segunda-feira, 25 de junho de 2007

Crianças e Computadores

Meu post anterior terminou com a pergunta:

Será benéfico este excesso de estimulação na educação infantil?

Eu acho que não. Aliás, nenhum excesso me deixa confortável. Por isso, vou estimular que meus filhos usem outras coisas para serem estimulados.

Eles terão um tempo enorme para aprenderem computador e o farão mais fácil e mais rápido que eu fiz aos 20 anos.Eles estão com menos de 3 e 2 anos, cada um. Não há a menor necessidade que seja agora.

O Giullio está com 2 anos e 10 meses e não foi para a escola ainda (o curricular é a partir dos 6 anos, antes disso é creche, pré-escola ou oficina, depende da instituição) mas quando vou visitar uma escola (para já ir treinando minha visão crítica...) e eles me dizem “aulas de informática”, já me pergunto: essas aulas para uma criança que nem se alfabetizou?

Pra quê? Nas próximas visitas, vou perguntar para a escola ao invés de perguntar para mim:

Informática para crianças tão pequenas é uma exigência educacional ou é o mercado que está exigindo (ou seja, a maioria dos pais valoriza mais quando há este tipo de aula)?
Se a resposta for educacional:

A criança precisa de informática antes sequer da alfabetização para que finalidade? Eu não tenho ainda essa resposta.

Quem tiver, me fale.

Para denúncia de crimes de pedofilia na internet use o site do Ministério da Justiça ou crime.internet@dpf.gov.br

ABMP - Associação Brasileira de Magistrados e Promotores de Justiça da Infância e da Juventude


Leia a primeira parte deste texto: http://ofuturodopresente.blogspot.com/2007/06/pedofilia-e-escola.html

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Texto de Ana Cláudia Bessa

6 comentários:

Silvia D. Schiros disse...

Ana e quem mais se interessar: dá uma busca no Google com as palavras-chave Valdemar Setzer, computador, infância... Ele critica veementemente o uso de computadores na infância, diz que não só não traz benefícios, mas descreve seu uso com palavras como "obsceno" e "desastre".

Na escola atual das meninas, a Giovanna começou a ter informática este ano (ela vai fazer 6). Ela acha o máximo ter "aula de informática". Eu acho desnecessário, mas também acho que não tem grandes problemas. Até porque a forma como eles trabalham todo um desenvolvimento de percepções na escola é fantástico.

Em casa, tanto a Giovanna quanto a Carina (que tá com 3 e meio) querem "trabalhar" no computador. Eu raramente deixo elas mexerem, até porque o computador é o meu instrumento de trabalho, não é brinquedo.

Nos dias de hoje, acho impossível a criança não ter contato nenhum com computadores, afinal nós vivemos pendurados nele, né? (Bom, eu vivo. risos) Mas é claro que é preciso ter cuidado.

Cristiane A. Fetter disse...

Concordo plenamente com a Silvia. Hoje é impossível que uma criança não tenha algum tipo de contato com o computador. Meu filho frequenta uma creche aqui nos EU e lá não se utiliza esta ferramenta, mas em casa eu permito que ele utilize o computador, da mesma forma que a televisão. Existem sites ótimos para criánças, o do Discovery Kids é um deles. Existe ferramentas de bloqueio no computador que impede tanto a recepção quanto o acesso daquilo que você não quer que seu filho veja. Mas eu respeito àqueles que não querem que seus filhos tenham contato com a informatica. Mas bom senso e controle é sempre a melhor ferramenta. Abraços

Anônimo disse...

A relação de nossos filhos com o computador, bem como com todos os outros aspectos da vida, começa a partir da NOSSA PRÓPRIA RELAÇÃO. Não podemos nunca esquecer de que NÓS É QUE "APRESENTAMOS" O MUNDO A NOSSAS CRIANÇAS!
Se sua relação com o computador é SAUDÁVEL (instrumento de trabalho; meio de comunicação; fonte de informação; lazer...), você não precisa se preocupar, pois seu(s) filhote(s) estão captando isso direitinho, com suas "anteninhas".
Agora, se você é daqueles que troca o mundo real pelo virtual; vira a noite em bate-papos (muitas vezes com pessoas com quem você se encontra durante o dia!); troca a companhia dos filhotes e da família pelo teclado; deixa de viajar com a família para comprar um "periférico" de última geração. Enfim, se você é um destes, pode começar a se preocupar. Seu(s) filhote(s) terá(ão) problemas!!!!!

Ana Cláudia disse...

Eu concordo com vcs em gênero, número e grau.
Minha posição se refere a este momento da vida dos meus pequenos específicamente. Acredito que a faixa deles (2-3 anos) muito cedo para este tipo de estimulação. Prefiro correr com eles, brincar, até assistir um filme, um desenho, brincar com fantoche (temos uma girafa que eles viajam na imaginação quando brinco com eles).
Acho o bom senso, o critério e uma relação saudável , resumindo com o que foi dito por vocês, o caminho para incluir nossos pequenos no mundo em que vivemos.

Anônimo disse...

Ana, adorei saber que a "Gigi" está fazendo parte de uma infância saudável. Olha, nesta faixa etária a criança vivencia várias experiências que contribuem para o desenvolvimento do pensar crítico, do aprendizado e tõ pra falar que até da personalidade. Se não damos os estímulos adequados nesta fase, podemos ter lá na frente, uma criança com dificuldades de aprendizagem e de comunicação. Mesmo que o apelo pela tecnologia seja grande, acredito que os pais de hoje estão mais preocupados com o desenvolvimento infantil e questionam atitudes como a de colocar o seu filho na frente do computador. O uso do computador, assim como da televisão e do video-game deve ser sempre com muita cautela. Os pais devem optar, nesta fase, pelas brincadeiras e pelos brinquedos que estimulam a criatividade, a imaginação e o raciocínio, além do desenvolvimento motor, é claro.

Ana Cláudia disse...

A Gigi faz o maior sucesso quando chega e quando vai embora eu sumo com ela, como se ela fosse para a casa dela. Não a guardo como um brinquedo.
Teve um dia que o Giullio ficou triste porque ela foi embora...uma gracinha. Mas como toda criança foi só dar atenção a outra coisa e rapidinho a tristeza passou.

Eu não sou totalmente contra Tv e computadores. Acho que deve haver um limite e hora.
As crianças adoram desenhos e elas já criam brincadeiras a partir das histórias que assistem. Isso também é estímulo ao uso da imaginação. Aprendem palavras, expressões...

E como já conversamos a respeito por aqui, acho que o legal é unir o lúdico ao real, ao mundo onde seus pais vivem e em que elas viverão.
Afinal, com certeza, o mundo delas não será feito só de ilusão.
Bjs!