

Trânsito consciente

Sabe que eu ainda me espanto com o sistema rodoviário aqui de New Jersey? Grandes rodovias, pequenas, médias, com pedágio, sem, ótimo asfalto, sinalizaçao impecável, visível, orientadora, prática e que respeita o pedestre.

Me sinto uma criança quando estou na rua e resolvo atravessar no local correto e sinalizado para isso. Basta colocar o pé na rua e os carros param. Isso só acontecia no Rio de Janeiro quando eu estava ao volante.

Nos estacionamentos, que são enormes aqui, e seja de qualquer tipo de loja - mercados, shoppings, restaurantes - esse respeito também acontece.

Muitos irão dizer que não é respeito, que são as leis que fazem isso, ou então a fiscalização da polícia. Tudo bem, o importante é que ela exista. Que este tipo de trabalho é feito nas escolas e intensivo. Meu filho de 4 anos já conhece todas as regras básicas.

Mas tem uma coisa aqui que eu acho muito legal. Se você chegar a um sinal e ele estiver vermelho e você quiser dobrar à direita, isso pode ser feito desde que respeitada algumas regras que são: Tome cuidado com o fluxo do trânsito, Tome cuidado com os pedestres que vem em primeito lugar, Veja se não existe placas impedindo essa manobra. Tirando isso, é livre ou seja, o trânsito sempre flui melhor, sem muitas esperas. Até porque sou carioca e como diz a música que a Adriana Calcanhoto canta: carioca não gosta de sinal fechado.

Também existem um em especial em cruzamentos muito movimentados, ele tem um pequeno atraso e uma quarta opção. É uma setinha que permite você virar a direita ou esquerda enquanto que o cruzamento espera. Sou poucos segundos, talvez 20, mas que ajuda em muito.

fechadoaberto e pode virar a esquerda sem preocupação

Também fico impressionada com o sistema férreo, seja o trem ou o metrô que em alguns casos vem até a superfície. Não existem muros inclusive nas plataformas de embarque e ninguém tenta entrar nos trens sem sua passagem. Minto, isto até pode acontecer mas ele terá que pagar lá dentro para o cobrador. Mas não existe invasão, surfistas ferroviários, lixo nas linhas e eu ainda não ouvi falar de um acidente entre um automóvel e um trem (pelo menos por aqui).

metrô passando pela superfície

estação de trem na cidade onde moro as 7 de manhã


Interior do trem que sai passa pela minha cidade
e vai até Nova Iorque (um dos mais simples)

Tem escola? tem sinal. Cometa alguma infração nesta área que a Cuca te pega, opa, a polícia te pega e a punição é violenta. Bons exemplos para os nossos mororistas, pois eu acredito sim que a lei tem que existir, ser cumprida, mas principalmente as pessoas é que tem que saber respeitrar o pedestre e que ele vem em primeiro lugar e que você não dirige sozinho.


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Cristiane A. Fetter

Prêmio EU VOU!

A Carla do blog Vai, Carla! Ser gauche na vida e a Antônia do Blog do Lucas - Milagre da vida! nos brindaram com mais este prêmio!

E claro que a gente VAI aceitar!
Obrigada!!!!!!!


E vai repassar:

30 e alguns da Veridiana Serpa
Blog Talk da Cristiana Soares
Espírita na Net da Adriana
Ô Menino Rude da nossa amiga Geo

(Olha a presença maciça da mulherada na net...é muito batom!...risos)

quarta-feira, 12 de março de 2008

A "terrível" CATAPORA

Acredito que a grande maioria de nós, aqui presentes, teve catapora. Eu tive.

Claro que eu era pequena para poder hoje relatar os detalhes, mas sei que passei por ela como a maioria: coceira, alguma febre, algumas pústulas inflamadas, e uma marquinha no rosto (no meu caso) de uma “unhada” mais desesperada. Minha “vacina” contra a catapora, foi a própria catapora.

E vim flar disso porque me chamou atenção uma fortíssima propaganda que vi na rua falando que o pior da catapora é ela se agravar...(qualquer doença é assim...)

Aí, fui pesquisar e descobri uma entrevista de um determinado médico, a informação de que a catapora embora seja comumente benigna, é impossível prever se realmente assim o será. E ainda dizia que uma boa nutrição, boa higiene e bons cuidados em geral não são garantia, chamando isso de mito e ledo engano.

Mas peraí? Mito? Ledo engano? Pode até ser que isso não seja garantia, mas daí a ser mito vai uma distância muito grande. Afinal, boa nutrição, boa alimentação, boa higiene são , sim, parte dos mais importantes passos para se ter boa saúde. Achei o maior terrorrismo para aqueles pais e mães mais apavorados. Já os vi, descabelados, correndo para dar a vacina contra a catapora numa clínica particular (já que essa vacina é paga e não é dada (gratuitamente) no posto de saúde).. E aí, veio mais uma estatística: 40 mortes por varicela (ou catapora) em 2 anos. Leiga como sou, acredito que a recente notícia de que o trânsito representa 4% das mortes no Brasil, já me dão o seguinte recado: mais fácil morrer de andar de carro do que de catapora.

Além disso: essas 40 mortes se deram em que circunstâncias? Onde viviam, como estavam nutridas e medicadas, estavam sob cuidados adequados e acesso a condições higiênicas básicas? Infelizmente, o artigo não entrou nestes méritos. Apenas citou o alarde e as complicações: hepáticas, neurológicas e respiratórias que “podem” estar associadas a essa doença. “Além disso, as feridinhas banais da catapora podem ser infectadas por bactérias agressivas e produzir uma infecção generalizada gravíssima conhecida por septicemia.”

Cruz credo!Que pai e mãe que quer isso?

É claro que eu não estou falando aqui que isso não pode ocorrer. Pode. Mas há que se ponderar que são casos específicos . Ainda é menos seguro andar de carro. E eu continuo andando com meus dois filhos.

Assim como algumas experiências fazem parte da formação do nosso caráter, acredito que algumas doenças fazem parte do nosso amadurecimento imunológico. E tudo na vida pode complicar. Não sou a favor e não acredito na “segurança” de um mundo inerte e livre de doenças.
Não quero e nem estou defendendo a não-vacinação. Eu defendo, e muito, a autocrítica, o questionamento. Porque devemos aceitar todas as informações que nos chegam sem questionar? Porque o nosso bom senso é posto de lado mesmo em detrimento de afirmações questionáveis? Estamos nós, sem condições básicas de higiene, educação e alimentação para nos submeter a essa vacinação indiscriminada?

Os médicos defendiam o raio x para gestantes, hoje sabe-se que não é indicado...
E agora se promove um festival de ultrassonografias durante a gravidez que talvez no futuro, serão trocadas por oputro procedimento porque sempre foram maléficas e ninguém “sabia”, ou falava...
Sei...sei...misturei os assuntos, mas é tudo ingrediente da mesma sopa!

Tudo, inclusive a tecnologia médica deve ser usada com critério e bom senso.

Leia mais:
"Existe, também, o perigo de que as vacinas mudem a forma de como as infecções afetam o corpo humano. A idade com que as crianças costumam contrair caxumba aumentou desde que a vacina contra caxumba foi introduzida. E a caxumba atípica (uma forma da doença muito perigosa e difícil de tratar) está se tornando mais comum. Que novas cepas de doenças estamos introduzindo ao usar vacinas de forma tão imprudente?"

Fonte: Vernon Coleman's Health Letter, vol. 5 nº 3, outubro 2000

http://www.taps.org.br/Paginas/vacinart09.html
Apesar de recomendadas, vacinas causam dúvidas
Catapora-sintomas e como cuidar

Ah...o texto abaixo foi publicado na Revista SuperInteressante. É longo mas é muito bom!

__________________________________________________________________________________ Ana Cláudia Bessa

Vacinas fazem bem ou mal?

Vacina: Heroína ou vilã ?


Efeitos colaterais graves e anomalias causadas no sistema imunológico põem as vacinas na berlinda e levantam uma questão crucial: até que ponto elas são benéficas?
Por Jomar Morais

Há 204 anos, o inglês Edward Jenner descobriu a primeira vacina. Conseguiu, para surpresa geral, imunizar um garoto de 8 anos contra varíola inoculando-lhe soro de varíola bovina. Dois séculos depois, a pergunta que dá título a esta matéria caiu como uma bomba sobre a mais difundida das ferramentas de saúde pública: a vacinação que se propõe imunizar o corpo humano contra doenças infecciosas já a partir dos primeiros dias de vida. Não é de hoje que há debates acalorados sobre vacinas no meio científico. Mas a questão ressurgiu com mais força há três anos, nos Estados Unidos e na Europa. Desde então, a dúvida vem se espalhando entre pais e profissionais da área médica ao redor do mundo.

A crítica às vacinas apóia-se em pelo menos três pontos polêmicos.Nos últimos tempos parece ter aumentado – ou pelo menos se tornado mais visível – a ocorrência de efeitos adversos de certas vacinas, como a tríplice contra difteria, coqueluche e tétano. Os efeitos variam da simples irritabilidade ao desenvolvimento da doença que se pretendia evitar. Há registro de casos extremos em que a vacinação resultou em morte.

Enquanto as chamadas doenças da infância, como o sarampo e a rubéola, declinam, aparentemente como conseqüência das campanhas de vacinação, observa-se um súbito aumento de males crônicos como o diabetes, a artrite, a asma e outros tipos de alergias. Para os antivacinistas, estudos recentes, realizados em vários países, não deixam dúvidas sobre a relação causal entre a sobrecarga de vacinas recebida pelas crianças e as doenças autoimunes – males provocados por respostas anormais do sistema imunológico contra o próprio organismo.

Apesar do salto tecnológico que sinaliza a utilização, em futuro próximo, de sofisticadas vacinas de DNA, que se diferenciam das outras por ter ação mais forte e prolongada (em ratos, atuam por toda a vida), os cientistas passaram a admitir recentemente que pouco sabem sobre a ação das vacinas no corpo humano. O diretor do Instituto Pasteur de Paris, Philippe Kourilsky, guardião das teorias do químico francês Louis Pasteur, pai da microbiologia, reconhece essa relativa ignorância da medicina. Em maio do ano passado, ao confessar seu espanto com a escassez de informações científicas básicas nesse campo, ele afirmou: “Cada vez que uma vacina se mostra eficaz, os cientistas simplesmente a entregam para o pessoal da saúde pública e vão estudar outra coisa”.

Num país onde a quase totalidade das doenças infecciosas foi controlada, como é o caso dos Estados Unidos, o questionamento das vacinas começa a ser traduzido em números que expressam a repercussão social do problema. Um quarto das famílias americanas, segundo pesquisa do Centro Nacional de Informações sobre Vacinas, uma organização não-governamental baseada em Vienna, no Estado da Virgínia, já se pergunta se o sistema de defesa das crianças não fica enfraquecido por conta de tantas vacinações. Afinal, são quase dez doses apenas nos primeiros seis meses de vida e 22 tipos de vacinas aplicadas antes da idade escolar. Outros 19% dos americanos põem em dúvida a própria eficácia das vacinas na prevenção de doenças.O governo dos Estados Unidos, que, desde 1986, é legalmente obrigado a indenizar possíveis vítimas das imunizações, também está atento.

Seu site de Relatos sobre Efeitos Adversos das Vacinas recebeu 108 000 queixas entre janeiro e outubro do ano passado, todas encaminhadas para averiguação técnica. A maioria dos relatos diz respeito a desconfortos leves, como febres e indisposição passageiras, que os cientistas costumam desconsiderar. Mesmo assim, as referências a complicações colaterais graves – inclusive mortes – em 14% das denúncias levou o Serviço de Saúde dos Estados Unidos a redobrar a vigilância sobre os fabricantes de vacinas e a interferir nas normas de produção. Foi proibida, por exemplo, a utilização do conservante timerosal, substância à base de mercúrio, usado na maioria das vacinas que, segundo os antivacinistas, é responsável por vários dos efeitos adversos em vacinados. (No Brasil, a maioria dos fabricantes vêm eliminando, gradualmente, o timerosal das fórmulas das vacinas.)

Por solicitação da Academia Americana de Pediatria, foi suspenso o uso da vacina Sabin, fabricada com vírus vivos da poliomielite, que, segundo dados oficiais, vinha apresentando a média anual de oito casos de contágio vacinal. Isto é, a cada ano cerca de oito crianças contraíam paralisia provocada justamente pelo vírus atenuado da pólio usado na Sabin. Agora os americanos utilizam apenas a vacina Salk, anterior à Sabin e preparada com vírus mortos, tida como menos eficaz pelos cientistas. (A vacina Sabin era utilizada nos Estados Unidos desde 1962. No Brasil, onde foi adotada na década de 60, ela ainda é empregada.)

Outros países também apertaram o cerco às vacinas nos últimos anos, baixando medidas preventivas. A Suécia substituiu a vacina tríplice DPT contra difteria, coqueluche e tétano (outra que continua sendo utilizada no Brasil), por uma variedade que exclui o componente pertussis (coqueluche em inglês), o P da sigla. É que esse componente costuma ser associado à maioria dos casos fatais e das lesões permanentes em crianças atribuídos às vacinas.

No Japão, as autoridades de saúde entraram em alerta depois que pesquisadores do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas daquele país encontraram em rios e esgotos, no ano passado, exemplares de vírus selvagens da pólio cujo exame genético comprovou serem mutantes de vírus atenuados usados na vacina Sabin.

Segundo o virologista Hiromu Yoshida, chefe da equipe de pesquisadores que investiga o caso, o achado não representa uma ameaça à saúde pública dos japoneses, mas confirma uma suspeita antiga: a de que o vírus atenuado da pólio sofre mutação no organismo do vacinado, recobrando a virulência original. Esse é, a propósito, um dos cavalos de batalha dos antivacinistas.O que dá para depreender disso? Pelo menos uma coisa: em se tratando de vacinas, um dos pilares dos programas de saúde pública em quase todos os países, será necessário mais tempo até que todas as dúvidas sejam esclarecidas e as opiniões hoje antagônicas e exaltadas convirjam para um novo entendimento. Não há resposta fácil. Mas o ponto é que há dúvidas e desconfiança onde antes parecia só haver certezas e tranqüilidade. E o debate está apenas começando.

Inclusive no Brasil, país onde, nos últimos 14 meses, três mortes foram associadas ao uso de vacinas (veja quadro).As ressalvas às imunizações são tema tabu na maioria dos círculos médicos. De um lado, não são raros os casos de pediatras que, de forma quase clandestina, aconselham pais a moderar a vacinação dos filhos ou a simplesmente evitá-la. De outro, as divergências com o pensamento médico hegemônico que manda vacinar a qualquer custo acontece sempre de forma discreta e subterrânea. O receio dos profissionais tem um pilar na rejeição que podem sofrer entre os seus pares, seja no ambiente médico seja no meio acadêmico. E outro na possibilidade de que criticar abertamente as vacinas possa, de alguma forma, conduzir a um problema maior de saúde pública.

Em outubro passado, finalmente, a discussão veio à tona com um artigo do biogenista Fernando Travi, publicado na seção “Superpolêmica”, da Super. O artigo foi um dos mais comentados do ano pelos leitores, vários deles profissionais da área de saúde e pacientes com casos pessoais a relatar sobre o uso de vacinas. “As vacinas são a mais eficiente intervenção médica que a humanidade já produziu”, afirma Aguinaldo Roberto Pinto, doutor em microbiologia e pesquisador do Instituto Adolpho Lutz, de São Paulo. “Desconhecer os seus benefícios é uma estupidez sem limites”, diz Cláudio Pannuti, especialista do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo. Aguinaldo e Cláudio admitem que não existem vacinas 100% seguras. Mas acham que usar os efeitos adversos dos preventivos para clamar contra as campanhas de vacinação fere o bom senso.

Primeiro, argumenta Cláudio, porque tais efeitos seriam tão raros que se tornariam insignificantes diante do benefício proporcionado pelas vacinas. Isso equivaleria a dizer que as três mortes associadas às vacinas no Brasil, não justificariam acabar com a vacinação que evita epidemias que, no passado, dizimavam milhões de pessoas.O segundo argumento pró-vacina é que o suposto aumento dos danos decorrentes da vacinação não passaria de uma falsa dedução.

O que estaria acontecendo é que, com o fim ou o controle de muitas moléstias infecciosas, os casos de contágio vacinal, lesões e outros efeitos colaterais das vacinas – antes diluídos entre multidões de doentes – ganharam naturalmente maior visibilidade, transformando-se num problema de primeira grandeza em sociedades liberadas de ameaças maiores. “Suspender as campanhas de imunização traria muitos prejuízos à população, com o retorno das epidemias do passado”, diz Cláudio.Nos últimos três anos dezenas de livros foram escritos sobre o lado escuro das vacinas – nenhum em português. E muitos fóruns, realizados principalmente nos países desenvolvidos, ecoaram os argumentos antivacinistas. Em quase todos os casos, os círculos oficiais da ciência, os governos e os técnicos em saúde pública optaram por desconhecer a polêmica, no pressuposto de que o atual modelo de imunização é inquestionável.

Que fique claro: nem todos os que fazem restrições às vacinas querem abolir o seu uso. “É possível utilizá-las de modo mais criterioso até que se encontre um jeito melhor de prevenir doenças”, afirma o médico Romeu Carrillo Júnior, presidente da Associação Brasileira de Reciclagem e Assistência em Homeopatia. O ponto consensual é o de que está na hora de os centros tradicionais de pesquisa se disporem a investigar os problemas relacionados às vacinas e reavaliar as práticas atuais nessa área. E é aí que se encontra um dos nós mais intrincados da discussão.

Desde a experiência pioneira de Edward Jenner, inspirada numa crença popular do interior da Inglaterra, as vacinas são poções destinadas a estimular o sistema de defesa do homem a desenvolver anticorpos contra determinados vírus ou bactérias, tornando o organismo imune às doenças causadas por esses agentes. Para tanto, utiliza-se o próprio micróbio causador da doença, morto ou atenuado em sua virulência, em composições que foram sendo aperfeiçoadas ao longo dos anos. “Vacinar é adoecer, só que brandamente, sob controle”, afirma Cláudio. A questão é que, como admite o pesquisador do Instituto Adolpho Lutz, muitas vacinas apresentam uma zona de penumbra em que os cientistas não conseguem penetrar: o processo como atuam no interior do corpo.Nascem dessa lacuna as razões para declarações inusitadas, como a de Philippe Kourilsky, do Instituto Pasteur, que reconheceu que as vacinas são mal-estudadas. E para o quadro patético descrito por Neal Nathason, diretor do Centro para Pesquisa da Aids, do governo americano, em nota recentemente publicada pela revista inglesa New Scientist. Segundo Neal, vacinas como as da hepatite B, poliomielite, sarampo e mesmo a veterana varíola são aplicadas em escala mundial sem que os cientistas conheçam até hoje seus mecanismos de ação. Aguinaldo acrescenta à lista a vacina anticoqueluche, um dos alvos preferidos dos antivacinistas pelo número expressivo de efeitos colaterais que apresenta.

Ruth Ruprecht, médica e pesquisadora da Escola de Medicina da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, oferece uma explicação de por que isso ainda acontece: “É difícil obter recursos para pesquisar vacinas que já existem”. Os habituais financiadores de estudos científicos, entre os quais a grande indústria farmacêutica, costumam alegar que não há razão para investigar o que já foi descoberto, preferindo apostar em estudos que levem a novos produtos. “Isso é só meia-verdade”, afirma Marcos Oliveira, diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, do Rio de Janeiro, de onde sai a maioria das vacinas em uso no Brasil. “Há esforços para otimizar vacinas existentes, como é o caso da vacina contra meningite, cuja fórmula não funcionava em crianças abaixo de dois anos, e dos estudos atuais para dar mais eficácia à BCG, diante do aumento da resistência do bacilo da tuberculose”, diz Marcos.

Esse aparente descaso acirra a crítica de adversários radicais das imunizações, para os quais vacinas são fórmulas destituídas de fundamento científico. Ao mesmo tempo limita a argumentação antivacinista pela escassez de testes laboratoriais que comprovem as alegadas relações causais entre o uso de vacinas e algumas doenças.Em depoimento na Subcomissão de Trabalho e Saúde do Congresso americano, em 1997, o médico Harris Coulter, presidente do Centro de Medicina Empírica, de Washington, apresentou um rol de casos sugestivos de que, entre outros males, as vacinas estão por trás do aumento exorbitante dos casos de diabetes nos Estados Unidos nas últimas décadas. Desde 1950, o número de diabéticos naquele país cresceu mais de 1 000% – há 13 milhões de americanos diabéticos atualmente –, um incremento dez vezes maior do que o aumento da população. Coincidência ou não, a curva ascendente da doença avançou junto com a descoberta de novas vacinas e o avanço das campanhas de imunização.

Coulter, co-autor com Barbara Fisher de um livro clássico do moderno pensamento antivacinista, DPT: A Shot In the Dark (DPT: Um tiro no escuro), ainda inédito no Brasil, apontou suas baterias para três componentes de vacinas múltiplas – coqueluche, rubéola e cachumba – e para as vacinas contra hepatite B e gripe (Haemophilus influenza). “Desde a década de 70 a vacina contra coqueluche tem sido usada em experimentos com animais para estimular a superprodução de insulina pelo pâncreas”, diz Coulter. “Mas o seguimento desse processo é a exaustão e a destruição das ilhotas de Langerhans (que geram a insulina), fato que resulta num quadro de hipoglicemia e, depois, diabetes.” Como a produção de insulina no homem se dá de maneira semelhante à dos animais, o médico acredita ter encontrado aí a explicação para as estatísticas que sinalizam o aumento dos casos de diabetes após as campanhas de vacinação com a DPT nos Estados Unidos e em outros países. Não há estudos que rebatam de modo conclusivo a tese de Coulter e Fischer.No caso da vacina anti-rubeóla, ainda segundo Coulter, o efeito do vírus atenuado no organismo seria tão nocivo e persistente quanto nos casos de rubéola congênita, contraída por bebês cujas mães tiveram a doença durante a gravidez. No organismo de quem tem a doença congênita forma-se um “complexo imune”, constituído do vírus e do anticorpo correspondente, que pode perdurar por até 20 anos. Pelo menos 20% desses indivíduos acabam desenvolvendo diabetes Tipo I, o diabetes melitus.

Considerando que entre os vacinados contra rubeóla foi constatada a existência do mesmo complexo imune até sete anos após a imunização, Coulter deduz que se tem aí um claro fator desencadeador do diabetes. Pessoas que nunca tiveram rubéola ou contraíram a doença naturalmente não exibem o complexo imune. A lista de doenças graves associadas à imunização pelos antivacinistas é longa. Inclui moléstias como o autismo, esclerose cerebral, distúrbios de comportamento e alergias como a asma, doença que mata 5 000 pessoas por ano só nos Estados Unidos.Nessa relação ocupa lugar de destaque o chamado “Mal do Golfo”, a síndrome manifestada por militares americanos que lutaram na Guerra do Golfo, há dez anos. Algum tempo após o fim da guerra, cerca de 300 000 dos 700 000 soldados enviados ao campo de batalha passaram a apresentar manifestações que vão de enxaquecas a fadiga crônica, diabetes, distúrbios cerebrais e até câncer. Para os antivacinistas, o problema foi causado pela carga de 17 vacinas que os militares tomaram antes de seguir para a guerra, entre elas a vacina anthrax, contra a bactéria utilizada em armas biológicas dos iraquianos.

As incertezas são muitas. Um dos estudos mais abrangentes foi realizado no início dos anos 90 por uma comissão interdisciplinar do Instituto de Medicina americano (IOM) e, por determinação do Congresso dos Estados Unidos, envolveu apenas queixas contra a vacina anticoqueluche. O grupo investigou 18 tipos de efeitos adversos associados à vacina, entre os quais agitação e espasmos infantis, encefalite, meningite, autismo, morte súbita de bebês, anafilaxia (choque alérgico que pode ser fatal) e diabetes. Após 20 meses avaliando estudos de casos, estatísticas epidemiológicas, experiências com animais e estudos laboratoriais, a comissão descartou toda e qualquer relação causal entre a vacina e o autismo, reconheceu evidências de que ela pode provocar agitação, encefalite e choque anafilático e deixou sem resposta o resto das perguntas alegando insuficiência de dados.

Outro estudo recente do IOM descartou a associação entre a síndrome do Golfo e a vacina anthrax. Mas não conseguiu encerrar o assunto. O epidemiologista Robert Haley, do Centro Médico da Universidade do Sudoeste do Texas, em Dallas, Estados Unidos, adverte que é preciso levar em conta outros fatores, como a exposição dos militares a armas químicas e a munição fabricada com urânio empobrecido. Também recentemente outra tese polêmica, defendida pelo jornalista Edward Hooper em seu livro The River: A Journey To The Source of HIV and Aids (O Rio: Uma jornada à origem do HIV e da Aids), ainda inédito no Brasil, foi contestada por cientistas reunidos pela Sociedade Real de Londres. Segundo Hooper, o HIV surgiu da mutação do vírus da pólio usado em vacinações no Congo, entre 1957 e 1960. A alteração teria acontecido durante o processo de atenuação da virulência do vírus através de sucessivas reproduções em chimpanzés (a técnica moderna de atenuação não envolve mais animais: consiste em submeter culturas do micróbio a alta pressão e calor). Do macaco o novo vírus mutante teria saltado para a espécie humana. Os cientistas alegam que a seqüência genética do vírus da imunodeficência em chimpanzés não confirma a tese de Hooper.

Outra face do debate expõe a questão da eficácia das vacinas na prevenção das doenças que se propõem a combater. Segundo os antivacinistas, a ineficiência é comprovada pelas estatísticas epidemiológicas. “É certo que a varíola desapareceu do mundo e a pólio foi virtualmente eliminada do Ocidente pela vacinação. Mas é exagero supor que as vacinas são responsáveis pelo controle de todas as epidemias do passado”, diz Harold Buttram, membro da Academia Americana de Medicina Ambiental, sediada em Wichita, no Kansas, Estados Unidos.

Os antivacinistas afirmam que as vacinas começaram a ser usadas quando as principais doenças infecciosas já estavam em declínio, vencidas pelas defesas naturais do organismo. Ou seja: a erradicação das doenças seria resultado de fatores como a redução da pobreza, a melhoria da alimentação e das condições de higiene e de saneamento a partir da segunda metade do século XIX. Não seria conseqüência direta da vacinação. Nos Estados Unidos, afirma Harold, o índice de mortes provocadas pelo sarampo declinou 95% entre 1915 e 1958. A vacina contra a doença só foi criada em 1964. O mesmo se deu com a coqueluche na Inglaterra, cuja incidência diminuiu 82% de 1900 a 1935. Antes do início da imunização em massa naquele país, que só foi acontecer na década de 40.A polêmica sobre as vacinas deriva de um conflito conceitual na área médica que marcou o século XIX e agora ressurge, impulsionado por novas descobertas e pelo avanço da medicina holística. São célebres os debates travados entre Louis Pasteur e Claude Bernard naquela época. Pasteur, pioneiro no estudo dos microorganismos, formulou a teoria segundo a qual cada doença possui uma causa única, um vírus ou bactéria que invade o organismo e ali produz um tipo específico de devastação. Para Bernard, a causa estava em elementos ambientais, externos e internos, e a doença não passava de uma perda de equilíbrio do organismo provocada por muitos fatores. Vem daí a noção do corpo como um “terreno” onde os microorganismos podem ou não agir de forma nociva, dependendo das condições que encontram ali. O que chamamos de doença seria mero sintoma de um mal subjacente e sistêmico, um sinal do esforço do próprio organismo para reequilibrar-se.Pasteur ganhou a parada. Além de cientista notável, o químico francês era também um polemista habilidoso que soube aproveitar a eclosão de várias epidemias, na época, para demonstrar a lógica de seu conceito de causação específica. A partir daí, todo um modelo biomédico centrado na microbiologia e, mais recentemente, na biologia molecular, deu base aos procedimentos médicos modernos – inclusive às vacinações em massa.

No livro O Ponto de Mutação, no qual discute, entre outros temas, o atual modelo médico, o físico americano Fritjof Capra afirma que, mais tarde, Pasteur reconheceu a importância do “terreno” para as enfermidades, tendo ressaltado a influência dos fatores ambientais e dos estados mentais na resistência às infecções. O químico, porém, segundo Capra, não teve tempo para empreender novas pesquisas e seus seguidores persistiram na trilha original.

Os holísticos e os antivacinistas respondem em uníssono quando a pergunta é o que fazer para evitar doenças sem vacinas: cuidar bem do “terreno”. Ou seja, manter as condições que garantiriam o bom funcionamento do sistema de defesa do organismo. Além de alimentação adequada, compõe a receita a exigência de praticar exercícios, dormir bem e evitar hábitos agressivos à saúde (álcool, fumo, drogas), a poluição ambiental e as situações estressantes. Não é fácil, mas vem crescendo o número de pessoas interessadas num caminho que evoca uma melhor qualidade de vida. A dúvida é se isso basta. “Gostaria de saber se um desses críticos das vacinações se recusaria a tomar a vacina anti-rábica se fosse mordido por um cão raivoso”, diz Cláudio. Quem vencerá o debate do século XXI – Pasteur ou Bernard?

Numa época agraciada com recursos de tecnologia impensáveis há 120 anos pode-se imaginar que ficou mais fácil dirimir velhas incertezas. Ao que tudo indica, no entanto, isso não acontecerá logo. A complexidade e os muitos interesses que envolvem a questão prometem gerar mais perguntas e farpas antes que se chegue a algum consenso.

Antídoto controversoEmpregada no país há quase 60 anos, a vacina contra a febre amarela assusta por seus fortes efeitos colaterais. O hábito de vacinar populações no Brasil começou com uma enorme confusão – a chamada “guerra da vacina”. Em 1904, assustados com o boato de que a injeção transmitia sífilis, milhares de cariocas montaram barricadas nas ruas do Rio de Janeiro para evitar a vacinação obrigatória contra a varíola. A casa do bacteriologista Oswaldo Cruz, que dirigia o programa sanitário, chegou a ser alvo de tiros e, temendo o agravamento dos protestos, o governo recuou. Desde então, nenhum outro fato grave tinha abalado as campanhas de imunização no país até dezembro de 1999. Naquele mês, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) anunciou a morte da menina Andrielly Lacerda dos Santos, de 5 anos, em Goiânia, vítima de febre amarela causada pela própria vacina contra a doença.Foi o primeiro caso no mundo, informou a Funasa. Não seria, contudo, o único transtorno recente envolvendo a vacina, obrigatória em áreas silvestres do Norte e do Centro-Oeste. Em janeiro do ano passado, Anizete Alves de Lima, de 28 anos, morreu em São Desidério, na Bahia, cinco dias após ser vacinada. Ela apresentava todos os sintomas da febre amarela. E, em 27 de fevereiro, outra jovem, Katy Cristina Ramos, de 22 anos, também faleceu em Campinas, no interior paulista, devido a insuficiência hepática e respiratória surgida no dia seguinte à vacinação. Oficialmente, só a morte da menina goiana foi associada à vacina, com base em laudo do Instituto Adolpho Lutz, de São Paulo.Na região de Campinas, outro fato chamou a atenção do Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo na mesma época: o aumento desproporcional de casos de meningite viral após a vacinação de dois milhões de pessoas contra a febre amarela. Foram contabilizados 403 casos em dois meses. Desde 1942, há registros estatísticos que sugerem a relação entre a vacina e surtos de meningite no Brasil.Dois séculos de imunizaçãoGrandes momentos da saga das vacinas, do pus da vaca ao DNA1796Edward Jenner injeta a secreção das fístulas de uma vaca com varíola – ou seja, pus – em um menino. Semanas depois inocula a criança com varíola humana e ela não adoece. Daí o nome vacina, derivado da expressão latina materia vaccinia (“substância que vem da vaca”)

1885Louis Pasteur cria a vacina anti-rábica, após descobrir que a raiva ataca o sistema nervoso central de mamíferos e é transmitida pela saliva
1911 Começa a imunização contra a febre tifóide, doença mortal causada por bactérias e caracterizada por febre alta, diarréia e alterações cutâneas
1921 Surge a vacina BCG, contra a tuberculose. Estudo realizado na França, na década passada, sugere que, em crianças, ela é pouco eficaz na prevenção da tuberculose, mas funciona bem contra meningite tuberculosa
1925 A difteria e o tétano ganham suas vacinas. Na época, a difteria matava anualmente milhares de crianças entre 1 e 4 anos de idade, devido à obstrução da laringe e da traquéia
1926 Adotada nos Estados Unidos a vacina contra coqueluche, doença que provoca tosse convulsiva em crianças. Até hoje é o maior alvo da polêmica, por causa de seus fortes efeitos colaterais
1935 A vacina contra febre amarela, doença típica de áreas silvestres, é introduzida nos Estados Unidos. Sete anos depois passa a ser usada no Brasil, então um dos grandes focos do mal
1955 Inventada a vacina injetável contra a poliomielite, produzida com vírus inativos. Sua eficácia ficou aquém das expectativas dos cientistas
1960 Após 30 anos de pesquisas, o polonês naturalizado americano Albert Sabin fabrica uma vacina com vírus vivos da pólio, a famosa gotinha que ajudou a erradicar a doença das Américas
1964 A primeira geração de vacinas contra sarampo é produzida.
De 1967 a 1970, o preventivo ajudou a erradicar o sarampo em Gâmbia, na África. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a doença voltou dois anos depois devido à suspensão da vacinação
1970 Surge a vacina contra rubéola, mal que ataca principalmente crianças. Em mulheres grávidas pode provocar malformação do bebê
1981A vacina contra hepatite B é fabricada com a nova técnica de proteínas recombinantes – genes do vírus são mergulhados em culturas de células, que passam a produzir antígenos. Inoculados no organismo, eles estimulam a produção de anticorpos
1993Começam os testes, em ratos, das primeiras vacinas gênicas (ou de DNA), contra Influenza tipo B, malária e Aids. A meta é chegar à vacina polivalente, de dose única e ação permanente, com a transferência de genes de agentes patológicos para células do homem
1999Têm início os testes de vacinas de DNA em humanos.

No Brasil, o experimento é feito com a vacina contra Haemophilus influenza (gripe)

Para saber mais
Na livraria:

- Childhood Immunization -Jamie Murphy, Earth Healing Products, Estados Unidos, 1998
- Vaccination – L’Overdose - Sylvie Simon, Déjà, França, 1999
- A Shot In The Dark - Harris Coulter e Barbara Fisher Avery, Estados Unidos, 1985

Na Internet:


Texto originalmente publicado na revista "Super Interessante" da Editora Abril