Quem acompanhou a minissérie Maísa pôde ver a incrível história de vida dessa mulher. E quando falo em exemplos, não falo somente de exemplos bons, falo dos maus também. De qualquer forma não podemos fazer nenhum julgamento de juízo como se uma pessoa fosse apenas boa ou ruim.
Eu adorei a minissérie e acompanhei a maioria dos capítulos.
Primeiramente, podemos falar da mulher que naquela época trabalhava, se negou a depender e receber pensão do marido milionário, lutou pelo seu sonho, fumava e bebia. Gente, vamos aceitar que era muito até hoje em dia, imaginem naquela época. Lamentável ver isso mas é verdade. Por isso, ela era fonte de escândalos, e aí, qualquer coisa que fizesse, seria ultra questionado, sendo certo ou não, tendo um bom motivo ou não. Foi ela, sem dúvida, uma trasngressora, e os transgressores tem, sim, uma grande parcela de responbilidade sobre mudanças de conceitos e paradigmas sociais.
Outro ponto muito interessante foi a questão da mãe ausente que ela foi. Temos alguns pontos que precisamos olhar sem preconceito:
1. nem todo mundo nasceu para a paternidade/maternidade;
2. só podemos saber, em muitos casos, depois que os filhos nascem , já que nada nos define ou ensina o que significa viver essa experiência;
3. se você tem consciência que não tem condições de cuidar de seu filho como se deve, precisa entregá-lo nas mãos de quem o faça.
Eu não acho que o melhor lugar do mundo para um filho é ao lado da mãe. E tenho exemplos práticos para contar de casos que conheço. Tem mães que não são boas mães, isso é fato. Temos que parar com esse negócio de que mãe é mãe. Conheço um caso de uma mãe que se jogou do sexto andar de um prédio agarrada com o filho porque não aceitava a separação do marido. E o marido falou diversas vezes ao Juiz que ela não tinha condições de cuidar da criança.
No caso da Maísa, ela não tinha perfil para abdicar de sua vida profissional, de sua carreira e seu sonho para cuidar de seu filho. E assumiu isso. Mas mesmo ausente ela providenciou para que ele tivesse boa educação. E embora seja muito diferente das minhas convicções, o fato é que o filho dela, tem sim, uma boa educação e se mostrou bastante equibilibrado no decorrer de sua vida pessoal e profissional. Se isso é certo, não sei, mas é fato.
Vejam que mesmo milionário e único herdeiro tanto de pai quanto de mãe, ele trabalha e é funcionário de uma empresa. Além disso, não usa o nome mais conhecido da tradicional família paulistana a que pertence. Preferiu o sobrenome discreto na da mãe, mesmo ela tendo sido tão ausente, ao contrário do pai. Conte nos dedos quantos quantas pessoas agiriam assim. Fora que no final de tudo, ele perdoo a mãe. Imaginem como ele teria ficado se não tivesse se entendido com ela antes dela morrer!
Outro fator interessante é a dedicação que ela dá ao seu sonho e o comprometimento que tem como artista. Nasceu para isso, tinha um dom que muitos não descobrem por toda uma vida, conseguiu projeção profissional, sucesso e dinheiro. E mesmo assim, infeliz foi, atormentada e com um vazio que nada daquilo que a sociedade prega como sendo alicerces da felicidade, serviram para preencher sua alma.
Sinal de que a felicidade está dentro de nós. Sem isso, não há dinheiro, fama, reconhecimento ou sucesso que nos façam verdadeiramente felizes.
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Ana Cláudia Bessa
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