quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Meia-Amazônia, não!



Aos deputados e senadores:

Tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que, se aprovado, será um golpe mortal para todas as florestas brasileiras e, em especial, a amazônica. O PL 6424/2005, conhecido com Floresta Zero, reduz a reserva legal da região para 50% e ainda permite compensar, em outros locais, qualquer desmatamento que vá além desse limite.

O Brasil demorou 450 anos para botar no chão praticamente uma floresta inteira, a Mata Atlântica, que se espalhava em 1 milhão de quilômetros quadrados entre o Paraná e o Rio Grande do Norte. Infelizmente, parece que não aprendemos nada dessa lição. A velocidade de destruição da Amazônia é quase dez vezes maior. Em pouco menos de 40 anos, já perdemos para sempre mais de 700 mil quilômetros quadrados de Amazônia – o equivalente a quase três estados de São Paulo. Se o Floresta Zero passar no Congresso, a devastação assumirá um ritmo ainda mais avassalador.

O Floresta Zero incentiva a derrubada da floresta e inocenta milhares de crimes ambientais. A Amazônia ocupa 5% do solo do planeta e abriga a maior biodiversidade do mundo. Somos hoje o quarto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. Cerca de 70% de nossas emissões são decorrentes do desmatamento e das queimadas.

Destruir a Amazônia provoca um grande impacto econômico e social no país. A chuva que é produzida na Amazônia é importante não apenas para a região. Ela ajuda na geração de energia, na produção de alimentos e no abastecimento de água no centro, sul e sudeste brasileiro. Para os mais de 22 milhões de brasileiros que habitam a Amazônia, o desmatamento nunca trouxe desenvolvimento social. Cerca de 85% dos casos de trabalho escravo do país ocorrem nas áreas desmatadas da Amazônia.

Ao invés de aumentar a proteção do meio ambiente e estabelecer metas para a redução do desmatamento, o Congresso Nacional estará dando as costas para a Amazônia e abrindo as portas para mais destruição. A sociedade brasileira exige um ponto final no desmatamento de nossas florestas, em especial a Amazônia. Seja a favor da floresta. Diga não ao PL 6424/2005.




Para entender melhor:

Este projeto, de autoria do Senador Flexa Ribeiro (PSDB-BA) e modificado pela comissão de agricultura do congresso, autoriza a derrubada de até 50% da vegetação nativa em propriedades privadas na amazônia. De quebra, legaliza praticamente todos os desmatamentos que, nos últimos 40 anos, derrubaram cerca de 700 mil quilômetros quadrados de área original de floresta - o queivalente a quese 3 estados de SP. O projeto também desobriga os responsáveis pelo desmatamento de recuperarem o que derrubaram, permitindo que um desmatamento realizado no Pará seja compensado com o plantio de árvores no Rio de Janeiro. Em resumo, o projeto condena vastas regiões do Brasil a serem livres de floresta, o que levou a ficar conhecido como "Projeto Floresta Zero"

Os ruralistas defendem sua proposta alegando que o projeto incentivará a desão de fazendeiros à elgislação ambiental e garantirá a sobrevivência de metade da biodivertsidade amazônica. A primeira promessa, levando-se em conta o passado da atividade rural na região, é uma dúvida. A segunda é ilusão. Na Amazônia, 50% é igual a zero.

Com base nas taxas anuais de destruição de floresta, estima-se que, em duas décadas, 31% dela estarão derrubados, outros 24% degradados e a Amazônia prevista para virar uma savana até o final deste século.



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Todo o texto foi retirado da campanha do Greenpeace e merece ser divulgada. É um absurdo o que já acontece na Amazônia, e não é difícil imaginar o que está por vir diante da filososfia política que existe no Brasil. Clique em http://www.meiamazonianao.org.br/ e assine contra este projeto de lei. Sua assinatura, inclui ainda uma carta que será enviada automáticamente a todos os senadores. Precisamos mostrar nossa indignação e fazer, o possível para preservar a Floresta Amazônica desses criminosos do colarinho branco.

________________________________________________________________________________ Ana Cláudia Bessa

2 comentários:

Geovana disse...

Correção: O senador Flexa Ribeiro é do PA e não da BA... mais um coronel eleito pelo povo que não sabe votar...


Sabe Ana, do jeito que brasileiro
é "esperto", ainda tem o perigo de uma área de replantio ser apresentada para diversas áreas desmatadas, ou seja, registrar a mesma área de replantio várias vezes. Outro jeitinho é dar uma propina ao fiscal e ele dizer que um pasto desmatado é uma área reflorestada.

Ai, ai... eta país difícil!!!

Anônimo disse...

Olá, Ana. Interessante o video, curto, simples e auto-explicativo. Por ano, em média já são desmatados cerca de 21 mil quilometros da Amazônia, só na parte que está em território brasileiro. E boa parte desse desmatamento provém da exploração da madeira, pecuária extração mineral e o aumento populacional. Imagine como não vai ser a partir do momento em que essa lei for aprovada...Abraços