Colômbia resgata Betancourt e desfere duro golpe nas Farc
Por Hugh Bronstein
BOGOTÁ, Colômbia (Reuters) - Soldados colombianos enganaram rebeldes fazendo-os libertar a franco-colombiana Ingrid Betancourt e três norte-americanos em um arriscada mas não-violenta operação realizada em uma área de mata e responsável por desferir um pesado golpe contra o mais antigo grupo insurgente da América Latina.
Segundo a Colômbia, a missão envolveu a infiltração de agentes na liderança das Farc e a ação de soldados que fingiram ser membros de um grupo de ajuda humanitária encarregado de transportar os rebeldes até o acampamento de um comandante do grupo.
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Essa é uma notícia maravilhosa!
Operação arriscada mas não-violenta!
Pesado golpe nas FARC!
Operação de Inteligência!
E a libertação de Ingrid Betancourt! Mantida refém há mais de 6 anos, ex-senadora, a ex-candidata à Presidência da Colômbia, hoje com 46 anos, estava doente, debilitada e acorrentada por causa das diversas tentativas de fuga. Numa delas, passou 5 dias perdida na selva antes de ser recapturada. A pena aos fugitivos era a retirada de sua botas e tormentos à noite com cobras e tarântulas. Um companheiro-refém, escapou depois de caminhar por 17 dias na selva e falou de sua admiração pela força e lucidez de Ingrid diante de tamanho sofrimento.
A vida na selva é claustrofóbica, onde mal há penetração de raios de sol. Cosntantemente, os reféns eram transferidos de lugar para dificultar as tentativas de resgate. No trajeto, dormiam em buracos como animais. E Ingrid, tendo passado grande parte de sua vida na França, formou-se em Ciências Políticas, de onde regressou para a Colômbia após divorciar-se, no cativeiro, implorava por livros.
Uma vida interrompida.
Sua vida política foi baseada na luta contra a corrupção movida pelo dinheiro do narco-tráfico.
Deixou para trás, dois filhos (13 e 16 anos). Hoje com 19 e 22.
Seu pai faleceu, exatamente, 1 mês depois do sequestro e ela ficou sabendo através de um jornal velho, abandonado na selva.
Seus filhos viajaram países e fizeram apelos "para que os sequestros em andamento não caiam na selva do esquecimento".
Por tanta violência e barbárie, este resgate tem que ser muito, mas muito, comemorado.
E que cada dia mais golpes duros nesses bandidos sejam dados e que o Brasil também consiga não permitir que nossa crítica situação atual se transforme no mesmo quadro colombiano.
Porque é para lá que estamos indo...
fotos dos reféns tirada em 2007
Imagens do reencontro de Ingrid com sua família: http://g1.globo.com/Noticias/0,,GF60011-5602,00.html
________________________________________________________________________________ Ana Cláudia Bessa
3 comentários:
A IMPORTÂNCIA DE UMA FORTE BASE FAMILIAR:
Saiu no Le Monde:Laura Marzouk entrevista Louis Jehel, psiquiatra responsável pelo Centro de Psicotraumatologia do Hospital Tenon em Paris.
LM - Como ela conseguiu resistir?
Jehel - Para começar, é uma pessoa que tem uma resistência excepcional e que tem recursos pessoais. O que teve um papel muito importante para ela foi o apoio e os recursos sociais externos que ela tinha e sabia que tinha. Durante seu cativeiro ela se apoiou nesse suporte extremamente precioso, pensando nas pessoas que se mobilizaram por ela. Esse elemento continuará sendo muito estimulante para Ingrid Betancourt: ela está no centro de uma rede extremamente valiosa, que será de grande ajuda para reduzir a intensidade do trauma sofrido.
Era muito bom prá ser verdade...
Acabou de sair numa rádio suíça que as FARC receberam US$20 milhões pela libertação dos reféns.
Se for verdade, está explicado a não-violência.
Se for verdade, é o contrário do noticiado: as FARC estão estão mais fortes e que sofreu duro golpe, foi o país.
E a humanidade, como um todo.
Não que eu fique triste, estou feliz pela libertação mas porque só os bandidos têm inteligência tática?
Falta vontade política para se fazer o que é certo.
Ana,
Puxa vida, que balde de água fria! As FARC foram pagas para libertar a Ingrid Betancourt e os outros reféns? E eu que já estava soltando foguetes de comemoração ...
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