Quando escolhi a escola das crianças, observei muito a metodologia, o espaço aberto (principalmente sem cimento), a valorização do “brincar educando ou educar brincando” na pré-escola , o tamanho (preferi pequenas escolas por achar mais aconchegante para a criança e por me permitir ter mais acesso à professores e direção) e a proximidade de casa (que me permitiria pegar e levar sem gastar muito tempo sacrificando a criança com trânsito ou tendo que sair muito cedo de casa, essas coisas).
Eu tenho estado bem presente na escola das crianças por vários motivos. Um deles é que o meu mais velho, não está aceitando a transição para a turma 2. Na metodologia Montessoriana não é feita mudança de turma por idade mas pelo desenvolvimento da criança e por faixas etárias (2-4, 4-6...). Ou seja, na mesma turma tem crianças de várias idades convivendo e aprendendo juntas. E por não haver pressão por isso, ele somente deverá avançar no início do ano letivo de 2009 onde será mais fácil para ele assimilar essa mudança. Digamos que, mais automáticamente.
O segundo motivo: o menor está ansioso por entrar na escola e por conta de estar acostumado com a presença do irmão, se sente muito sozinho durante as tardes.
Aí entro eu na história: acompanhar esta transição e entender, segundo a metodologia, o que a escola recomenda e como posso contribuir.
Pela metodologia, não é preciso esperar o ano letivo de 2009 para colocar o caçula na escola. Contudo, o menor entra na mesma sala onde está o irmão. E a escola prefere esperar a transição do mais velho por dois motivos:
1. A entrada do irmão na sala pode dificultar ainda mais a transição do mais velho, que pode se sentir com vontade de permanecer;
2. A entrada do irmão pode inibir ainda mais o mais velho. O mais velho é tímido e o mais novo é expansivo até demais e a conquista dos mesmos amigos, com mais facilidade, pode não ser bom para o mais velho, inibindo ainda mais.
E ainda deram a sugestão de colocar o menor na turma da manhã, assim a adaptação com a minha presença na escola não será acompanhada pelo mais velho que já está adaptado a minha ausência mas entrou recentemente numa fase de resistência a entrar na escola (tem chorado todos os dias). Aparentemente sem motivo, apenas uma fase de querer chamar atenção, talvez, visto que depois da entrada ele fica muito bem durante todo o restante da aula, nunca tendo sido necessário retornar para pegá-lo antes. Já conversei com ele, sem demonstrar dar muita importância ao assunto, para ele não se sentir motivado a manter o comportamento, e não consegui detectar nada preocupante que pudesse estar acontecendo dentro da escola. A princípio, uma fase, pela qual algumas crianças passam.
A professora está grávida e deverá se licenciar em Outubro por isso fui conversar com a escola para saber da professora que o acompanha a quantas andava este momento escolar. A escola foi muito receptiva às minhas dúvidas e necessidades mas senti que os pais precisam participar mais da vida escolar de seus filhos. Quanto menor a escola, menos atuantes são os pais e menos a escola se sente responsável por criar oportunidades para esta aproximação.
Depende de nós.
E conversei muito sobre isso porque sou a mãe representante da turma e não consegui durante este ano, atuar como gostaria. Tanto porque a escola não deu o suporte que eu precisava, como os pais também não exigiram isso da escola. Uma prova disso é que desde que me apresentei à eles, só fui procurada por uma mãe. Dentre 26, pais e mães (são 14 alunos/turma).
E por quê? Porque a escola é pequena e nem ela, nem os pais, vêem necessidade deste tipo de movimento (pais representantes). A escola até vê, na teoria. Na prática, ainda precisa avançar. Tentei mostrar através de algumas situações ocorridas que podemos usar este mecanismo para aproximação dos pais à escola e da importância que há na escola em promover este “start” e sugeri algumas ações.
Se consegui convencê-los, só o tempo dirá.
________________________________________________________________________________ Ana Cláudia Bessa
2 comentários:
eu enfrentei um problema parecido aqui na escola da minha filha - eu tive que mudar ela de horario e as crianças não dava atenção pra ela - e isso começou a criar um baita problema, pois minha filha é do tipo (sou amiguinha de todos) e muito ativa. E acontecia que na hora do recreio eu via minha filha chorando pelos cantos - conversei com os professores para introduzilá na turma pois ela não estava sabendo lidar com isso. Hoje minha filha recuperou a autoestima(se é o nome certo pra isso) e melhorou de mais nas notas...
E continua a mil de energia :)
É preciso a gente estar perto dos filhos e da escola, né?
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