segunda-feira, 3 de setembro de 2007

A China e o futuro - Parte 2

Muitas das bandeiras da contra cultura dos anos 60 transformaram-se hoje em leis e normas sociais. O consumidor Americano pode sim começar a se sentir enganado: tudo pelo que a sociedade lutou para melhorar, como o meio abiente e a qualidade de vida pode estar sendo desrespeitado na fabricação estrangeira do produto que ele consome. Não me espantaria se surgir logo um novo Ralph Nader, campeão de causas sociais com forte apelo popular. Na esteira, virão os políticos engajados e de olho na opinião pública.

Não se iludam: o consumidor tem sim o poder de criar ou matar um produto. E não há nada que ninguém possa fazer contra isso: uma vez que caiu na boca do povo, já era!

Considere isso no maior mercado consumidor do mundo (e um mercado que sabe reagir a estes problemas) e o impacto será muito maior do que em qualquer outro lugar, com forte reflexo nos outros mercados. Os analistas dirão que tudo vai se ajeitar, pois a economia mundial precisa da produção barata da China. As empresas ocidentais com fábricas neste país vão introduzir os controles e as mudanças necessárias.

Talvez sim, tudo é possível.

Na minha ótica, o consumidor é soberano e vai, no final, impôr sua vontade. Os industriais e marketeiros, vão precisar compreender muito bem o que se passa para encontrar o Ponto de Equilibrio necessário. Vão ter que se desdobrar para salvar a imagem dos produtos.

De qualquer forma, voltando à premissa inicial, creio que este episódio ainda vai instigar uma série de questões futuras. Talvez o impacto ainda não seja sentido nos próximos anos; possivelmente leve uma década para que costumes arraigados venham a mudar.

Como este Blog tem como objetivo a qualidade da nossas vidas, vale a pena acompanhar o que pode acontecer daqui para frente.


__________________________________________________________________________________ Texto de Milton Fetter

9 comentários:

Ana Cláudia disse...

É Milton, eu penso que no Brasil as coisas são bem diferentes. Se nos Estados Unidos o consumidor é soberano, aqui estamos longe de ser.
Claro que existem excessões, mas a dura realidade do consumo no Braisl ainda tem um longo caminho pela frente para mudar.
E aí, lembramos do Cristóvam Buarque e da sua priorização da educação.
Um povo que não tem educação, não consegue e nem ssabe exisgir seus direitos.
No Brasil, e olha que tenho muitas experiências para contar pois sou uma consumidora chata), o atendimento e comprometimento com o cliente só são prioridades quando temos uma asssociação de suceso entre a filosofia e preparação e profissionalismo da empresa e a preparação, o profissionalismo e satisfação do funcionário.
E aqui, essa equação raramente fecha.
Acho que aqui a coisa demora bem mais continuaremos consumindo da China sem grandes exigências até por conta do grande contrabando que faz esses produtos serem os mesmos vendidos nas lojas de shopping a preços bem menores no camelôs.

Anônimo disse...

Eu costumo dizer (brincando) que, "assim como os economistas eu também não entendo nada de economia". Por isso, com esta "autoridade", eu me arrisco a dizer que o mundo inteiro ainda está engatinhando nessa tal de globalização. O "fator China" é um dos problemas que obviamente aconteceriam. Outros virão.
Aprenderemos a lidar com eles e resolvê-los, sob a ótica de novos paradigmas, novas realidades, como: maturidade do consumidor; sustentabilidade; concorrência; responsabilidade social etc etc etc.
Quanto ao comentário da Ana, eu penso que o consumidor brasileiro, em muitos aspectos é mais exigente e esclarecido que o americano, por mais que isso pareça irreal.
Somos bem menos influenciáveis do que eles pela "máquina publicitária". Afinal, essa tal máquina, como hoje a conhecemos, é invenção deles!
Não esqueça que foi essa poderosa máquina que introduziu no dia-a-dia dos americanos "bobagens" como: Cereais matinais; aspirinas; batatas fritas; salgadinhos de milho; hamburgueres; hot-dogs etc, numa proporção da qual não chegamos nem perto!

Ana Cláudia disse...

Isso é uma questão cultural...lá o progresso, a economia, a política, tudo transformou o país num mundo de consumo.
Ainda não tivemos o mesmo progresso, a mesma economia, nem a mesma política...
Em compensação, lá os comsumidores, colocam a boca no mundo. Consomem mais mas exigem mais.
Se desejo isso para nosso país, claro que não. Em teros de consumo, queria que o brasileiro exigisse mais justamente porque o dinheirinho dele é muito escasso.
E valioso.

Cristiane A. Fetter disse...

Concordo plenamente, o consumidor tem o poder de criar ou acabar com um produto, é só ele querer. Como disse a Ana Claudia tem que saber colocar a boca no trombone.
Viver em um país onde isso funciona é ótimo. Vide a reclamação que o tal americano fez. Quando ele resolve boicotar, acabou.
O progresso é impiedoso, se ao mesmo tempo que traz muitos benefícios, traz também este custo alto de problemas criados com materiais de baixa qualidade.
Acredito que a uma alternativa é estar sempre alerta, criar o hábito de ler tudo que cai nas maos, ter paciencia para escolher bem, pois no meio do trigo tem sempre muito joio.
Como diz o lema dos escoteiros: Sempre alerta.
Abraços Milton

Anônimo disse...

Sr Milton, gostei muito da conclusao do seu texto. O Sr. tem razão, temos que ficar alertas para o que o futuro trará.
Parabéns.

Anônimo disse...

Parabéns pelo excelente texto, Milton. Uma reflexão muito boa para o consumo consciente!
Abraço.

Anônimo disse...

Produto chinês é uma bosta. E vocês que falam tanto em reciclagem, lembrem-se que os produtos que se estragam facilmente, viram lixo, também facilmente.
Menos qualidade, menos durabilidade, mais lixo.

Ana Cláudia disse...

Isso é verdade. vira lixo rápido, mesmo!

Aliás, um bom motivo para se evitar brinquedos chineses!

Cristiane A. Fetter disse...

Mas como o post do Milton menciona, muitos dos brinquedos que nossos filhos usam, os famosos então (a Fischer Price é da Mattel) são construidos lá.
Nem sempre conseguiremos deixar de comprar os produtos que vem da China.
Acredito que o anônimo quis dizer que os produtos "piratas" que chegam ao Brasil é que não tem qualidade e nisto ele está repleto de razão.
A China está com tanto poder de fabricação que até o guarda-roupa do meu filho foi fabricado lá.