quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O moderno homem das cavernas

Na casa de amigos, conversávamos com um casal recém-casado também convidado e claro, o assunto pairou sobre filhos. O que me chamou a atenção foi o comentário do amigo que disse que queria ter filhos mas que a mulher não contasse com ele para trocar fraldas. Nem pensar!

Isso é uma coisa que acho bastante interessante em muitos homens: eles querem ter filhos, a mulher grávida os fazem se sentir no auge da virilidade mas na hora de assumir os filhos como estes se apresentam, se acham no direito de “escolher” aquilo que eles vão ou não fazer pelos filhos.

Já pensou se a mãe resolve que também não vai trocar fraldas?

E o pior é que existem muitos homens assim, ainda hoje em dia.

Vivemos uma época de globalização, de igualdade de direitos, de abolição de preconceitos e o mesmo homem que sai em seu carro ultra-moderno com seu laptop dentro da pasta e vive todas as outras “modernidades” possíveis e imagináveis do nosso tempo, esse homem, esse mesmo homem, não quer trocar fraldas.
Não lava louça, não cozinha, não ajuda nos afazeres domésticos e se comporta como nossos avós (porque nem nossos pais são mais assim) e só vêem o filho como prova de sua constatada masculinidade.

E o pior: ainda existem mulheres que aceitam que seus homens sejam assim e ainda não deixam que o homem divida as responsabilidades da vida em comum.

Pois eu acho que as mulheres merecem mais do que homens ao seu lado simplesmente. Merecem companheiros. Nossos filhos merecem pais de verdade: que trocam fraldas, que dão banho, comidinha na boca, ajudam a fazer dormir, levantam de noite, dão remédio, levam ao pediatra e acompanham os filhos nos passeios e, principalmente, não acham que cuidar do filho é uma atribuição exclusiva da mãe. Porque gerar o filho também não foi.
Esse é o homem moderno.

É assim que pretendo mostrar ao meu filho como ele deve ser.

Porque ser homem não é apenas fazer o filho. Ser homem é também participar, manter, educar e DAR O EXEMPLO.

E não é só ser marido, é ser companheiro.

__________________________________________________________________________________ Ana Cláudia Bessa

6 comentários:

Cristiane A. Fetter disse...

Nem me fale dessas coisas Ana, conheço muitos casais assim.
Mas você tocou num ponto importante, as mulheres é que permitem (ou gostam) desses maridos.
É a lei do marketing, enquanto tiver procura, vai ter produto.
Eu tenho um grande amiga que é assim, veja só, o marido pode houvir o bebê chorando que ele nem se meche, quando eu pergunto porque ela não reclama, ela diz que não adianta. E acaba nisso.
E o pior é que o filho mais velho, hoje com mais ou menos 4 anos, está seguindo o mesmo caminho do pai. Uma pena.
Uma pena.
Uma pena.

Anônimo disse...

Que texto interessante. Eu sempre achei que nós mulheres somos as grandes responsáveis por alguns pontos que nós mesmas reclamamos. Os homens que existem no mundo, são em grande parte criados por nós, mulheres e mães. Porque não fazemos deles homens melhores? Porque , sendo mulheres, ainda somos tão machistas e permitimos que nossos filhos homens sejam diferentes dos homens que queremos para nós?

Anônimo disse...

Cara, eu fico muito pau da vida quando vejo homens assim! É o cúmulo!

Ana Cláudia disse...

As mulheres precisam , e me incluo nisso, mudar muito essa tendência natural de querermos assumir todas as tarefas. Enquanto não solicitarmos companheirismo, não o teremos.

Anônimo disse...

Cristiane, antes precisamos esperar que eles percam a cara de susto com as mudanças que ocorreram no mundo feminino.
Compartilhar é um assunto pra lá de bom e "deverasmente" complicado!
Eu que fui e sou pai e mãe pelo menos não precisei comprar briga na hora de trocar as fralas, há 30 anos atrás!
Viva as diferenças! Viva a igualdade!
Beijos.

Anônimo disse...

Gente,
as mulheres é que precisam mudar...
a gente é que deixa os homens se aproveitarem da gente!