segunda-feira, 31 de março de 2008

Saúde x Tecnologia

Outro dia, como sempre, participando de um debate, eu estava defendendo o pouco uso da ultrassonografia na gravidez.

Isso porque o exame de ultrasson é muito impreciso!
As medições, os resultados, são sempre feitos em cima de probabilidades.

Se o feto tem uma medição x, está ou não na faixa de probabilidade de desenvolver esta ou aquela doença ou anomalia, etc...

Aí, conforme o resultado, outros exames são indicados para resolver um problema que apenas tem aparentemente grande chance de acontecer, mas que ninguém tem certeza absoluta.
Eu não faria jamais nenhum exame invasivo por conta do resultado da ultrassonografia!
Um filho é um presente e nada vai mudar meu amor por ele!
Eu acreditaria até o final que tudo terminaria bem e se ainda assim, acontecesse o pior, seria meu filho, o amaria enquanto ele permanecesse entre nós.

Conheço duas experiências de ultrassonografia que deu resultado de Síndrome de Down e as crianças nasceram perfeitas!
Já pensou se fossem feitos exames invasivos (QUE SÃO EXTREMAMENTE ABORTIVOS!) e até um ABORTO?

Fora o drama de passar uma gravidez todo pensando em como receber o filho que precisará de cuidados especiais, atenção especial, mais dedicação do que normalmente já temos que dar, sem saber o que lhe espera e o que será da vida de seu filho.
Ninguém merece.

Eu não fiz o exame de Translucência Nucal no meu segundo filho pois já tinha passado da época (13 semanas, se não me engano) pois quando descobri que estava grávida (eu estava amamentando o primeiro, só desconfiei quando começaram os enjôos...) . E NÃO FEZ FALTA NENHUMA...e se tivesse algum problema?
Deixaria de ser meu filho?
Nunca!
Li uma entrevista da Cássia Kiss, grávida, acho que aos 44 anos, não fez nenhum exame e disse que se nascesse torto, era dela!
Não estou fazendo apologia a ninguém para deixar de fazer exame!
Só acho uma "dó" tantas grávidas desesperadas por causa de um exame que não é conclusivo, mas ninguém diz isso prá gente,né?

Outro exemplo? Na minha primeira gravidez, deu dupla circular de cordão e o meu primeiro filho nasceu sem nenhuma. Na segunda não deu nenhuma e ele nasceu com 3!!!!

E ainda por cima, na ultra que deu as circulares, a "médica" que fez o exame ainda soltou a pérola: "ih...vai ter que ser cesárea...". Isso acaba com a mulher que quer lutar por um parto normal. Se ela não tem preparo psicológico e acredita piamente em qualquer médicozinho, ela já sai direito dai para marcar a data da cesárea!

Gente, só tem que ser cesárea por causa de circular de cordão em pouquíssimos casos ou então se o médico não souber auxiliar um parto normal. Porque as circulares de cordão serão retiradas da mesma forma da cesárea: sai a cabeça, tira as circulares e tira o resto do corpo do bebê.

Na segunda gravidez, eu nem quis saber o sexo e a surpresa foi uma delícia para nós, para a família e para os amigos!
Cuidado com o ultrasson , amigas gestantes. Estejam mais atentas a resultados falso negativos do que positivos!
Aprendi isso na primeira gravidez e na segunda só fiz 2 ultrassons: a morfológica e uma antes de nascer... Foi mais do que suficiente pra ter a emoção de ver aquilo que já sentia dentro de mim.

E existe também um estudo falando do som altíssimo que as crianças ouvem no útero por conta deste exame. Muitas ultrassonografias poderiam gerar crianças mais estressadas.
Eu , pelo menos notava isso sempre: no ultrasson as crianças ficavam super agitadas, assim que começava. Será que não incomoda?
Será que este excesso de ultrassons não prejudicam mesmo as crianças?
Lembrem-se que somente depois de muitos anos é que descobriram que raio x não pode ser usado na gravidez. Mas foi usado durante anos a fio!
Vamos com calma com a tecnologia!
E, se puderem, leiam o texto abaixo, é muito bom para ilustrar sobre as consequências e os excessos nos tratamentos.
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Ana Cláudia Bessa

11 comentários:

Anônimo disse...

Nada a acrescentar. Tudo em excesso é prejudicial. Até (ou principalmente?) tecnologia.

Eu penso muito nessa questão da pessoa acabar se indo sozinha, no meio de máquinas e pessoas para quem aquela morte é banal. Acho que o certo é a pessoa estar perto dos seus, cercada de amor.

Renata disse...

Tb acho. Na minha gravidez fiz mais ultrassons por causa da minha ansiedade de ver minha filha, não por causa dos exames. Inclusive teve um que eu perdi o prazo de fazer e minha medica, que é contra fazer ultra sem necessidade, disse que é um exame que comumente da falso positivo. Imagina o desespero?
Mas tb penso assim: o filho é meu e eu vou amar como vier. A única coisa que pode ser boa é se o exame detecta algo que pode ser trtado dentro da barriga - minha comadre é obstetra e dfez R3 em medicina fetal, no Fernandes Figueira (hospital de referência) e diz que há doenças que podem ser tratadas, até cirurgias podem ser feitas dentro da barriga da mãe. São casos extemos, mas se for pra dar uma qualidade de vida melhor ao bebê, sou super a favor.
Beijos
Renata

Anônimo disse...

Eu fiz um montão de ultras porque o médico mandava e no consultório dele ainda tinha um aparelhinho que fazia com que o número de ultras dobrasse. Era uma a cada consulta, fora as que ele pedia.

Lendo seu texto me pergunto se não foi demais realmente. Mas na hora nem me toquei. Adorava as ultras para ver o bebê e ainda achava chique e me sentia mais bem assessorada com o fato de meu médico ter um aparelhinho em seu consultório.

Carla Beatriz disse...

Ana Cláudia, olha que coincidência, na semana passada eu postei no blog Colorida Vida , da Ana Paula, falando justamente do abuso dos ultrassons na gravidez!
Ela está morando atualmente no Canadá e descobriu que está grávida do segundo filho. Ela foi à consulta pré-natal lá e disse que a médica nem cogitou fazer um ultrassom, como ela mesma disse no blog: "Ultrassom? Nada! Se está tudo bem aparentemente, não há necessidade."
Aqui no Brasil se fazem ultrassons demais, da mesma maneira que se fazem cesáreas demais. É muita confiança na "Deusa Techné" - a Tecnologia.
Na minha segunda gravidez, só fiz dois ultrassons: um para ver os batimentos do coraçãozinho do bebê e outra para ver o sexo. Só. E minha filha nasceu perfeita e saudável.
Se o obstetra tem a preparação adequada para acompanhar uma gestação e só pedir exames quando realmente necessário, ele não precisa confiar unicamente na tecnologia. Ele deve pesar a gestante, medir a pressão, medir o tamanho do útero, ouvir os batimentos fetais e tirar todas as dúvidas da futura mamãe.
Gravidez não é doença e não deve ser tratada como tal.
Ultrassom? Só se for realmente necessário. Fazer todo mês, para espiar o bebê? Não.

Ana Cláudia disse...

Silvia,
o que voce disse é fundamental: nosso lugar não é num hospital cercado de estranhos conectada a tubos e SOBREvivendo.
Muito melhor é estar ao lado dos nossos, cercado de amor.

Ana Cláudia disse...

Renata,
não sei dizer se eu faria um exame invasivo ou uma cirurgia ainda dentro da barriga. São procedimentos altamente abortivos, não sei. Só passando pela situação para saber o que faríamos. Acho que os médicos hoje se acham detentores do poder de dar vida ou (sobrevida) mas na hora de assumir as responsabilidades, falam que a gente sabia dos riscos e rapidamente somos nós os responsáveis por aquilo que eles prometeram e não cumpriram. Viramos cobaias da presunção, do egoismo, do descaso e dos desrespeito quando dá errado. Quando dá certo, eles se vangloriam e nós somos apenas privilegiados de termos chegado até eles. Deus nos proteja de precisar da medicina.

Ana Cláudia disse...

Meu médico da primeira gravidez também era um adepto das ultras desnecessárias, com aparelhinho no consultório e tudo.

Ana Cláudia disse...

Pois é, Carla. O problema é esse, esse exame virou moda e todo mundo quer dar uma espiadinha, como diz o Big Brother. Ele virou item de consumo, e deixou de ser um item de diagnóstico.

Na minha sergunda gravidez eu dei graças à Deus de ter feito poucas (só duas como você), porque além das crianças ficarem claramente agitadas durante os exames, ficar mofando em sala de espera de clínicas de ultrassonografia me deixava arrasada de raiva...tinha mais o que fazer e lugares melhores para ficar exibindo meu barrigão! hehehe

Renata disse...

Eu entendo su aposição, Ana...
Tb acho os médicos muito arrogantes, e alo isso não só pelos que conheço profissialmente, mas minha melhor amiga é médica e já até falei sobre isso no blog. Eles realmente se acham superiores.
E a coisa da tecnologia tb é preigosíssima, além é claro da cultura do medo...a dificuldade eu acho é encontrar um equilíbrio nisso tudo...
beijo
Renata

ana b. disse...

bom, eu tenho 3 filhos, o mais velho com 19 anos, a do meio com 14, a caçula com 4.
essa "onda" de muitos ultrassons é recente, vejam vcs: qdo engravidei do mais velho, esse tipo de exame era feito em poucos laboratórios, o convênio sempre questionava, o médico não tinha hábito de se "apoiar" nele...
conclusão: eu NUNCA fiz ultrassom nas 2 gravidezes. moro em sp, meu médico era professor-doutor, consultório na região da av. paulista, e eu ia nele sem ser pelo convênio, era tudo particular mm. eu perguntava "mas, dr, o sr. não vai pedir um ultrassom?", e ele respondia "pra quê?? eu estou vendo q vc está bem..."
o q é a vida...
hoje em dia, as pessoas parecem ter orgulho dos inúmeros exames q são pedidos, como se isso "medisse" a competência do médico, ou o status do atendimento...
é claro q dizer "comigo não precisou" não quer dizer muito. mas q os médicos não sabem mais aompanhar a saúde "apenas" com a observação clínica, ah, não sabem... precisam sempre de um examezinho!

ana b. disse...

complementando: na gravidez da caçula, eu fiz umas 3 ultras, por minha conta, pq eu queria saber, de qq maneira, o sexo do bb!
eu dava o nome do médico pro convênio, dizia q tinha esquecido a guia... como esse exame é tão rotineiro hoje, dava certo.
qdo eu chegava com a ultra debaixo do braço, o médico (o mm dos partos anteriores) SEMPRE falava: "não precisa trazer uma ultra cada vez q vc vem aqui"!!!
qdo eu descobri q era uma menina, sosseguei, não fiz mais ultra... e tive a bb com parteira, abandonei o médico tb...
;o))