Andei fazendo umas "arrumações" nos meus arquivos e acabei relendo uma série de artigos que escrevi há um, dois, três anos atrás (antes do blog). Para minha surpresa a maioria deles continua atualíssimo. Selecionei alguns e, com a licença de vocês, passarei a publicá-los neste blog. Virão identificados pela expressão "Reciclando Textos", seguida da data da publicação original.Aí vai o primeiro.
A última foi hoje, na coluna "Gente Boa", do segundo caderno do GLOBO, assinado pelo jornalista Joaquim Ferreira dos Santos (ele próprio nascido e criado na rua Tejupá, Vila da Penha!) Sob o título entre aspas lá de cima e subtítulo: Cariocas revelam as maiores saudades de uma cidade que luta para não perder suas identidades, Joaquim abre espaço para 17 "cariocas" que revelam do que mais sentem falta no (que para eles é o) Rio de Janeiro. A fórmula é a mesma e o resultado também. Com uma ou outra concessão "centrista" ou "tijucana" os pesquisados desfiam um rol de coisas, lugares, personagens etc dos quais sentem falta em sua cidade, ou seja, do Flamengo ao Leblon.
Pois bem, sem nenhum desrespeito aos cariocas desta parte da cidade e suas lembranças e saudades, eu também sou carioca e também tenho saudades de muitas coisas boas que vi, senti e vivi no subúrbio onde nasci e me criei (e, provavelmente, em alguns momentos esbarrei com o Joaquim). Sei que ninguém me perguntou, mas vou fazer minha relaçãozinha das coisas que ficaram perdidas num passado não muito distante do MEU Rio:- As cadeiras na calçada nas noites quentes e estreladas;- As "peladas" de times-contra entre bairros nos muitos campos de várzea;- As tardes de sábado no Parque da Penha;- As sessões de cinema de domingo à tarde nos cines S. Pedro e Mello;- As conversas fiadas no banco da praça;- Provar todo a "cardápio" (um ítem por domingo) do BOB’S do "Tem-Tudo" (O segundo "shopping" do Rio. O primeiro foi o do Meier!) de Madureira;- Assistir jogos de HOQUEI (sobre patins) no Mello Tenis Clube;- Jogar "garrafão" no meio da rua;- Correr atrás de pipa-voada;- Comprar revistinha de sacanagem do Zéfiro clandestinamente no jornaleiro (e trocar essas revistinhas com os amigos). Vou ficar nessas para fechar dez.
Proponho que você, que também é carioca de outras regiões, faça também a sua listinha. Não vai servir para nada, mas faz a gente se sentir bem. A mim fez.
Um comentário:
Ah...Ivo...rs...
Cresci na tijuca...risos...
E até sair de um colégio de freiras e entrar na Escola Técnica, não sabia o que era "subúrbio". tijucano é bairrista (eu consegui sair disso...rs). Na tijuca a gente fica fechado naquela comodidade de ter tudo perto, inclusive o centro.
Aí, depois da Escola técnica, um mundo se abriu e meus melhores amigos moravam na Piedade (ainda mora e ainda é uma grande amiga!!!!), Inhaúma´... Daí, fui indo para a zona oeste...jacarepaguá...
ANDEI MUITO DE TREM!
E depois que casei (aos 19! olha que doida...rs), nunca mais voltei a morar na tijuca.
Mas eu adorava andar de ônibus sozinha...rs..., ir às matinês do América, Bailes do Clube Municipal, descer pro Play(viu como sou novinha?), ir prá Escola Técnica de bicicleta (tudo bem...não durou um ano porque eu sempre chegava suada prá aula...), passear e ir aos muitos cinemas da praça Saens Pena, comprar sapato da Sapasso, brincar de Barrili (quase ninguém sabe mas é um pique melhorado)e jogar queimado numa vila que morei (afinal tijuca sem vila, não é tijuca), fazer minhas aulas de karatê também no América (aha! eu fiz karatê!!!!), estar pertinho da praia de Ipanema e ir com os amigos de buzum, mostrar meu fio dental (fala sério!!!!sou da época que ele foi criado...rs), ficar pipocando de festa junina em festa junina nos colégios da região, andar á pé direeeeeto e muito mais.
Hoje, não dá prá fazer a maioria dessas coisas.
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