quinta-feira, 12 de junho de 2008

Na dúvida, sempre pergunte.


Com relação a vacinação eu sempre me coloco numa posição científica, vejo que mesmo o participando de grupos que discutem a respeito, não se tem dados concretos sobre os benefícios da não-vacinação. E eu me coloco mesmo numa posição de advogada do diabo, analisando a argumentação das pessoas que defendem a vacinação e a não-vacinação.

Quanto à vacinação, o que eu levantei é uma série de interesses burocráticos (do Ministério da Saúde), que aliam a praticidade e conveniência, deles, e não nossos, óbvio. Um deles é que é mais fácil pegar pais "fresquinhos" e lascar a sequência de vacinações. Pois com o passar do tempo, nós pais, ficamos mais relaxados em seguir tudinho à risca.

Obviamente até os 6 meses, as vacinas têm efeito transitório, ou seja, precisam ser aplicadas de novo, pois o bebê ainda não possui imunidade própria e isso representa um lucro imenso para a indústria farmacêutica. É como vender a mesma coisa 3 vezes. E a pergunta óbvia é: porque não aplicar 1 vez só depois dos 6 meses? Vide conveniência acima. E do lado da não-vacinação, existe sim uma "forçação de barra", pois quando não há metodologia científica, dá muita margem para manipulação de números. A erradicação da poliomelite, por exemplo, se deu com extensas campanhas de vacinação. Os números estão aí, não podem ser negados. A dúvida que surge é que da forma como a polio é transmitida, será que saneamento básico não ajudou? É claro que sim.

A argumentação é que se houvesse saneamento básico, não haveria polio. Sim, é verdade. Mas isso foi um processo que andou de mãos juntas: saneamento básico e "aumentar" a resistência das pessoas à polio (que foi isso que representou este tipo de vacinação). Colocando-me na posição do Ministério da Saúde, foi uma decisão correta. Contudo, hoje, se eu fosse o Ministério da Saúde, eu repensaria os investimentos. Pois o dinheiro das campanhas de vacinação poderiam ser aplicados em outros lugares. Para que continuar investindo numa doença que já foi erradicada?

O problema é que como vacinação é um direito assegurado no Estatuto da Criança e Adolescente, se alguém inventar de não vacinar, e se 1 única criança vier a contrair pólio, cabeças rolarão. Tornou-se um imbróglio legal e administrativo. Extrapolando a esfera da saúde e do necessário. Por isso para a gente entender um pouco, devemos procurar estudar o mecanismo das doenças (transmissão e profilaxia) em livros médicos. Eu busquei informações sobre as doenças em 2 livros de pediatria: A Vida do Bebê (do Rinaldo De Lamare) e no livro britânico The Great Ormond Street Baby and Child Care.

A "Vida do Bebê" até a edição de 2004, não segue as orientações da OMS no que se refere à amamentação, sendo altamente repreensível que um livro de pediatria não endosse o que é melhor para a saúde do bebê. Ele segue a linha da Academia Americana de Pediatria, que comprovadamente causou uma tragédia para a saúde americana. O problema da obesidade nos Estados Unidos começa no berço, com a falta de incentivo e proteção à amamentação e utiliza tabelas de peso e altura baseadas na Academia Americana de Pediatria, ou seja, uma furada. Na última edição de 2004, fala para tirar o peito a partir de 9 meses, que a partir de 18 meses não é mais para o bebê mamar no peito, tem um monte de receitas para a mulher que não consegue amamentar, recomenda seguir todas as vacinações à risca, e a tabela de peso e altura é uma tabela completamente fora dos padrões de bebês saudáveis, uma vez que prega o padrão de bebês obesos como "normal". Mas, pelo menos, é preciso na descrição das doenças infantis.

The Great Ormond é realmente um livro de respeito, pois a Inglaterra é a pátria do Parto Ativo. Descreve e recomenda o Parto Ativo, apóia e recomenda a amamentação. O mínimo para um livro de pediatria. Essa discussão dá pano para manga. Na dúvida, sempre se pergunte: como, quando, onde e porquê?
________________________________________________________________________________ Juty Chen

2 comentários:

Renata disse...

Oi Ana,
Vou fazer um comentário um pouco egoísta, mas o fato é que cada vez mais me convenço de que o ideal é fazer de tudo pra não precisar de médicos e de remédios. Porque quando precisamos, além de já estarmos fragilizados por uma doença, perdemos todo nosso poder, pois nunca sabemos em que acreditar, com tantos interesses por trás das recomendações e procedimentos médicos.
Como a Sonia Hirsh diz, o problema não são os vírus e bactérias, mas o terreno em que eles se instalam. Se o terreno (nosso corpo) está bem cuidado, a gente tira de letra. Aliás uma dica de livro bacana, da SOnia, é o livro ATCHIIIM! (http://www.planetanews.com/produto/L/71869/atchiiim--sonia-hirsch.html). Acabei de comprar pra mim, vou começar a ler.
Um grande exemplo disso é a recente epidemia de dengue, minha nutricionista me explicou. Nossas crianças, até as da classe A, são mal nutridas. Porque apesar de tomarem sustagem e suplmentos vitamínicos, e estarem até acima do peso, só comem porcaria, pordutos industrializados cheios de corantes e conservantes e açucar. A dengue detona mais quem está com o "terreno" mal cuidado. E foi isso que aconteceu.
A exceção das vacinas, que é algo que me incomoda profundamente, rende muita discussão aqui em casa, e que acaba sendo um conflito que temos que enfrentar, acredito muito que cuidar do "terreno", da nossa saúde física e emocional, é a melhor estratégia pra não termos que lidar com boa parte desses conflitos com a medicina, remédios etc...infelizmente não estamos 100% a salvo, mas acho que é'o melhor que podemos fazer.
Beijo
Renata

Ana Cláudia disse...

Eu esperei para ver se teríamos mais comentários e bingo: só você.

Eu tenho uma postura muito parecida com a da Juty e sou meio advogada do diabo nesta questão, tanto que vacinei o calendário básico e hoje não daria a BCG, por considerar os conhecimentos que adquiri a respeito. Contudo, eles só vieram depois da vacinação e eu me inseri exatamente no grupo que a Juty cita: os pais novinhos que não tem tempo de questionar e são "vacinados" antes de obterem conhecimento a respeito.

Por isso, não dei catapora, rotavirus e outras mais. No segundo ainda não dei a MMR e talvez dê apenas contra sarampo, separada, se encontrar.

A rubéola, por exemplo, é uma doença que não nos afeta diretamente, mas afeta os outros (mulheres g´ravidas em início de gestação, são as vítimas mais graves) e mesmo na lista de discussão, ninguém me ajudou a responder quando perguntei como agir com doenças que não nos afetam e se o caso da rubéola não é um caso de saúde pública e vacinar, vem a ser um ato mais coletivo que individual.

Cada caso é um caso.

Mas o que muito me entristece é o silêncio das pessoas que entendem um pouco mais do assunto e que poderiam colaborar com os argumentos contra a vacinação, ajudando a esclarecer.

Eu entendo que o assunto é tabu e já vi casos de que a própria família denuncia os pais que não vacinam para o conselho tutelar. Sei da gravidade. A sociedade é hipócrita e não denuncia pais que batem, que permitem que o filho, menor de idade, fume ou dirija.