Eu estava lendo um desabafo de mãe e uma mãe conta que se sentia fracasssando por estar exausta e cheia de questionamentos visto que tinha deixado o trabalho para cuidar dos 3 filhos.
Sei bem como ela se sente. E já postei a respeito no dia das mães.
Mãe que trabalha fora se culpa pela falta de tempo com os filhos, mãe que fica em casa se culpa por não ser mais nada além de mãe.
E eu, que também deixei de trabalhar para ficar com eles, sinto esses questionamentos. Horas mais, horas menos. Mas uma coisa eu já aprendi e assimilei totalmente: eu não consigo dar conta de tudo. Existe sempre alguma coisa que vai ficar para depois ou será completamente perdida porque tem oportunidades que não voltam mais.
E ponto.
Já me frustrei, chorei, esperneei, reclamei, briguei e nunca adiantou nada.
Hoje, me sinto muito mais leve conformada com o fato que não sou um polvo, não tenho oito braços, não tenho olhos em todos os ângulos da cabeça, não tenho memória de elefante e meu dia não tem 48 horas. No dia-a-dia doméstico a mesma coisa. Tenho uma pessoa que me ajuda em casa e, de lambuja, com as crianças. Isso me permite alguns banhos mais demorados de vez em quando, uma manicure uma vez por mês e ainda que eu fique com as crianças que foram a prioridade que me fez deixar de lado toda uma vida profissional, mesmo que momentâneamente. A prioridade é ficar com eles.
E neste caso, recomendo para nós, mães que nos permitamos ter alguém que nos ajude no trabalho doméstico. Trabalho doméstico deprime a gente que sempre trabalhou fora e isso altera nosso humor, nossa qualidade de vida, nosso relacionamento com dimensões dinossauricas! Deleguemos as coisas ao pai das crianças porque temos uma fortíssima tendência a achar que ninguém faz nada tão bem quanto nós. E em muitos casos nem o pai...risos...é verdade...mas o que é que tem a coisa não ficar exatamente como queríamos?
Decidi até não fazer planos muito compridos para um único dia.
Tenho feito um planejamento básico e deixo fluir. E isso tem rendido ótimos fins de semana na base do “deixa a vida me levar”. Um exemplo: eu queria fazer um passeio com as crianças. Por uma série de motivos, acabamos tendo que sair num dia não planejado para isso e acabei juntando a necessidade com o prazer de passear. Mas tencionei apenas passear de barca. No caminho passamos por dois lugares históricos, entramos e nos esbaldamos. Sem estresse, sem hora, sem esperar. Deu tudo certo e ainda saí feliz porque fiz muito além do que planejei.
Troquei a frustração pela superação.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Não dou conta de tudo e pronto.
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Ana Cláudia Bessa
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4 comentários:
Ana, este também é o meu lema. Apesar da pressão ser grande por aqui, mas tentamos relaxar um pouco com as coisas.
O que realmente me preocupa é dar atenção ao filho, brincar, partilhar, educar, etc.
Largo tudo para ficar com ele.
Como você "disse" se não deu para fazer, azar.
Vamos dizer assim, que eu estou em um ritmo de corpo de bombeiros, SO ATENDO EMERGÊNCIAS, risos.
Bj
Culpa? Tell me about it!
Acho que tudo quanto é mãe sente e pensa do mesmo jeito, qualquer que seja sua escolha (trabalhar ou ficar com o filho), seu estilo de vida, sua cultura, su situação financeira...
Mas a gente vai se adequando, aprendendo a relaxar, ao menos um pouco.
No meu caso (que é o seu tb), todo o cansaço, toda a frustração de passar a viver uma rotina doméstica e todo o isolamento que bem ou mal acabamos sentindo são recomepensados pela oportunidade única de poder acompanhar de perto todas as descobertas deles (que não são poucas) nesses primeiros anos.
Um beijão,
Renata
É verdade!!!
Eu não fiquei com meus filhos mas senti muita falta de ver e acompanhar seu crescimento. Eu não teria como fazer diferente mas admiro as pessoas que conseguem abrir mão de suas conquistas profissionais em prol dos filhos.
Renata, Concordo com você. É difícil tomar certas decisões. Mas vale á pena, né?
Mas, Luciana, não vejo como "abrir mão". Vejo apenas com um pit stop bacana prá caramba que quando podemos fazer, nunca nos arrependemos!
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