sábado, 16 de junho de 2007

Não gostou? desliga! Simples assim? - Parte 1

Pode parecer, à primeira vista, que o tema que vou abordar nesta série de textos não tem muita relação com o propósito deste blog. Eu penso que tem e muito. Se tratamos de assuntos que dizem respeito ao futuro que pretendemos construir para nossos filhos, não podemos deixar de lado nada que faça parte integrante e relevante deste mundo. Sobretudo aquelas que tem influência direta na formação de nossa capacidade de ver e pensar o mundo. Neste rol, a TELEVISÃO ocupa um papel que não pode e não deve ser subestimado.

Muito tempo ainda transcorrerá até que a verdadeira importância da televisão como elemento de transformação social seja compreendida. Entre nós são pouco mais de cinco décadas (apenas) de existência, das quais somente as duas últimas de efetiva massificação, ou seja, "penetração" em, praticamente, todos os segmentos da sociedade.

"A televisão é integradora, instrumento de evolução e insubstituível como veículo de comunicação e informação";

"A televisão é o principal instrumento de desagregação social e familiar. Perniciosa e disseminadora de comportamentos e opiniões inadequados para a maioria da população";

"A televisão não passa de um grande e democrático meio de entretenimento. Não induz nem estimula comportamentos ou idéias incompatíveis com os verdadeiros valores de quem a assiste"

As três teses encontram defensores convictos em todos os níveis da sociedade. Não se duvide que, até mesmo a segunda encontra adeptos dentro da própria "comunidade televisiva".

A questão, no entanto, é muito mais complexa do que qualquer das teses possa contemplar. Além de faltar, como dissemos no início, "tempo de observação" (e não há nada que se possa fazer para acelerar o tempo!) falta também fechar o foco e definir melhor o que chamamos de televisão. Estamos falando de programação? Falamos de linguagem? do preparo ou competência ( ou despreparo e incompetência ) das pessoas e/ou empresas que operam o veículo? É adequado o sistema de concessão de canais e sua exploração com fins comerciais? Ou falamos do aparelho em si, ou seja, defendemos uma ou outra tese com relação, simplesmente, à entrada indiscriminada de imagens, informações e opiniões, casa-a-dentro das pessoas via essa "maravilha tecnológica" cada vez mais acessível.

Definido o que estamos chamando de "televisão" é preciso ainda particularizar os "grupos" ou segmentos sociais alvo da análise, já que, em um país tão vasto e com os contrastes sócio-culturais como os encontrados no Brasil, falar em população como mero coletivo de cidadão, sem levar em conta as abissais diferenças que separam grupos (às vezes até geograficamente próximos) é garantia de erro em qualquer estudo de ordem sociológica.

Com essas considerações quero dizer que as três teses são defensáveis e reprováveis ao mesmo tempo! É uma questão de "misturar"e combinar parâmetros: o que estamos chamando de televisão e de população?

Vamos partir de três premissas:

- A televisão de penetração maciça, no Brasil, é a TV aberta, comercial e com predominância das chamadas redes - quatro ou cinco grandes conglomerados de emissoras que "distribuem" uma programação, em grande parte comum, por todo o país.

- Sendo comercial a TV norteia sua programação em função da maior captação possível de telespectadores (audiência)

- As programações das TVs, quase que totalmente, são produzidas nos grandes centros - principais cidades do país - por pessoas (técnicos, artistas e profissionais em geral) pertencentes a grupos sociais típicos desses grandes centros.


Continua na próxima postagem

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Texto de Ivo Fontan

4 comentários:

Anônimo disse...

Vou esperar a próxima postagem para dar a minha opinião sobre o assunto, ok?

Anônimo disse...

Ok
Aguardo ansioso

Ana Cláudia disse...

Eu vou falar é já...rs...

A televisão é sim, formadora, desgregadora e informativa.

Educativa? Äs vezes, mas acho que não é simplesmente desligando que estamos fazendo valer nosso direito de não permitir a invasão indiscriminada de sua programação em nossa casa.

Recentemente uma propaganda fazia uma imagem de uma mão colocada nos olhos da criança como que impedindo de ver determinadas coisas. Como se essa mão fosse dos pais e do seu papel em regular a programção assistida.
Mas será que isso dá o direito das redes produzirem e colocarem no ar o que quiserem?

Eu, desligo, simples assim. Mas acho que só isso não basta.

Anônimo disse...

Eu simplesmente desligo mas nem sempre é possível visto que acho meio tirano fazer isso quando os filhos querem ver algo que não concordamos.
Muitas vezes não sei como lidar.