quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A Escolha da Escola - parte 1

Há tempos venho querendo escrever um texto sobre escolas. Quando comecei a procurar uma escola para a minha filha mais velha (tenho duas, a segunda ainda estava na barriga), li um bocado sobre o assunto, me informei sobre os métodos pedagógicos, procurei saber no que deveria reparar em termos de estrutura e pensei no que eu queria para elas.

A primeira escola foi escolhida mais por conveniência (era muito perto de casa, tinha uma estrutura razoável para a idade da minha filha, com dois anos na época, e tinha uma equipe atenta e carinhosa) do que por encanto pela linha pedagógica. Quer dizer, na verdade, a linha pedagógica era interessante, mas eu confesso que nem sempre me encantava com a maneira como as atividades eram desenvolvidas. Além disso, eu tinha a impressão de que a equipe era muito simpática com a gente e tal, mas não dava importância de verdade ao que achávamos. E às vezes eu até tinha a impressão de que, para eles, os pais não sacavam nada de educação formal, portanto não precisavam saber muito nem tinham que "apitar" muito na escola. (Claro que isso não era dito explicitamente, era só uma impressão que o contato me passava.)

Quando chegou a hora da caçula começar a estudar, fui correr atrás de uma escola que me encantasse de verdade. Procurei um bocado, bati muita perna, descartei algumas logo de cara, voltei mais vezes em outras e levei o marido para ajudar a tomar a decisão final, depois de ter restringido a minha escolha a duas escolas.

A verdade é que, mesmo não sendo a escola dos meus sonhos, a primeira escola me ajudou muito a descobrir o que eu queria encontrar. O processo de escolha da escola tem a parte prática, de itens objetivos que precisamos analisar e entender, mas também tem uma parte subjetiva, relacionada a sensações, àquele "sexto sentido". E a escolha da escola, acima de tudo, tem que estar relacionada ao modo de vida da família, precisa ter a ver também com a filosofia e jeito de educar de cada um. É preciso que exista uma comunhão entre o que a escola pensa e o que os pais pensam. Não tem nada a ver uma família com valores supertradicionais escolher uma escola alternativa. E vice-versa.

continua em próxima postagem

_________________________________________________________________________________ Silvia Schiros

3 comentários:

Ana Cláudia disse...

Silvia,

seu depoimento é muito legal porque a gente realmente se sente muito perdida na hora de começar a visitar as escolas. Qual escolher, que critérios levar em consideração?

A gente nunca sabe nada pela primeira vez e fiz como você: bati muita perna, visitei várias vezes mas agora que ele começou, vem a dúvida que acho que atormenta todas as mães: será que fiz a escolha certa? rs

Acho que a gente sempre se pergunta isso, por mais criteriosas que tenhamos sido.

Só o tempo dirá....

Tais Vinha disse...

Silvia,

Adorei o retrato claro da angústia que é escolher uma escola. Ainda mais quando somos marinheiros de primeira viagem.

Muitas sensações nossas são mesmo intuitivas e é difícil colocá-las, ainda mais se a escola vive na defensiva ou fica dialogando em "educacionês" para demonstrar o quanto sabem a mais do que nós. Isso não é irritante?

Mas a escola subestimar este "feeling" dos pais é um grande erro. Todas as experiências educacionais bem sucedidas contam com a participação dos pais. Escola boa e realmente segura do que faz é aberta ao diálogo, pois enxerga tudo como contribuição. Não há medo e sim parceria.

Sua dica de iniciar a escolha da escola a partir do estilo da família, é muito boa. Cada um na sua praia.

Adorei seus comentários no ombudsmãe. Mas ainda não tenho seu email. Quando puder, envie para taisvinha@terra.com.br

Um beijão,

Taís

Anônimo disse...

Ana, você vai ver que a tua experiência com a primeira escola será muito positiva, mesmo que mais para a frente você decida trocar o mais velho de escola, quando o mais novo for começar. Você já vai saber o que funcionou para vocês e o que você não quer nem ver pela frente, se for o caso. ;-) E já vai olhar as escolas, da segunda vez, com outros olhos, já vai procurar outras coisas.

Taís, angústia é característica intrínseca da vida materna, né não? Mas acho que tem lá suas vantagens, porque faz a gente se esforçar para decidir melhor.

Eu adorei o ombudsmãe, e recomendo para os leitores do Futuro do Presente, porque tem muita coisa boa lá sobre escolas, educação e a vida da mulher. Delícia de leitura. :-)