No final dos anos 60, início dos 70, a "palavrinha da vez" era POLUIÇÃO. Antes restrita ao universo de técnicos e cientistas, esta palavra ganhou destaque e dimensão e passou a frequentar a mídia e todas as rodas de conversa ao redor do planeta. Com ela vinha o alerta de que o HOMEM estava transformando o mundo numa grande "lata de lixo". A idéia de que esta tal poluição poderia causar prejuízo maior do que a piora da "qualidade de vida" ainda era longínqua.
Antes das emissões de "carbono" ocuparem o centro da polêmica, discutia-se as terríveis profecias "malthusianas" relativas ao CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO (em trinta ou quarenta anos a Terra não teria mais como sustentar sua mega população de dez ou doze bilhões de habitantes!). O alerta sobre a possível degradação do Cinturão de Van Hallen, (camada de ozônio), no fim dos anos 70, foi o primeiro "indício" de que o homem poderia estar fazendo muito mais do que apenas "sujar" sua própria casa. Bem, nesta época eu era um estudante de geociências na Universidade do Estado (RJ).
Lembro-me de um professor que dizia, a respeito desta questão: "O homem é pretencioso demais ao imaginar que com sua ação tem o poder de interferir em padrões climáticos ou qualquer coisa em escala planetária". Junto a esta afirmação vinha a veemente negação de que a mudança no padrão da camada de ozônio pudesse ser fruto da emissão de CFC ou qualquer outra coisa produzida pelo homem. Dizia mais este professor (de Geografia Física): Nosso conhecimento a respeito de fenômenos de longo ciclo está apenas no nascedouro. Não temos dados nem registros que nos permitam compreender as mudanças que ocorrem ciclicamente no planeta com grande periodicidade.
Por grande periodicidade entenda-se milhares ou milhões (ou mesmo bilhões) de anos!- Como, porque e quando ocorrem as glaciações?- O eixo da terra é fixo? Se não, como varia? Quais as consequências?- Nosso campo magnético varia? (há indícios geológicos de que sim). E aí!?- Conhecemos todos os movimentos relativos do planeta?De fato, quando nos "embrenhamos" neste fascinante mundo da geologia, geofísica etc, e nos deparamos com as "ordens de grandeza" aí contidas, tendemos a concordar com a tese do meu velho mestre.
Vamos introduzir aqui a grande questão do momento: O planeta está realmente sofrendo um aquecimento? Se está, a causa é, de fato, a ação do homem? Falemos sobre isso na próxima postagem.
Continua
__________________________________________________________________________________ Ivo Fontan
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
E SE O PLANETA ESTIVER... ESFRIANDO?! (I)
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2 comentários:
Ivo,
adoro ler seus posts.
A gente de fato, precisa entender o que está acontecendo com nosso planeta.
Que bom que você gosta, Paola. Espero continuar merecedor.
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