quinta-feira, 13 de março de 2008

Trânsito consciente

Sabe que eu ainda me espanto com o sistema rodoviário aqui de New Jersey? Grandes rodovias, pequenas, médias, com pedágio, sem, ótimo asfalto, sinalizaçao impecável, visível, orientadora, prática e que respeita o pedestre.

Me sinto uma criança quando estou na rua e resolvo atravessar no local correto e sinalizado para isso. Basta colocar o pé na rua e os carros param. Isso só acontecia no Rio de Janeiro quando eu estava ao volante.

Nos estacionamentos, que são enormes aqui, e seja de qualquer tipo de loja - mercados, shoppings, restaurantes - esse respeito também acontece.

Muitos irão dizer que não é respeito, que são as leis que fazem isso, ou então a fiscalização da polícia. Tudo bem, o importante é que ela exista. Que este tipo de trabalho é feito nas escolas e intensivo. Meu filho de 4 anos já conhece todas as regras básicas.

Mas tem uma coisa aqui que eu acho muito legal. Se você chegar a um sinal e ele estiver vermelho e você quiser dobrar à direita, isso pode ser feito desde que respeitada algumas regras que são: Tome cuidado com o fluxo do trânsito, Tome cuidado com os pedestres que vem em primeito lugar, Veja se não existe placas impedindo essa manobra. Tirando isso, é livre ou seja, o trânsito sempre flui melhor, sem muitas esperas. Até porque sou carioca e como diz a música que a Adriana Calcanhoto canta: carioca não gosta de sinal fechado.

Também existem um em especial em cruzamentos muito movimentados, ele tem um pequeno atraso e uma quarta opção. É uma setinha que permite você virar a direita ou esquerda enquanto que o cruzamento espera. Sou poucos segundos, talvez 20, mas que ajuda em muito.

fechadoaberto e pode virar a esquerda sem preocupação

Também fico impressionada com o sistema férreo, seja o trem ou o metrô que em alguns casos vem até a superfície. Não existem muros inclusive nas plataformas de embarque e ninguém tenta entrar nos trens sem sua passagem. Minto, isto até pode acontecer mas ele terá que pagar lá dentro para o cobrador. Mas não existe invasão, surfistas ferroviários, lixo nas linhas e eu ainda não ouvi falar de um acidente entre um automóvel e um trem (pelo menos por aqui).

metrô passando pela superfície

estação de trem na cidade onde moro as 7 de manhã


Interior do trem que sai passa pela minha cidade
e vai até Nova Iorque (um dos mais simples)

Tem escola? tem sinal. Cometa alguma infração nesta área que a Cuca te pega, opa, a polícia te pega e a punição é violenta. Bons exemplos para os nossos mororistas, pois eu acredito sim que a lei tem que existir, ser cumprida, mas principalmente as pessoas é que tem que saber respeitrar o pedestre e que ele vem em primeiro lugar e que você não dirige sozinho.


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Cristiane A. Fetter

12 comentários:

Rita de Cassia disse...

Tenho visto muitas faltas, falta de educação e respeito, até por sí próprio. Ontem meu marido foi deixar a caçula na escola, atráz dele vinha um mini-ônibus (transporte alternativo). Enquanto se aproximava da entrada da escola, meu marido ligou a seta, colocou o braço pra fora sinalizando para onde que ia virar à direita, abriu um pouco para entrar e ... ... ... o mini-ônibus cortou ele pela direita. Se ele não estivesse de olho no retrovisor, ligado no mini, teria acontecido um acidente feio. O Mini estava lotado!!!!

Anônimo disse...

Cris, às vezes acho que o Rio é um caso perdido, e isso me entristece, porque ô cidade linda. Belezas naturais, clima bom (menos quando tá quente demais, mas vá lá), gente sorridente... Só que o povo é sorridente, mas mal-educado! Que coisa. E o pior é que, para mim, é burro. Porque essa confusão que os motoristas geram no trânsito, por exemplo, os afeta diretamente! Se você só anda nas ruas fazendo bandalha, sem observar algumas regras básicas, piora o trânsito e, no fim das contas, é você mesmo quem se ferra.

Às vezes, eu não me conformava: fazia tudo certinho, na minha tentativa de deixar o trânsito fluir corretamente, e lá vinha um e aprontava. Pior dos piores: às vezes, pra poder andar, eu mesma fazia alguma bandalha, caso contrário, numa terra de ninguém, o que você faz?

Andar num trânsito onde as regras básicas são respeitadas não tem preço.

Geovana disse...

Cris, embora eu nunca tenha ido onde você mora, tenho certeza que a lei se cumpre por educação familiar e escolar. É costume, cultura.

Aqui o certo é otário e essa cultura do jeitinho é que nos destrói. As pessoas preferem levar multa a ter que obedecer regras básicas de boa convivência e quando o pedestre vira motorista, muitas vezes ele esquece do que passou e comete os mesmos erros.

Geovana disse...

Um coisa: Silvia, aqui em Salvador é igualzinho. As pessoas querem tanto ser "espertas" que confundem tudo no trânsito, geram batidas que causam congestionamento, ficam cortando e utilizando faixas de ultrapassagem, deixam a luz de freio quebrada. Tudo isso tulmutua o trânsito, formando uma "bola de neve".

Cristiane A. Fetter disse...

Rita, que horror! imagine só. Ainda bem que não aconteceu nada.
Mas se cada um fizer a sua parte, a conscientização vai acontecer.
Beijocas

Cristiane A. Fetter disse...

Oi Silvia, disso eu gosto muito. Mas por exemplo em Nova Iorque já é bem mais complicado, mas nem se compara a falta de educação que eu enfrentava no Rio de Janeiro.
Eu continuo achando que a gente tem que fazer tudo certinho e ficar de olho nas besteiras dos outros para não acabarmos nos machucando.
Você sabe que quando vou ao Rio e estou no trânsito respeitando todas as leis e o pedestre eu sou chingada vervalmente e visualmente. Falam mal do meu sexo, que eu deveria estar era em frente a um fogão, etc.
Eu dou tchauzinho, fico rindo e não me estresso porque eu vou continuar fazendo o certo.
Uma vez eu estava com meu marido no Barrashopping e um cara em uma S10 bateu no carro da gente. Quando descemos o cara estava todo furioso demonstrando que queria brigar. Ficamos muito calmos e fomos até ele, nos apresentamos e dissemos que chato ter acontecido aquele acidente, mas que tudo iria se resolver.
O tal cara ficou sem ação, assumiu a culpa dele e tudo se resolveu sem estresse e brigas.
Agora se nós tivessemos saído do carro com raiva, xingando a história seria outra, ou talvez até uma tragédia. Claro que nem sempre é assim, mas nossa atitude mudou tudo.

Ainda tem jeito essa terra linda.

Beijocas

Cristiane A. Fetter disse...

Geo, com ceerteza é isso que acontece e também porque a lei está presente e se faz cumprir.
Se a polícia te pega cometendo um ato ilegal você é multado sim e tem que pagar e nao é pouco.

Educação desde pequeno,
Lei duras,
Leis cumpridas,

É um conjunto de farores que funcionam aqui.

beijocas

Anônimo disse...

A chave de tudo está ali mesmo, discretinha, num canto do teu texto: ..."Que este tipo de trabalho é feito nas escolas e intensivo. Meu filho de 4 anos já conhece todas as regras básicas..."
EDUCAÇÃO é o caminho. E é exatamente deste caminho que nós estamos nos afastando cada vez mais!

Cristiane A. Fetter disse...

Será que estamos nos afastando mesmo Ivo?

Eu vejo uma geração bem preocupada vindo por aí, acredito que o problema está nos mais velhos que não querem mudar seus hábitos, pois é muito mais cômodo deixar para lá.

Acredito sim que possa sim melhorar, mas não é um trabalho a curto prazo.

Anônimo disse...

Também acho que a educação é que faz tudo, mas e os policiais corruptos? e o jeitinho brasileiro? todo mundo acha que o direito é seu, pouco se incomodando com o vizinho.
Não acredito que algo vai mudar, a não se que as cidades comecem do zero.

Ana Lucia

Cristiane A. Fetter disse...

Oi Ana Lucia, temos mesmo que fazer muita coisa, mas não seja pessimista, como eu já disse aqui em cima, as novas gerações estão sendo treinadas para isso.

Abraços

Ana Cláudia disse...

Cris, quanta coisa legal.
E como a gente fica triste de ver o caos do trânsito por aqui.

Foi difícil você se acostumar com tanta coisa boa na hora de dirigir?
risos

Sabe que essa semana eu experimentei buscar o Giullio na escola de ônibus, mas olha, precisa de ânimo mesmo.
Cê sabe que não tenho celular com câmera e não dá prá tirar foto mas o ônibus embora exiba muito mais conforto do que na minha época de estudante, estava MUITO maltratado, sujo, quebrado.
Culpa dos proprietários das empresas?
Culpas dos usuários?
Culpa da falta de educação e do desrespeito?
Culpa da impunidade e falta de fiscalização?

Eu confesso que raramente paro na rua quando pedestre quer atravessar fora do sinal porque sempre vem um atrás que não vai parar porque nem viu o pedestre.
Não vai parar porque não tem esse hábito e não vai parar porque não é lei.
e se fosse, ele iria desrespeitar...

É como s Silvia muito bem disse: a gente acaba se punindo em fazer coisas erradas contra nossa vontade porque você acaba engolido pelo sistema. A não ser que você consiga e tenha tempo de ficar parado, dando murro no mundo, absolutamente sozinha...