Sou defensora ferrenha do direito da mulher em ser respeitada em suas escolhas, como no caso da escolha do parto, por exemplo. Por que eu não seria no caso da amamentação?
Assim como no caso do parto, não dá para comparar os benefícios de um parto normal para a saúde do bebê e da mãe com um parto cesariano. E amamentação é a mesma coisa: os benefícios do leite materno são incontáveis com relação a mamadeira.
Mas assim como no caso do parto, ninguém tem mais direito as suas escolhas do que a mulher. Afinal, trata-se do seu corpo. No caso da amamentação também, trata-se do seu corpo.
Mas se perante os homens, os médicos e a sociedade, a escolha da mulher deve ser soberana porque se trata de escolhas que envolvem seu próprio corpo, o que dizermos das escolhas que envolvem a saúde e o corpo do bebê?
Temos o direito de não amamentar porque simplesmente não queremos que nosso peito caia ou porque estamos cansadas demais para levantar várias vezes durante a noite abrindo mão do direito que o bebê tem de receber o melhor e mais saudável alimento que a ele pode ser oferecido e que somente nós temos a oferecer?
Por outro lado, onde fica a questão psicológica a mulher? Poderá ela ter um parto normal ou amamentação saudável e plenos para ela e seu bebê quando não o deseja?
Vamos pensar nisso?
__________________________________________________________________________________ Texto de Ana Cláudia Bessa
6 comentários:
Complicado para mim entender uma mãe que não amamenta por opção.
Complicado para mim entender que ela tem esse direito.
Afinal,
a decisão do nascimento não foi da criança, foi da mãe.
Porque ter o direito de escolher as quais implicações da maternidade vamos nos submeter?
Quem quer ter filho tem que saber que não pode mais escolher ser mais ou menos mãe...
Como a amamentação ou o parto dependem da decisão da mulher, acredito que essa é soberana. Porém não devemos deixar de lado o componente psicológico influenciando o fisiológico.
Numa mulher “fisicamente saudável”, um parto natural lindo só ocorre se o componente psicológico permitir o fisiológico. Fatores que influenciam a questão psi: um ambiente acolhedor, onde a mulher se sinta segura; o desejo pelo parto natural; etc.
Na amamentação pode-se pensar nesses fatores também. A mulher deve ter todo um ambiente acolhedor e o desejo para tal ato.
Pessoalmente acredito que a informação tem grande peso na tomada de decisão pelas vias de parto ou pela amamentação, mas ela sozinha não produz decisões. Diferentes fatores emocionais determinam as nossas escolhas.
Antes de tudo, devemos respeitar a mulher que não amamenta, pois não é com pressão ou críticas que a tocaremos, até porque amamentar dever ser sobretudo um ato de amor e não de imposição.
A Zilda tocou em dois pontos essenciais:
Informação - o grande problema é que a maioria das mulheres não recebe informações adequadas (sobre parto e sobre amamentação) dos próprios médicos. E é natural que confiem na palavra de seus médicos e não procurem ir além das informações que recebem deles. Infelizmente, hoje em dia isso vem se tornando cada vez mais necessário.
Fator psicológico - uma mulher que ouve horrores sobre parto normal e/ou amamentação vai ter mais dificuldades de parir ou amamentar.
O momento de amamentar, para mim, sempre foi aquele de um cara-a-cara com as minhas filhas, e não tem cara sem olheiras que pague esses momentos.
Sabe, Zilda...isso é uma questão que ronda sempre meu coração. Tratar a amamentação como uma imposição me parece muito superficial. E muitas mulheres encaram assim: como uma imposição e por isso se sentem culpadas quando não querem ou não sentem prazer em amamanetar. Contudo, minha questão é: temos o direito de decidir não dar este alimento tão fundamental, tão disponível e que só nós temos?
Claro que a questão da informação é importante pois sem ela é mais difícil ter consciência das nossas responsabilidades e da importância do nosso leite.
Acho que quando a Silvia fala do momento de intimidade entre ela e as filhas, isso ainda é um outro fator que muitas vezes é desprezado: a intimidade deste momento, a proximidade e a afetividade que a amamentação proporciona.
Outra coisa: o que a Sula disse despertou uma reflexão aqui.
Antigamente, as mulheres não pensavam se iam ter parto normal ou marcar uma cesárea, se iam amamentar ou dar leite em pó na mamadeira... Elas simplesmente faziam o que a natureza mandava.
Hoje em dia, acho que muita gente mal-intencionada se esconde por trás de sorrisos, defendendo um falso empoderamento (eu não gosto dessa palavra, mas não consigo achar outra agora) da mulher para vender o seu peixe. Fazem as mulheres acreditarem que elas podem escolher, mas as orientam de forma equivocada, não dão todas as informações pertinentes. Aí a mulher acredita, de fato, que fez uma escolha. Mas a escolha já havia sido feita para ela... :-(
Ana, eu tb sou super erdade de escolha em geral e, em especial d amulher, mas nessa matéria eu penso mais ou menos como a respeito da liberdade de imprensa. A liberdade é essencial, mas os que a usam, nesse caso especialmente em se tratando de uma pessoa formadora de opinião, deve ter umapostura responsável. Acho que ela deveria ter calado a respeito, da mesma forma que achei que a Soninha não deveria ter declarado que fumava maconha (isso tem tempo...).
Além disso, é difícil entender...além dos benefícios incontestáveis para nosso filhos,amamentar é tão prazeroso...
Beijos
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