terça-feira, 1 de abril de 2008

A Alma

“Se a vida é uma canção, às vezes parece que eu sou uma canção que vive repetindo uma nota só!”

Por mais absurdo que possa parecer a ALMA de um filho está ligada no mínimo a 7 gerações anteriores a dele.
Os pais são importantes para a chegada deste novo ser na família.
Ao mesmo tempo em que se fica feliz com a chegada do filho, existe uma intenção velada e muitas vezes inconsciente do sistêmico familiar em buscar uma solução para os problemas que ficaram para trás sem serem resolvidos.


Por exemplo: uma pessoa da família que no passado foi excluída do sistêmico familiar por alguma razão, gerou um sentimento de não pertencimento. Na geração futura nasce um bebê, vai se tornando criança, jovem e adulta, que de alguma forma apresenta comportamento de solidão e não pertencimento ao sistêmico, pode ser a manifestação da ALMA do sistema familiar que está querendo ser incluído. Desta forma acaba às vezes travando este SER de ir adiante a seu papel profissional ou outros que venha exercer em sua vida.

A força que o sistêmico exerce é muito forte de forma negativa ou positiva, (sem julgamento de valores) apenas para entendimento.

Como pode uma família incluir um jovem que usa drogas? Ou uma criança que nasce com problemas quaisquer? Ou um velho que apresenta várias dificuldades? Este movimento de exclusão é forte o suficiente para dizermos: “é ele é doente”, desta forma continuamos a exclusão e suas conseqüências inconseqüentes.

Enquanto que está manifestação é de responsabilidade de cada membro da família, vivos ou mortos.

Sendo assim sinto que toda energia para querer melhorar o futuro nasce no momento que a sua alma diz, tem algo fora da ordem no passado, ou posturas do passado nos trouxe até aqui, mas não dá para continuar assim. Desta forma dá para percebermos que estamos numa nota só, e já comprometemos demais o futuro que vivemos hoje o PRESENTE.
Aprendi nos últimos anos algo de grande valia em minha vida neste sentido, que já me era conhecido racionalmente, porém não em minha alma.

Quando comecei a agradecer do fundo de minha alma os meus pais, avós, bisavós, tataravôs é um batalha de gente até chegar a minha existência, acabei percebendo que o movimento da alma sempre sabe a solução, mas com a vida moderna do consumismo e outras coisas que nos influenciam a ficar desconectados do SER, e viver intensamente o TER, isso pode causar um desequilíbrio nos resultados.
Para a vida ser de fato uma canção se faz necessário descobrir as outras notas em nossa própria alma. Este movimento requer mudança de postura em todos os papéis que exerço na minha existência, para que possa ecoar para humanidade. Nem sempre este movimento é doce e gostoso nos nossos valores culturais, porém podem ser necessários.
Estou muito feliz por me conectar com minha alma e acolher como ela é para continuar o movimento.
Nos últimos 10 anos tive a possibilidade de viver intensamente este movimento e mudamos todos: marido, filhas e ex-marido. Desta forma melhoramos muito nossas relações com nossas famílias de origem.
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Eva Praxedes Vieira

2 comentários:

Ana Cláudia disse...

Eva,
Eu também acredito que não estamos juntos por acaso. Cada família, cada amigo, até as inimizades se aproximam por algum motivo.

Por isso, filho prá mim é um presente. Não podemos descuidar desses seres que vieram para nós, para crescer e aprender sob nossa responsabilidade. Por isso, me preocupo tanto com o futuro que EU vou deixar para meus filhos.
É minha responsabilidade.

Mas também vejo o quanto é difícil esse ajuste para muitas famílias. Aliás, acho que para todas, porque não há uma família em que todos os membros se aceitem e respeitem ou se ajudem. Tem sempre um fator de desequilíbrio que é, a meu ver, nossa chance de fazer algo bom semear daquele chão árido.

Não á fácil, nem sempre conseguimos, mas precisamos tentar.
Parabéns pelo texto sensível e profundo.
Beijos!

Renata disse...

Eva,
A gente muitas vezes não dá importância, mas acredito nisso que vc colocou.
Existe inclusive uma terapia chamada Constelação Familiar, desenvolvida pelo almão Bert Hellinger, que se baseia exatamente nessa ideia. Me parece super interesante. A respeito dela me recomendaram o livro A Simetria Oculta do Amor, do próprio Hellinger. Ainda não li, mas está na fila.
Beijos
Renata