quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Comer ou não comer? Eis a questão!

Eu tenho um problema.

E o problema é não conseguir fazer com que meu filho coma alimentos saudáveis. Eu não consigo relaxar sabendo que o que ele gosta é de comer as porcarias que TODA criança gosta. E não é porque eu moro nos Estados Unidos não, pois minha sobrinha que mora no Rio de Janeiro também está assim. Eu digo está porque todo mundo me diz que isto é uma fase.

Tá difícil acreditar!.

Todo santo dia eu quebro minha cabeça procurando uma forma de fazer e apresentar alimentos que chamem a atençao visual e do paladar de meu filho. Já fiz bonequinhos, já cantei, dancei, contei histórias, já comprei pratinhos, garfinhos e copinhos dos mais variados. Também já ameacei (ninguém é de ferro), já fiz chantagens, já tentei negociar, mas não adianta, já briguei até com o marido, que diz que eu sou mole e o menino está ficando mimado.

Então fiz uma proposta a ele, - Querido! vamos trocar por um dia nossas tarefas. Você fica no meu lugar e faz comida saudável para o Dudu e ele tem que comer tudo (além é claro de dar conta de todo o serviço da casa) enquanto eu vou para o seu escritório acompanhar a equipe de vendas que está fornecendo material para os países do Oriente Médio. Eu garanto que o meu dia será muito mais fácil do que o seu, o povo de lá é mais fácil de dobrar.

Adivinhem? Ele não aceita esta troca. Porque será? risos

Fico triste pois sempre procuro fazer tudo fresco, com produtos orgânicos (que onde moro não tem uma diferença tão grande de preço para o produto "normal"), e sentia que era um tempo jogado fora. Ou não, pois eu não desisto. Mesmo sabendo que ele não vai aceitar eu coloco em seu prato a vagem, a cenoura, a couve-flor, a couve de bruxelas, a beterraba, a beringela, etc, etc. Sopa também não tem vez, ele faz cara de nojo e nem com reza brava ele come.

Mas ultimamente eu estou usando da seguinte tática. Como ele adora feijão, eu passei a cozinhar junto os legumes e verduras. Assim pelo menos ele consome as vitaminas necessárias para seu crescimento. Diminiu um pouco a minha preocupação.

Fico pensando no futuro, que ele tenha sido bem alimentado para ter ossos fortes, músculos mais ainda, que todos os seus orgãos tenham crescido direito, blá, blá. Quem é mãe sabe o que eu estou passando e como isto pesa no nosso dia-a-dia.

Mas eu sei que tenho que relaxar, viver um dia de cada vez. Mas eu não vou desistir.

Ah não vou não!


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Texto de Cristiane A. Fetter

18 comentários:

Ana Cláudia disse...

Cris,
acho que o seu dilema é de 10 entre 10 mães.
Aqui em casa eles nunca mais se alimentaram e ganharam peso como na época em que mamavam exclusivamente o leite materno.

Eu já fiquei muito preocupada com a inapetência deles. Agora, como vc, eu me deparo com a preferência pelas porcarias.

Em casa, sempre almoçam e jantam...reclamam no começo mas com insistência vai indo. E hoje a coisa esta mais calma foi foi com muita riga porque já teve dias de não comer nada durante 2 dias! Olha...é um sofrimento...

Tento variar o cardápio, variar a textura...
Já tive até que regredir para a papa durante um tempo com um deles. Não sei se foi dente nascendo ou manha, mas foi o que um deles aceitava...depois fui retomando aos poucos.

Uma coisa legal é que o aprendeu um tal de "confia em mim"...rs...
e na hora dele experimentar, eu digo para ele "é bom, confia em mim..."

Ensinei a falar gostoso bem arrastado e a gente fica "huuuum, que gostooooooso"...
e assim vai...
Dava do meu prato prá ele ver que eu também estava comendo...
E muita, mas muita comemoração quando come tudo...canto, bato palma, bato com a colher no prato.
Eles adoram a festa e hoje, eles mesmo se aplaudem!

E institui o dia da porcaria, porque na rua eu não consigo me estressar com a negativa deles. Então na rua, um dia na semana, é batata frita, e o que quer que eles aceitem. Afinal, comem a semana inteira coisas saudáveis e em casa.

E batata frita é bom demais, fala sério...
Não podia ter gosto de jiló amargo?

Anônimo disse...

Uma dica é tornar a comida divertida...tentar fazer bonequinhos com os legumes, carinhas com batatas, xuxu, etc...
Realmente, temos que ser artistas para as crianças comerem!

::Carina:: disse...

Ai Cristiane, adorei sua visitinha no meu blog, fiquei toda cheia!!!
hehehehhe

Bom, não sei a idade do seu filho, mas aqui em casa acho que é uma exceção.
O meu, tem 2 aninhos e come MUITO bem, adora fruta, legumes e verduras, mas acho que pq, é o q ele conhece.
Nunca ofereci outros alimentos, claro q já comeu "porcarias", mas nunca tem em casa pra comer, não faz parte do nosso dia a dia.
Acho que é uma fase que eu tb vou passar, qdo ele começar a ir na escolinha e tal..
Mas vc tá certa NUNCA devemos desistir!

Bjão pra vc!

Geovana disse...

Mães

Eu ainda não sou mãe, mas sou filha e lembro que não tinha acesso a porcaria porque simplesmente não podia comprá-las. Se a criança não achar biscoito recheado e refrigerante em casa, se em vez de dinheiro mandar um lanchinho saudável pra comer na escola, elas irão se acostumar. Acho que filho gosta dos limites que os pais impõem. As crianças hoje não podem ser contrariadas, mas elas precisam disso. De uma bronca, de um limite. Isso faz bem porque é uma forma de demonstrar amor, elas se sentem protegidas.

Abraço.

Cristiane A. Fetter disse...

Obrigada pela visita da Carina e da Geo.
E Carina você está certa, tão logo ele comece a participar do mundo com mais intensidade ele vai ter acesso as porcarias.
Nem sempre coneguimos evitar que tenham contato com outras coisas, até porque filho é do mundo e nao nosso.
Por mais limites que coloquemos os filhos nao vivem em redomas, aliás eles tem é mais que ter contato com tudo.
E Geo, limites a gente dá e como eu disse no meu texto eu não desisto, mas como voce mesmo comentou que nao tem filhos, eu também pensava assim antes de ter um.
Nossos conceitos mudam e temos que nos recriar para poder resolver estes pequenos contratempos em nossas vidas.
E tentar entender e administrar estas "novidades" também é uma forma de demonstrar amor e um deles é escrever um post sobre isso, para compartilhar estes momentos com outras mães que passam por isso.
Ninguém tem a verdade absoluta e a gente sempre aprende um pouquinho todo dia, aliás até com os filhos que acabaram de chegar.
O meu me ensinou que eu não estou certa o tempo inteiro, me ensinou que tenho que ser criativa, paciente e persistente.
Por isso eu nao desisto nunca. As vezes eu canso, mas nao desisto.

Anônimo disse...

Oi mães.
Aqui vai um pouquinho da experiência de um pai.
Lógico que passei por tudo isso com meus três filhos, e, garanto, É NORMAL.
Claro que não dá para ficar "esperando a fase passar". A gente tem que batalhar e bolar todas as formas possíveis de fazer com que eles se alimentem de forma saudável.
O artifício dos legumes no feijão é muito bom, mas cuidado para não exagerar e "mascarar" o gosto do feijão.
No arroz também cabe: Bata o legume no liquidificador e use na água de cozimento. Mesma ressalva: Não exagere.
Uma coisa muito boa também é o "bolinho de carne" (ou almôndega). Nele cabem legumes diversos picadinhos bem pequenininhos. A almôndega pode ser frita (a fritura não é essa vilã toda que dizem, sobretudo se o óleo não for reaproveitado e se você não faz uso excessivo), ou feita com molho.
Pizzas também se prestam muito bem a estes "artifícios". Agregue cereais integrais à massa; Coloque legumes liquidificados no molho; espalhe "coisas saudáveis" picadinhas e "disfarçadas" no meio da muzzarella, do presunto etc.
A mesma dica da almôndega vale para o hamburguer.
Tem muito mais.
O importante é fazer como o Ivan Lins: Desesperar JAMAIS!

Ana Cláudia disse...

Cris, lembrei que os meninos adoram bolo salgado daqueles que normalmente se faz com salsicha.
Eles não são fãs de salsicha.
E eu institui aqui em casa o dia vegetariano, ou seja, num dia da semana, nada de carne nas refeições.

Então criamos esse bolo salgado com vegetais diversos: cenoura, batata, couve flor e ficou uma delícia!!!!!!

É substituição simples, faz a massa e depois joga os legumes em cima e forno.

Bom, bom, bom, bom!

Ana Cláudia disse...

ah...legumes cozidos no vapor ficam ótimos e sobras de legumes refogados, melhor ainda!
Esse bolo é ótimo para usar as sobras da semana na refeição de sexta-feira.

Pode ser até com sobras de carne/frango picadinhas ou desfiadas .

Não fica a mesma coisa, o de legumes é o mais gostoso. mas fica bom também.

Silvia D. Schiros disse...

Cris, é a luta de toda mãe mesmo... A gente também acha saborosas algumas porcarias, não acha? (risos)

Ana, passa aí a receita do bolo de legumes!!!

Ivo, adorei as dicas de hambúrguer e pizza. Passa a receita da massa da pizza e diz aí como se dá liga no hambúrguer. Com farinha integral?

Cristiane A. Fetter disse...

O mais engraçado é que até fazer 2 anos o menino comia até jiló. Para quem conhece sabe que este legume não é um dos mais apreciados dos brasileiros mas meu filho adorava.
Não temos frescuras aqui em casa, mas agora se ele acha um micro-pedaço de salsinha ele separa.
E Ivo, a tática da almôndega eu faço, mas agora eu tenho que processar os temperos pois ele nao pode ver. E com relação aos carboidratos eu estou controlando pois ele aumentou muito de pesa nos ultimos 6 meses, justamente por essa preferência.
Uma coisa de bom ele tem, adora sucos, então eu aproveito também e sempre administro ali algum ingrediente digamos assim interessante: uma dia é a cenoura, outro o espinafre, outro a beterraba e vou tapeando. Tem dia que ele desconfia, mas na maioria ele topa, risos.
É vivendo e descobrindo.
Estou adorando as dicas, podem continuar mandando.
Abraços

Anônimo disse...

Tem uma comunidade na internet que trata de saúde e alimentação infantil.
Um dos tópicos debate uma matéria entitulada MEU FILHO NÃO COME.

Espero que ajude.

http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=12877853&tid=2545183764126058099&start=1

Anônimo disse...

Silvia, a massa da pizza é a massa convencional (farinha, fermento biológico e água) só que adicionando, por exemplo, farelo (e/ou germen de trigo; farinha de aveia; centeio...)
Não pode é exagerar nesta adição para não perder a liga.
Eu estou presumindo que você conhece a receita convencional, mas se quiser eu te mando a receita passo-a-passo.
A liga do hamburguer se consegue com o velho conhecido amido de milho.
Ah, em tempo, omeletes também são ótimos para se incorporar "coisas".

Cristiane A. Fetter disse...

Livia obrigada pela dica.
Abraços

Anônimo disse...

Acho que posso ajudar...

Minha filha come de tudo! É referência na casa das amiguinhas e festinhas. Isso é um sonho hoje em dia... observo que todos os amiguinhos dela retratam o perfil atual: comem só arroz,refrigerantes, miojo, batata-frita, muitos biscoitos recheados e nuggets. Talvez esta realidade represente a falta de tempo de todas nós! Quando um amiguinho dela vem a minha casa é aquele drama...o que fazer, o que comprar enfim, sempre um sufoco para agradar a criançada!!
Bom, minha filha come de tudo porque foi criada desde pequenininha com talos de cenoura crua, muita salada, sucos naturais e um pouco afastada de guloiseimas. Com o tempo, é lógico, ela foi aderindo aos doces e porcarias deliciosas(quem resiste?) devido aos amiguinhos. Sua alimentação permaneceu e com muita resistência porque o paladar vai desafiando mesmo...muito mais saboroso um nugget(cheio de restos de galinha, gorduras e outras coisas que não prestam dos animais)do que uma abobrinha recheada, por exemplo. Portanto, meu conselho é: nunca é tarde para recomeçar! Tem que ser firme, colocar a comida nutritiva no prato e dizer: olha que almoço delicioso!". Não comprar facilidades e ter o mínimo de industrializados em casa. Um dia vai fazer bico, noutro vai sentir fome até atingir a famosa reeducação alimentar. Sei que essa cultura dá trabalho, nos deixam aflitas... mas é pelo futuro dos nossos pequenos. Se embarcarmos apenas nas vontades deles... reeducação alimentar já! Um dia eles vão agradecer, com certeza!

Anônimo disse...

Cris,
pelo que vi nos comentários, compartilhamos todos da sua preocupação e passamos em maior ou menor grau pelos mesmos dilemas com as crianças... a minha agora está com 16 anos e ainda dá trabalho nessa área!
Adorei o texto e todas as dicas do Ivo... já vou experimentar algumas.
Beijos a todos

Ana Cláudia disse...

Vamos lá...

massa do bolo de legumes:

1 xic chá amido de milho
1 xic chá farinha de trigo
1 xic chá óleo de milho
1 xic chá leite
1 colher sopa fermento pó
3 colheres sopa queijo ralado
1 colher sobrem rasa sal
3 ovos

Bater tudo no liquidificador
forma untada
Colocar no tabuleiro e jogar a cobertura de sua preferência por cima.

forno moderado 40 min

Rend: 1 tab retangular médio

Anônimo disse...

Artigos sobre alimentação:

-Suco de fruta: herói ou vilão
-Comidinhas coloridas e saudáveis

ambos no endereço:
http://www.clicfilhos.com.br/site/nutricao/nutricao.htm

Ana Cláudia disse...

A relação dos pais com questões da primeira infância
“Gostaria de uma ajuda em relação ao meu filho: ele tem três anos e meio, mas não consegue sair da fralda para o cocô. Já conversei com uma psicóloga e com a escola onde ele estuda e elas me pediram paciência, que de uma hora para outra ele deixaria de usá-la. Porém, conversando com uma amiga cuja mãe é psicóloga, ela me pediu para procurar ajuda de um profissional para que isso não cause problemas futuros. Não sei por onde correr: tenho pena da situação por ele, mas ao mesmo tempo já estou estressada com isso, pois acaba se tornando um pouco inconveniente. Gostaria de uma indicação do que fazer, ou mesmo alguma leitura que possa me ajudar”.

A mensagem de nossa leitora mostra a angústia que muitos pais vivem quando os filhos não respondem como esperavam às atitudes que tomam ou mesmo quando não apresentam um desenvolvimento de acordo com o esperado. Vale lembrar que o esperado gira em torno da média, ou seja, de um dado estatístico. Vamos, então, tratar dessa questão.

Nos primeiros anos de vida da criança, o sistema nervoso central ainda está em desenvolvimento e só fica concluído em torno dos dois anos, dois anos e meio. É, portanto, a partir dessa idade que a criança fica apta a ser continente, ou seja, a controlar o xixi e o cocô.

Os grandes problemas da atualidade é que temos muita pressa que as crianças cresçam e interpretamos quase tudo à luz da normalidade ou patologia. Assim, não conseguimos tratar com a descontração necessária questões naturais da primeira infância, como a continência e a alimentação, só para citar dois exemplos que costumam provocar problemas e ansiedade nos pais.

Quando a criança pequena não é continuamente interpelada a aprender a se comportar logo como adulto, a fazer o xixi e o cocô no lugar socialmente marcado para isso, a se alimentar nos horários dos adultos, com a variedade dos adultos e da maneira deles, isso pode ocorrer com a maior naturalidade, na hora certa para eles. Mas, para que isso ocorra, os pais precisam ter paciência para ensinar sem exigir, sem se exasperar, sem entrar em confronto com os filhos. Se questões como a continência e a alimentação não forem problemas para os pais, não serão problema para as crianças.

Quando a situação já se tornou um problema para os pais e os filhos – parece ser o caso de nossa internauta – a atitude mais sensata é, em primeiro lugar, deixar de focar tal questão na vida do filho. A mãe precisa se aliviar, deixar de considerar o fato como possível foco de problemas futuros e tomar uma atitude mais descontraída, ou seja, apontar ao filho que ele já pode fazer diferente, apenas isso. Aos poucos, quando ele perceber que seu comportamento não provoca reações intensas nos pais, se sentirá livre para colocar em ato o potencial que já apresenta.

Em resumo: ele precisa perceber que fazer cocô no banheiro é algo que beneficia apenas ele, ninguém mais, e que não fazer provoca desconforto apenas nele, em ninguém mais.


http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/