Recebi uma “encomenda” curiosa de nossa blogueira-mãe (ou mãe-blogueira como ela prefere): Criar um post para o dia 15 de novembro.
Esta revelação deve chocar a maioria de vocês. Eu entendo.
Tudo começou na longínqua década de 50, lá no subúrbio pacato (naquela época!) de Vila Kosmos, no Rio. Uma casa, na rua Alecrim, mexia com a imaginação de todos nós, moleques do bairro. Era a sede do “Movimento Monarquista Brasileiro”. Não conhecíamos seus moradores nem frequentadores, mas chamava-nos a atenção as paredes e o muro pintados em verde-e-amarelo e os desenhos de brasões em estandartes e galhardetes espalhados pelo jardim.
A casa verde-amarela povoou a minha imaginação de garoto mas também plantou
uma sementinha na minha alma. Semente de curiosidade. Já adulto, e sem
relacionar isso com a casa, passei a buscar leituras e informações sobre a
monarquia e, principalmente, sobre o imperador deposto.
Descobri um homem extraordinário. Um ESTADISTA, assim mesmo, com todas as
letras maiúsculas. Um homem sábio, justo, idôneo, como NENHUM de nossos homens públicos desde então. Um incentivador das artes, ciências, do progresso e da justiça social. Tão extraordinário era este monarca que, pasmem, ele próprio tinha planos REPUBLICANOS para o país. E o teria levado a efeito não fosse atropelado pela história.
Pedro II despertava o respeito e admiração de seus contemporâneos chefes de estado e governo. Para o argentino Bartolomeu Mitre era simplesmente o maior governante de seu tempo. Amante de todas as formas de liberdade Pedro II permitiu que fosse criada, no seu próprio “quintal”, a serpente que o picaria, não cerceando nem perseguindo a imprensa “republicana” que se multiplicava na Corte veiculando notícias tendenciosas sobre seu governo, sua família e sua pessoa. Sua integridade como ser humano não lhe permitia aquilatar o grau de letalidade daquela peçonha.
Diferente das monarquias parlamentaristas de hoje e ainda muito mais diferente das absolutistas de ontem, Pedro II exercia, de fato, o “quarto poder”, o Moderador. Não era figura decorativa nem déspota. Governava um país com instituições sólidas e independentes. Tão independentes que o descartaram. Sua integridade certamente atrapalhava muitos “planos”.
O Brasil trocou seu Imperador maiúsculo por um punhado de imperadorezinhos de m... que implantaram suas cortes pelos quatro cantos do país. Seus descendentes estão aí até hoje!
Tão grande era o receio de que o povo “percebesse” o que havia perdido que, por muitos anos, décadas mesmo, após a tal “proclamação”, a monarquia era ridicularizada em manifestações “artísticas”; satanizada na mídia e, tudo o que a “ela” pudesse ser ligado (ainda que apenas na imaginação doentia dos novos “imperadores”), era perseguido e, se (e quando) necessário,
massacrado. Antônio Conselheiro e seus miseráveis jagunços sentiram o peso dessa mão assassina no arraial de Canudos.
Não tenho como resumir aqui tudo o mais que já li e refleti sobre este
assunto, mas afirmo que é suficiente para que eu não comemore a data de
hoje.
Apenas, melancolicamente, tento imaginar o que poderia ser hoje esse
gigantesco país caso a história tivesse sido diferente...
propriamente monarquista. Sou PEDRISTA.
E, sinceramente(?), não há mais Pedro II por aí nos dias de hoje. Não entre
políticos. Com certeza!
7 comentários:
E agora Ivo? O que fazer? Para onde voltar? Em que perte da história deste páís começamos a errar? ou sempre erramos? Sinceramente entro em PÂNICO em cada ano eleitoral. Em quem votar? Pra mim, meu voto decide eleição, então me sinto RESPONSÁVEL pelo que está acontecendo... tô murchando, secando... tá difícil lutar contra a minha própria desesperança.
Eu soube que quando a maioria da população volta nulo, a eleição é anulada e tem que ser feita novamente com outros candidatos.
Se eu estiver sem opção, voto nulo nas próximas eleições.
Desculpem, errei e escrevi VOLTA NULO, é vota nulo...rs
Cara Paola
Não é verdade que uma maioria de votos nulos invalide uma eleição. Toda a proporcionalidade é calculada em cima dos votos VÁLIDOS, independente do seu percentual em relação ao total votos.
No entanto, a anulação de um voto deve ser vista como um recurso, um direito e uma forma de expressão. Votar nulo querendo dizer "nenhum dos candidatos que se apresentam merece meu voto" é uma coisa, agora, votar nulo por OMISSÃO é outra bem diferente.
Portanto, se quer anular seu voto por convicção anule, mas não tenha a ilusão de que isso provocará nova eleição.
Eu também já ouvi sobre essa questão do voto nulo. Contudo, tem esse porém que o Ivo comentou sobre os votos válidos, então, essa quantidade de votos nulos ser significativa vai depender dos votos válidos. Mas não sei se, de fato, há essa possibilidade de se invalidar uma eleição.
Eu penso seriamente em votar nulo nas próximas eleições, mas não por protesto, mas sim, como o Ivo também falou, por demonstrar que nenhuma opção me agradou.
Cansei de votar no menos pior.
Nunca deu certo.
Eu li uma matéria numa revista e o herdeiro do trono falou que eles estavam prontos para quando a nação os quisesse de volta.
Achei meio pedante e me pergunto se não serão cheios da vaidade como nossos atuais políticos. Não entendo de mornarquia mas me passou uma impressão ruim.
Caro anônimo
Não tenho nenhuma ilusão quanto aos atuais (pretensos) herdeiros. Duvido muito que qualquer um deles chegue aos pés do grande homem, estadista e brasileiro que foi Pedro II.
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